Arte, à luz da revolução islâmica (1)
Pars Today - Por ocasião do aniversário da vitória da Revolução Islâmica e da Década da Alvorada, oferecemos-lhe esta série "Arte, à luz da Revolução Islâmica" que se concentra no desenvolvimento, estrutura, conceitos, ramos e os sucessos da arte iraniana durante as quatro décadas após a vitória da Revolução Islâmica.
A arte da Revolução Islâmica é um estilo especial que se formou simultaneamente com a ascensão das manifestações revolucionárias do povo iraniano por vários artistas muçulmanos, em conformidade os movimentos revolucionários do povo. Após a vitória da Revolução Islâmica do Irã, em fevereiro de 1979, essa corrente artística tornou-se conhecida como "Arte da Revolução".
Um dos requisitos das revoluções em todos os momentos e em todo o mundo foi à negação de qualquer laço com o sistema anterior. A Revolução Islâmica do Irã não foi uma exceção a isso e as abordagens modernistas da arte, tal como promovidas durante os tempos do Xá Pahlavi, não foram aceitas pelos artistas revolucionários. Este requisito deu uma ruptura ao passado e possibilitou criar uma nova sociedade e, além disso, incorporar uma espécie de "idealismo" na arte. Por exemplo, se durante a era Pahlavi, um tipo de narrativa histórica e santificação na arte e na literatura foi confrontada com a sorte, no período inicial da revolução, formou-se uma visão "anti-narrativa histórica" que visava melhorar as causas ideológicas, propagar o caminho do fortalecimento das altas aspirações da Revolução Islâmica. Portanto, a "arte popular" da revolução substituiu gradualmente a "arte moderna" perseguida pelo regime de Pahlavi.
As raízes teóricas deste movimento artístico podem ser conhecidas como "arte de protesto", que os artistas iranianos desenvolveram a partir dos anos 1941 com o desenvolvimento do pensamento esquerdista. Esta corrente foi formada no âmbito da literatura e da arte negras após o golpe de Estado de 1953 e foi visível a partir da década de 1940 na margem de publicações até, na década de 1950 e, precisamente em 1975, uma série de artistas criticou seriamente as funções do regime impopular e mesmo anti-povo de Pahlavi. Este novo movimento foi formados por jovens estudantes universitários e graduados que desafiaram o fluxo oficial de arte.
Nos dias fervorosos da revolução, a maioria dos artistas teve diferentes tendências religiosas e seculares, sincronizadas e unidas contra a tirania real, e apresentaram inúmeras obras em pouco tempo. Sempre que possível, exibiram essas obras revolucionárias.
Por exemplo, os efeitos visuais dos alunos influenciados pelos princípios da revolução foram mostrados em fevereiro de 1979 no “Hosseinieh Ershad”, um dos centros de concentração das forças juvenil revolucionário. O foco dessas obras atendeu questões morais e religiosas, a pobreza e a injustiça social, os slogans da revolução e a luta contra o imperialismo. Esta exposição foi muito bem recebida e as pessoas fizeram longas filas para visitá-las.
Estes trabalhos foram apresentados em todo o país. Com essas exposições móveis realizadas em diferentes cidades como Qom, Esfahan, Shiraz, Ahvaz, Kermanshah e Tabriz, os artistas tentaram se desligar da antiga forma de arte das mentes de intelectuais e pessoas comuns e, em uma mensagem e retorica nova, comunicar com as massas.
Embora os pontos de vista revolucionários, como um poderoso motor, tivessem mudado a direção da arte da era Pahlavi, hoje, ao revisar as obras restantes desse período, não é possível definir uma política integral e específica disso. Em outras palavras, a arte da revolução, embora tivesse sido formada com grande paixão entre os jovens, em vez de organizada, foi espontânea e emergiu do espírito revolucionário. Isso causou que, após a guerra imposta e o estabelecimento de uma relativa tranquilidade, esse ramo da arte não pudesse continuar.
Um ponto importante é que a "popularidade" da arte, no sentido que "todo o mundo entende", juntamente com uma qualidade propagandística baseada em valores revolucionários, é característica de todas as grandes revoluções da história e não se limita à Revolução islâmica. Juntamente com a inspiração das revoluções mexicanas, cubanas, entre outros, esses princípios foram bem considerados. Mas há uma grande diferença entre a Revolução Islâmica e as outras revoluções dos séculos passados e isso é que o último não tinha seu próprio modelo e ideias, nem se baseava nas crenças e aspirações da sociedade, enquanto a Revolução Islâmica, para definir o seu futuro, centrado no passado e na sua identidade islâmica e no renascimento das tradições religiosas, que estavam à frente de seus ideais.
Embora deva ser reconhecido que a arte da Revolução Islâmica, apesar da diferença de conteúdo, na forma de produção artística com base em seus ideais revolucionários e de propaganda foi quase semelhante a outras revoluções e artistas iranianos nos primeiros anos da Revolução produziram trabalhos em aparência e forma semelhante aos de artistas de outros países.
O período de nascimento da arte da revolução deve ser um dos períodos gloriosos da cultura e da arte na história iraniana. Os artistas desta época, com uma concepção hábil dos fundamentos da arte iraní-islâmica antiga, coerentes com as origens modernas da arte contemporânea, tentaram formar o enquadramento revolucionário islâmico com base nos elementos da arte iraniana e no consequente ambiente espiritual, a cultura islâmica. Mas, como foi o curso histórico da formação desta arte?
Nos últimos anos do regime de Pahlavi, a sociedade iraniana estava se movia em direção a um ritmo mais ocidentalizado. Embora existissem tentativas de um grupo de artistas de estabelecer vínculos com as tradições do passado, a determinação era do Estado e do sistema de governo do Irã foi à imitação do Ocidente e a introdução da tecnologia e a estrutura da vida e da cultura da arte ocidental.
Como o governo Pahlavi tentou introduzir o "modernismo", juntamente com os últimos desenvolvimentos ocidentais na arte iraniana, estimulou os artistas não só a conhecê-lo, mas também a seguir o modelo dessas práticas artísticas.