Segundo aniversário do desastre de Mina pela irresponsabilidade da Arábia Saudita
(last modified Fri, 01 Sep 2017 10:13:22 GMT )
Set. 01, 2017 10:13 UTC
  • Segundo aniversário do desastre de Mina pela irresponsabilidade da Arábia Saudita

Neste programa revisamos a catástrofe ocorrida há dois anos na terra de Mina. Um incidente que os muçulmanos nunca poderão esquecer.

Um dos ritos importantes dos muçulmanos é viajar à Meca e realizar os rituais do Hajj. O Hajj é o quinto e último pilar fundamental do Islã. Os muçulmanos na primeira semana do último mês da hégira lunar (dhil-hajjeh) viajam à Meca (atual Arábia Saudita) para realizar a peregrinacao anual na mesquita Al-Haram e realizar ritos especiais.

A cada muçulmano está obrigado a fazer esta viagem ao menos uma vez na sua vida, salvo os que não tiverem  condições físicas e financeiras. O Hajj mostra a rendição do homem a Deus, único. A cada ano, mais de dois milhões muçulmanos de todo o mundo viajam à terra da Revelação na Meca para realizar o ritual de Hajj. No entanto, recordar os dois recentes anos da temporada de Hajj traz imagens amargas à mente. A reação do governo de Arábia Saudita e seu irresponsável atitude ante a catástrofe ocorrida durante o ritual de 2015 são algumas reminiscências desse período.

Há dois anos, uma tragédia humana teve lugar quando milhões de muçulmanos realizavam um dos ritos do Hajj, chamado Ramy Jamarat (apedrejamento da Satã) na terra da Revelação. Segundo estatísticas não oficiais, perto de oito mil pessoas morreram, apisonteados devido à superlotação e o calor insuportável. Em general,  considerando que mais de dois milhões de pessoas se reúnem ao mesmo tempo em um ponto específico da Meca, devem ser tomado medidas especiais para garantir a suas segurança dos durante as práticas de seus rituales. A responsabilidade de planificar, disciplinar e assegurar os ritos do Hajj recae sobre os governantes sauditas. No entanto, o calendário do Hajj do 2015 esteve cheio de atos irresponsaveis e de perigos na contramão dos peregrinos.

O primeiro caso foi a queda de uma enorme guindaste no pátio da sagrada Grande Mesquita da Meca. A guindaste que se quebrou foi  a maior entre as doze que se usavam para um projeto que os saudíes chamam "o desenvolvimento do santuário". Inclusive durante o Hajj, quando os peregrinos entram em massa na Mesquita Al-Haram, as autoridades saudíes não ordenaram a remoção destas instalação pesada do lugar santo.

Neste incidente, 107 pessoas morreram e outras 238 ficaram feridas neste nobre santuário. Após este incidente mortal, outra tragédia esperava a milhões de peregrinos.

Na manhã do Eid Qorban (24 de setembro de 2015), uma multidão de peregrinos, como de costume, se dirigiu do deserto de Maashar ao deserto Mina para realizar o rito simbólico de apedreamiento do diabo no primeiro dia de sua presença neste lugar. Não obstante, as forças de segurança sauditas tinham bloqueado a via principal e  desviaram os peregrinos em massa para um caminho secundário e de saídas apertadas. De repente, aumenta o número de peregrinos e, perto de os oito mil que tinham percorrido um longo caminho abaixo do sol ardente, morreram pela pressão da multidão.

Os agentes saudíes são os responsáveis por esta tragédia por não proporcionar ajuda efetiva aos peregrinos e, em todo caso, se enviaram ajuda com muito atraso e demprada, o qual acabou com a vida de outro número de peregrinos, incluídos os feridos, pela sua debilitado estado físicoo. Assim, a maior tragédia humana do Hajj ocorreu no dia de Eid Qorban de 2015 na terra de Mina.

A resposta das autoridades sauditas a esta catástrofe tem sido ainda mais desastrosa que a própria tragédia. Os que consideram-se a si mesmos os guardiões de al-Haramain não estavam dispostos a aceitar nenhuma responsabilidade neste sentido e consideravam os peregrinos responsáveis de criar a sua própria tragédia.

O jornal Al-Khabar escreveu: "Ainda que os servidores públicos sauditas tiveram a oportunidade de desculpar por sua incapacidade  para administrar o Hajj, em vez de pedir perdão às famílias das vítimas da tragédia de Mina, discaradamente, passaram culpa  a outros.

É surpreendente que, pouco depois da tragédia, o rei de Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz, tivesse felicitado o então príncipe herdeiro saudita Mohammed Bin Najef pelo bom remanejamento e gestão  do Hajj e seu sucesso na organização do ritual da Peregrinação Maior.

A República Islâmica do Irã, com 464 vítimas mártires, teve o maior número de vítimas desta tragédia. Desde o princípio, as autoridades iranianas, logo após a catástrofe de Mina, atuaram  muitos esforços para ajudar os peregrinos e sobreviventes a encontrar os corpos das vítimas e transferi-las ao território iraniano.

Depois do regresso dos peregrinos e a devolução dos cadáveres ao país, o rastreamento legal do desastre pôs-se na agenda da República Islâmica do Irã com o fim de evitar a repetição de tais desastres.

Lamentavelmente, Arábia Saudita não considerou nenhuma das iniciativas e esforços da República Islâmica do Irã e também não respondeu aos  "esforços bilaterais" nem à proposta de estabelecer "um Comitê verdade Internacional" através da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) e omitiu os "esforços fraternais e voluntários de alguns países islâmicos da região".

A segurança de todos os peregrinos deve estar garantida  durante o Hajj e o governo saudí está obrigado a pagar um seguro aos famílias das vítimas e aos feridos que sofreram as consequências devido à negligencia e má administração de Riad.

Têm passado mais de dois anos de o desastre de Mina mas as vítimas não têm sido atendidas e o governo saudí aborda esta questão de maneira irresponsável.  Os Al-Saud têm demonstrado durante o desastre uma reação mesquinha e irresponsável ao albergar os peregrinos de Beit al-Haram. Os governantes sauditas só o disfarce de serem Khadem al-Harmain (guardiães dos lugares sagrados) seguem liderando os países árabes no marco de ideias extremistas e das percepções irrealistas wahabíes dos verdadeiros ensinamentos do Islã.

O envolvimento dos Al Saud nas crises de Síria, Iraque e Iêmen, a ajuda que oferecem aos grupos takfiríes e terroristas e o assassinato que cometem contra a cada muçulmano que se oponha às crenças wahabíes se justificam a verdadeira situação de guardiães dos lugares sagrados.

De fato, a irresponsabilidade ante os familiares das  vítimas e feridos do desastre de Mina do 2015 é resultado de esta magnanimidade dos governantes sauditas entre as nações muçulmanas. No entanto, a resposta irresponsavel do governo saudita  a esta catástrofe e a derrota dos grupos takfiríes e terroristas, apoiados por Arábia Saudita, em Síria e Iraque têm revelado a natureza das crenças religiosas wahabíes de Arábia Saudita aos muçulmanos  de todo o mundo.