Set. 18, 2018 15:37 UTC
  • A manifestação do Alcorão Sagrado na Revolta do Imam Hussein (AS) (7)

Pars Today- Bem-vindos à 7ª edição desta série “Manifestação do Alcorão Sagrado na Levante do Imam Hussein”. É de salientar que o 7º do mês de Muharram é o dia em que Deus Todo-Poderoso falou pela primeira vez com Moisés, confiando-lhe a profecia e a missão de convidar o Faraó tirânico ao monoteísmo e exigir a libertação de clã Israelitas da escravidão. Como é evidente no versículo 9º da Surata TaHa do Alcorão Sagrado, enquanto procurava fogo no deserto, Moisés viu chamas no topo do Monte Sinai

É de salientar que o 7º do mês de Muharram é o dia em que Deus Todo-Poderoso falou pela primeira vez com Moisés, confiando-lhe a profecia e a missão de convidar o Faraó tirânico ao monoteísmo e exigir a libertação de clã Israelitas da escravidão. Como é evidente no versículo 9º da Surata TaHa do Alcorão Sagrado, enquanto procurava fogo no deserto, Moisés viu chamas no topo do Monte Sinai e ficou surpreso ao ver um arbusto em chamas, mas com todas as suas folhas e galhos verdes milagrosamente intactos.

Ali ele ouviu a voz do Criador Todo-Poderoso pedindo-lhe que tirasse os sapatos, jogasse o sua bastão para dentro dele, milagrosamente transformado em uma cobra, e retirasse a mão do sovaco para encontrar a palma brilhando com a luz.  

Já que o tópico de nossa discussão é a conexão entre o Alcorão Sagrado e a posição épica do neto do Profeta Muhammad (bênçãos de Deus sobre ele e sua descendência), vamos apresentar algumas semelhanças entre o João Batista e Imam Hussein (AS).

João Batista (Yahya), que foi martirizado pelo rei judeu, Herodes numa data que coincide ao 6º de Muharram, quando uma adúltera depois de uma dança sedutora antes dele, pediu a cabeça do Profeta, foi mencionado várias vezes no Alcorão Sagrado. Em versículo 12º da Surah Maryam, Deus Todo Poderoso diz: “Ó Yahia, observa fervorosamente o Livro! E o agraciamos, na infância, com a sabedoria,”.

De acordo com narrações, Yahya, cujo nascimento para o idoso Zacarias e sua igualmente antiga esposa, foi um milagre, era um menino de apenas 3 anos quando Deus, o Todo-Sábio, lhe concedeu a escritura e o senso de julgamento.

O narrador Sayed bin Abdullah diz que uma vez  perguntou a Imam Mahdi, uma criança de menos de 5 anos de idade, que nas ideias dos xiitas, é o 12 º e último herdeiro Infalível do profeta do Islã. Sayed solicitou a explicação do versículo de abertura da Surah Maryam que começa com as letras desconexas ( hurouf muqatta'aat“Kāf, Hā, Yā, ʿAyn, Ṣād”. O menino Imam disse imediatamente que há um grande segredo por trás dessas letras.

É narrado que Zacarias solicitou ao Deus Todo-Poderoso que o fizesse saber os nomes de “As-Haab al-Kisaa” ou Povo do Livro. Deus enviou o Arcanjo Gabriel ensinando-lhe esses nomes. Quando Zacarias estava recitando os nomes de Muhammad, Ali, Fatemah e Hassan (paz sobre eles), sua tensão e tristeza se dissiparam de uma vez, mas quando ele recitou o nome Hussein, sua garganta foi sufocada e começou a chorar. 

Então um dia ele suplicou a Deus e perguntou a razão de suas lágrimas ao recitar o nome Hussein. O Todo-Poderoso informou-o sobre a tragédia de Karbala, revelando essas lartas. Assim, ' Kāf' significa Karbala,  para Hussein, o Mártir, Yā, para Yazid, o perpetrador da tragédia, Ayn, para “atash” (fogo), ou sede de Imam Hussein e sua família, e forād para "sabr" (paciência), ou seja, a paciência do Imam Hussein. 

Ao saber disso, Zacarias ficou profundamente entristecido e suplicou a Deus, dizendo: “Ó Senhor”! Quando está testando o seu maior mensageiro através desse sofrimento, a fim de universalizar a mensagem do Islã, conceda-me um filho, e eu provarei ser seu servo verdadeiro. Ó Allah me faça chorar e me sentir triste pelas tristezas do meu filho.

Allah, o Misericordioso, concedeu-lhe o filho virtuoso chamado Yahya, que alcançou o trágico martírio. Dizem que a terra e os céus não choraram por ninguém exceto pelo Profeta Yahya e Imam Hussein (paz esteja sobre eles).

(Ao passar os dias deste mês de luto, estamos nos aproximando do fatídico dia de Ashura ou o 10º de Muharram em que Imam Hussein AS) foi martirizado. 

Em 7º dia de Muharram, Obaidullah ibn Ziyad, o governador omíada tirânico do Iraque, enviou mais forças para Karbala para cercar Imam Hussein (AS), Ele ordenou que o chefe do seu exército, Omar ibn Saad, cortasse o acesso à água do rio Eufrates, a fim de receber do neto do profeta, o juramento de lealdade ao domínio ilegal de Yazid. 

Ibn Saad prontamente posicionou o Amr ibn Hajjaj az-Zubaidi com quinhentos cavaleiros na margem do rio, mas o valente irmão do Imam, Abbas ibn Ali (AS), conseguiu quebrar a fileira do inimigo e buscar água no Eufrates durante uma incursão noturna e armazenou-a no acampamento, porem no dia seguinte todos os recursos secassem praticamente e a família do Imam Hussein e seus companheiros sedentos no dia seguinte.

Esses foram, de fato, dias de provações divinas e tribulação para a abençoada família do Profeta, que no estado de sede observava à distância as águas frescas do Eufrates, em cujas margens havia palmeiras e grama verde. 

Enquanto recitava o sagrado Alcorão, Imam Hussein (AS) lembrou-se de como antes de chegar a Karbala, foi informado do martírio de Qais ibn Musaher as-Saidawi.

Qais levava uma carta aos anciãos de Kufa em resposta à carta que o Imam tinha recebido de seu primo e emissário, o Musslem al-aquil,  ao povo de Kufa. Enquanto isso, o Musslem  haviam sido martirizados em Kufa, e quando Qais chegou à al-Qadessia, os soldados de omíadas o prenderam e o levaram para a corte de Obaidollah ibn Ziyad, o tirano governador do Iraque, que lhe perguntou sobre o conteúdo da carta do Imam.  Qais , que havia destruído ou comido a carta para impedir que caísse nas mãos dos inimigos, recusou-se a divulgar seu conteúdo.

Ibn Ziyad disse a Qais que sua vida seria poupada, ele foi ao púlpito da mesquita para elogiar Yazid e amaldiçoar Imam Hussein e Ahl al-Baite do profeta na frente de todos.

Qais subiu ao púlpito e começou seu discurso dizendo: “Ó povo! Eu sou o mensageiro do Imam Hussein (AS) a vocês! Eu o deixei em tal lugar; assim, vocês devem correr em seu auxílio. ”Ele glorificou a Deus Todo-Poderoso e enviou saudações ao Profeta Muhammad (bênçãos de Deus sobre ele e sua descendência). Ele então contou os méritos do Imam Hussein, seu irmão mais velho Imam Hassan e seu pai, o Comandante do Fiéis, o Imam Ali ibn Abi Taleb (paz sobre eles). 

Em seguida, expôs a falsidade do regime omíada e sem medo da morte amaldiçoou Obaidollah ibn Ziyad, seu pai Ziyad e o cafiado tirano, o Yazid. 

Nesse momento, Ibn Ziyad ficou furioso e ordenou a seus homens que prendessem Qais, levassem-no para o telhado e o jogassem para o chão, matando ele. 

Ao ser jogados no chão das altas paredes do palácio, os ossos de Qais  foram esmagados e ele foi  martirizado.

Ao saber do martírio de Qais  ibn Musaher, os olhos de Imam Hussein (AS), se encheram de lágrimas e, enquanto louvavam a firme fé e coragem de seu leal mensageiro, ele recitou o versículo 23 da Surata Ahzab e disse:

“Alguns deles cumpriram o que prometeram, e alguns deles ainda esperam, e não mudaram nada.”

Assim, o Imam Hussein (AS), através de seu movimento reformador e revolucionário, de acordo com os ensinamentos do Alcorão Sagrado, ensinou à humanidade a dinâmica do verdadeiro Jihad ou luta no caminho de Deus Todo-Poderoso com base na virtude e em toda a ajuda humanidade. Ele provou que a morte, mesmo de seu bebe, Ali Asghar, em defesa da fé e da dignidade é o triunfo do sangue sobre espadas.

Este não é o chamado Jihad dos enganados que cometem atos macabros de terrorismo contra homens, mulheres e crianças inocentes, como as forças malignas do maldito Yazid fizeram em Karbala, e o que os terroristas takfiri estão fazendo hoje para manchar a imagem do Islã.  

O Imam Hussein (AS) mostrou ao mundo uma real e iluminada visão do Islã, que, baseada em valores igualitários, continua a guiar os buscadores da verdade para o caminho certo. Seu espírito e alma estavam entrelaçados com o sagrado Alcorão, e seu martírio garantiu a difusão da cultura corânica. 

Tendo em vista desses fatos, as cerimônias de luto e os discursos que os fiéis continuaram a realizar nos meses de Muharram e Safar ao longo do último milênio e três séculos rejuvenesceram as sociedades e incutiram nelas o espírito do Alcorão Sagrado.

Imam Hussein (AS) assim nos ensinou que, ao recitar o Alcorão Sagrado com a perspectiva correta de entender a mensagem da escritura celestial, como explicado por seu avô, o Profeta, nós definitivamente alcançaremos a proximidade de Deus à luz de versículo 111 da Surata Towbah:

“Allah cobrará dos crentes o sacrifício de seus bens e suas pessoas, em troca do Paraíso. Combaterão pela causa de Allah, matarão e serão mortos. É uma promessa infalível, que está registrada na Tora, no Evangelho e no Alcorão. E quem é mais fiel à sua promessa do que Allah? Regozijai-vos, pois, da troca que haveis feito com Ele. Tal é o magnífico benefício”.

 

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