Ramadã na literatura persa-5 ( Hafez Shirazi)
Nesta parte de programa, tratamos de abordagem do renomado poeta lírico persa, o Hafez Shrazi, falamos de como ele trata o tema de “Jejum e Ramadã” nas suas composições poeticas.
Khaje Shamos-Din Mohammad Hafez Shirazi, conhecido por seu pseudônimo Hafez ou Hafiz, foi um poeta lírico e místico persa, nascido entre 1310 e 1337 na cidade de Shiraz na Pérsia (Irã). Suas obras selecionadas (Divã) podem ser encontradas nas casas da maioria dos iranianos, que aprendem seus poemas de cor e os utilizam como provérbios e ditados até hoje.
Sua vida e seus poemas têm sido objeto de muita análise, comentário e interpretação e têm influenciado a literatura persa pós-século XIV, mais do que qualquer outra poesia.
Os principais temas de seus gazales (poemas líricos) são o amor, a celebração do vinho e da embriaguez e a exposição da hipocrisia daqueles que se colocaram como guardiões, juízes e exemplos de retidão moral.
Seus poemas líricos são notáveis por sua beleza, por fruir do amor, pelo misticismo e por temas sufi que haviam permeado [necessário esclarecer] a poesia persa. Sua presença na vida dos iranianos pode ser sentida através da leitura do seu livro (Divã de Hafez) e recitação de seus poemas o mais conhecido popularmente (fale-e hafez), uso frequente de seus poemas na música tradicional persa, artes visuais e mesmo caligrafados.
O Jejum e Ramadã e a noite de decreto (noite de destino), são temas e conceitos corânicos que encontram no meio dos poemas de Hafez, brilhando como a pedra de anéis ornamentando estes poemas. Ele considera o jejum, uma oportunidade e o mês do Ramadã, um convite divino que deve ser aproveitado até chagado a seu final e o momento da Festa final do Ramadã, ou seja, o momento da gratificação.
Mesmo, o jejum fique penetrado no coração e seja querido,
Aproveite o seu Dom, seja gratificado,
A benção e gratificação; são os mais importantes e a chave do poema concernente a mês do Jejum. Na sua visão, ele é um convidado querido, nos corações dos fieis, uma benção inegável, que a sua passagem é uma gratificação para os jejuadores.
Hafez tem um olhar distinto sobre o mês do Ramadã. Este famoso lírico, com uma linguagem fluente, intima e influente observa o mês de Ramadã. Com este intuito e percepção, critica também os muçulmanos jejuados questionando a sua conduta religiosa e espiritual.
Ele tem seis canções com tem geral do Ramadã, 3 poemas líricos com tema de Festa final, ou seja, “Eid-al-Fiter” e outros seis compostas por tema geral de Ramadã e jejum.
Ele disse:
Chegou o Eid e veio à festa nos corações,
O vinho amadurecido, está fermentado e desejado,
Hafez em seus poemas critica aqueles que fingem piedosos e os hipócritas, os considera opostas aos verdadeiros muçulmanos. Ele acredita que ao jejuar deve devotar e servir a Deus, apreciando a religião profundamente, e não apenas nas suas aparências, não a colocando um pretexto para a hipocrisia e sedição. Hafez que é um conhecedor da religião censura conscientemente, e perspicazmente os muçulmanos do seu tempo, cujo proposito é a correção os comportamentos dos governos corruptos e hipócritas e da sociedade da sua época.