Dez. 13, 2016 19:51 UTC
  • O tráfico de antiguidades sírias para a Europa

A Síria é conhecida como a terra de "civilizações", e Damasco como uma das cidades mais antigas do mundo, onde nasceram às primeiras comunidades agrícolas e se formaram as grandes civilizações. Lamentavelmente, a guerra e a presença de terroristas de Daesh e as suas destruições nesta região, está privando as gerações futuras desses tesouros históricos.

A preocupação com proteger e restaurar patrimônios ameaçados pelo extremismo especialmente as obras culturais de países como o Iraque e a Síria, conduziu a uma reunião de dois dias realizada em Abu Dhabi com a participação de delegados de cerca de 40 países, incluindo alguns chefes de Estado e Governos.

Na cerimónia de inauguração, a secretária-geral da UNESCO, Irina Bokova, assegurou: “Para ter sucesso, precisamos trabalhar juntos... estamos unidos pela herança e patrimônio global". “ Proteger património” é inseparável de proteger a vida humana “, disse ela, descrevendo a destruição deliberada como" um crime de guerra ".

Segundo os organizadores, o objetivo desta conferência foi à criação de um fundo de US $ 100 milhões para proteger e restaurar o património cultural em ameaça pelo terrorismo e o extremismo.

Presidente francês "François Hollande" considera necessária a formação de fundo e ofereceu 30 milhões de dólares. Os outros países, incluindo os Emirados Árabes Unidos e a China também têm expressado os seus interesses em contribuir ao fundo.

Uma fonte presente na reunião, disse que, pela soberania nacional, tais relíquias e tesouros só podem deixar o país se as autoridades assim exijam. Segundo esse plano, estes patrimônios históricos, primeiramente, tem que transladar a uma área segura no país. A transferência para outra país vizinho seria outra opção e aos países ainda mais distantes como o ultimo objetivo.

Mas se fossemos mais realistas, estas palavras parecem mais um slogan e na pratica acontece outro. Será que se conhece da vanguardeira europeia no recebimento dos patrimônios culturais sírios e que foram estes países o destino das peças saqueadas e os colecionadores e caçadores de relíquias norte-americanos e europeus possuem estas obras arqueológicas saqueadas da Síria?

Recentemente, a rede russa "Rasha Today" informou que o grupo terrorista de Daesh, iniciou uma nova onde da venda das peças culturais sírias. Estes grupos, ao identificar os colecionadores ocidentais através da Turquia estão contrabandeando estas peças. Anteriormente, a grande parte das obras saqueadas era vendida aos colecionadores estrangeiros através do internet, porem, recentemente, está enviado através da Turquia para os países europeus e aos Estados Unidos.

O presidente do centro de investigação de sanções financeiras "Yahya Fanusieh", diz que o elemento de Daesh, com a venda de antiguidades sírias, tem ganhando uma importante fonte financeira.  As antiguidades valiosas se tornaram um rendimento importante e estratégico para o Daesh.  “Seguramente, Daesh tem um intermediário poderoso para vender as peças, porque as antiguidades roubadas da cidade de Tal Tamer, facilmente estão transladadas aos colecionadores norte-americanos e europeus”, acrescentou.

Daesh atualmente controla mais de 4 mil peças arqueológicas na Síria, e anualmente ganhas milhões de dólares através destas peças. Inspetores russos haviam anunciado anteriormente que terroristas de Daesh tinham conseguido mais de 200 milhões de dólares com a venda de arte e preciosas obras de Tal Tamer.

Entre as obras contrabandeadas no mercado negro por terroristas, se encontram  objetos de  mais de 8 mil anos que foram roubados de locais antigos nas províncias de Homs, Adlab e Aleppo, na Síria.

De acordo com especialistas, desde os primeiros dias da crise síria em 2011, milhares de peças antigas deixou o país a destino de mercados mercado negro.

Essas fontes apontam que o dinheiro ganho é utilizado para bancar uma parte das despesas da guerra contra o governo da Síria e o enriquecimento dos comandantes desse grupo. Diz-se que muitos comandantes do Exército livre após a venda destes objetos ganharam milhões de dólares e são donos de grandes palácios e propriedades em países como Espanha, Alemanha, Grã-Bretanha e até nos Estados Unidos.

Mas na semana passada, o promotor da justiça suíço confiscou uma série de obras arqueológicas trazidas por terroristas da Síria, contrabandeadas através de Qatar. O jornal britânico "Gardian" escreveu: “As obras arqueológicas de Tal Tamer saqueadas por grupos terroristas, que foram trazidas para Qatar, tinham sido apreendidas na Suíça”. Estes objetos estavam aguardados em um armazém num porto franco em Genebra, uma zona que pode ser alugado e ninguém monitora o que entra e sai desses portos.

Gardian acrescentou: entre as peças descobertas se encontram algumas cabeças de estatuas, uma coroa e dois pergaminhos. Encontram-se também cinco peças trazidas do Iêmen e da Líbia. O promotor suíço tem anunciado que as peças de valor histórico serão transferidas ao Museu de Arte e História até que for decidido as suas devoluções a países de origem.

Há dois anos, no auge dos ataques terroristas no Iraque e na Síria, uma série de especialistas e diplomatas advertiu numa reunião da UNESCO, que Daesh estava vendendo peças arqueológicas do Iraque com o intuito de arcar as suas despesas. De acordo com alguns observadores, Daesh criou túneis para transladar estes objetos aos países europeus e asiáticos.

No entanto, espera-se que uma parte das peças seja protegida dentro da Síria, e o diretor-geral de museus e antiguidades neste país, informou que foi transferida uma parte importante das peças a um local seguro.

O Diretor-geral dos Museus e antiguidades da Síria "Mamoon Abdulkarim" em uma entrevista com o jornal "Dailytelegraf" afirmou que foram obrigados a transferir os objetos históricos do país a um local seguro, salvando das ações de Daesh, tendo existido qualquer risco pudessem ser facilmente, transferidos, durante 24 horas a um local seguro em Beirute no Líbano.

É interessante que o Museu do Louvre da França se ofereceu para aguardar estes patrimônios históricos mundiais que ficaram nas zonas de conflito na Síria e no Iraque e mantê-los em um armazém no norte da França. Por sua parte, o presidente deste país, François Hollande, sugeriu aguardar as peças sob ameaças no Centro de antiguidade da cidade de Lyon.

Mas é melhor saber que o Museu do Louvre, além de aguardar objetos antigos de outras partes do mundo, mantém uma grande parte das antiguidades e objetos arqueológicos do Irã.

Existem neste museu, somente 2.500 obras históricas iranianas que foram saqueados com métodos diferentes, alguns muito pesados e enormes, não sabendo como foi transladada do Irã a França.

Parecem que as peças iranianas foram carregadas através do Iraque a Paris. Diz-se que a maioria dos monumentos históricos do Irã, saiu no período do reinado da dinastia Qajarita e durante o reinado de Xá Naser-edin e Xá Mozafar-edin.  

Agora, o presidente francês se oferecer a manter os monumentos sírios até o fim da guerra. Será que pode acreditar e confiar nestas palavras?

 

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