Crianças iemenitas, vítimas da guerra saudita.
O Iêmen, país assolado pela guerra civil, enfrentará a "maior [crise de] fome que o mundo viu nas últimas décadas, com milhões de vítimas", alertou a ONU.
O Iémen está a enfrentar uma crise humanitária que se agrava a cada dia que passa devido à intensificação do conflito e aos violentos ataques aéreos em todo o país.
Quatro anos de instabilidade deixaram as crianças com necessidades urgentes – alimentos, água e artigos de saúde. Perto de dez milhões de crianças – 80 por cento da população do país têm menos de 18 anos – precisam urgentemente de assistência humanitária, e mais de 1.3 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas.
Muitos serviços de saúde deixaram de funcionar, os níveis de má nutrição infantil aumentaram, milhares de escolas fecharam e o número de crianças recrutadas por grupos armados aumentou também.
Devido à falta de alimentos em todo o país, os suplementos nutricionais estão a esgotar-se rapidamente e é necessário reabastecer os stocks na maioria das instalações de saúde. As crianças estão a ser mortas por bombas ou balas e as que sobrevivem enfrentam a ameaça crescente de doenças e má nutrição. Esta situação não pode continuar.” Julien Harneis, Representante da UNICEF no Iémen.
Arábia Saudita, ou seja, Al-Saud autoproclamada Guardião de Locais sagrados do Islã e distribuindo anualmente uma grande quantidade de Alcorão entre os muçulmanos no mundo inteiro, mas não permite que as organizações internacionais distribuam alimentos e remédios entre povo faminto iemenita. Esta prática marca o auge da maldade e crueldade dos sauditas contra o povo muçulmano do Iêmen.
A ideia de oficiais e militares sauditas era de ocupar o Iêmen durante duas semanas e restaurar o governo do seu aliado. A resistência do povo iemenita fez com que os sauditas não só conseguissem esse objetivo intervencionista, como também mergulhassem em um atoleiro que termina com a derrota dos invasores. Por este motivo, Al Saud não se vê o caminho para sair deste impasse a não ser através de brutal bombardeio e pelo assassinato do povo e destruição da infra-estrutura econômica do país mais pobre do mundo árabe. Os governantes da Arábia Saudita estão também impedindo ao povo oprimido de obter alimentos e remédios impondo o bloqueio terrestre e do mar.
Neste ataque cego, até agora, milhares de crianças, mulheres e homens perderam as suas vidas e ficaram feridos. Lamentavelmente, a reação tardia das organizações internacionais sobre a situação critica do povo, não foram capazes de cessação os ataques brutais. Em junho de 2016, as Nações Unidas, inclui coligação saudita em “lista negra” por matar crianças no Iémen. A ONU decidiu de última hora não incluir a Arábia Saudita nessa relação após forte pressão diplomática de Riad, reconheceu o então secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.
Demorou cerca de 15 meses para que as Nações Unidas incluir novamente a coalizão liderada pelos sauditas na lista já o lado de outras partes do conflito no Iêmen. O que causou que a organização considere o Al-Saud como responsável pelo assassinato de crianças iemenitas não foi somente o bombardeio contínuo, mas o bloqueio da terra e do mar do Iêmen que criou riscos sérios e catastróficos para as pessoas, especialmente as crianças iemenitas. A hipocrisia de Al-Saud é conhecida quando ele se considerada o Guardião de lugares santos e santuários islâmicos e distribui anualmente uma grande quantidade de Alcorão entre muçulmanos, mas não permite que as organizações internacionais distribuam alimentos e remédios para o povo faminto e os doentes iemenitas. Esta ação marca o pico da malícia e da crueldade e atrocidade sauditas contra o povo muçulmano do Iêmen. Impedir o envio de alimentos e remédios causou a fome e a propagação de numerosas doenças entre essas pessoas oprimidas e desprotegidas.
Para entender a deterioração da situação das crianças no Iêmen, basta observar o recente relatório da ONU. O relatório afirma que a cada 10 minutos uma criança morre por desnutrição e doença e oito em cada 10 crianças estão sem nutrição adequada. No entanto, de acordo com o relatório, 1.400 crianças foram mortas durante o bombardeio e 2140 crianças ficaram feridas, mas o importante é que 2,2 milhões de crianças iemenitas estão desnutridas. Em outras palavras, o bombardeio do exército do regime saudita não somente ameaça a vida dos filhos iemenitas, como a falta de alimentos e remédios causa a morte desses filhos inocentes. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em comunicado, condenou ataques aéreos de coalizão liderados pela Arábia Saudita no Iêmen que mataram ou incapacitaram centenas de crianças no país.
Mais de 400 mil crianças iemenitas correm o risco de morrer devido à desnutrição, informou a UNICEF em comunicado. Além disso, cerca de dois milhões de crianças sofrem de desnutrição aguda e quase dois milhões de crianças são privadas de educação e a cerca de um milhão são deslocadas em diferentes partes do país.
Esta situação infeliz é, de fato, a vingança desumana de Al-Saud do povo iemenita para parar de resistir e, mais uma vez, aceitar a dominação e a influência desta família expansionista. Segundo o UNICEF, o exército saudita só matou 23 mil crianças e 273 mães em 2016. A organização responsabiliza a coalizão árabe pela grande catástrofe e situação humanitária insalubre no Iêmen. A situação no Iêmen tornou-se tão grave que o secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou em uma carta à delegação saudita em novembro passado: "O cerco do Iêmen pela coalizão saudita está bloqueando o fluxo de ajuda humanitária ao povo iemenita. "Nesta carta, ele criticou a desconsideração saudita ao repetidos pedidos das Nações Unidas para parar o bloqueio do Iêmen e enfatizou que" os portos do Iêmen devem ser reabertos antes de qualquer negociação entre as Nações Unidas e a coalizão da Arábia Saudita".
O periódico britânico “Guardião” escreveu há meses: "A destruição da infra-estrutura iemenita por bombardeiros sauditas significa que 14,5 milhões de pessoas no país, das quais 8 milhões são crianças, não têm acesso à água sanitária e limpa e se espera que o número de pessoas que sofrem de cólera no país atinja a 600 mil no final deste ano". Claro, esse número aumentou significativamente.
A Cruz Vermelha informou que um carregamento de medicamentos para combater a doença teve sua entrada bloqueada na fronteira norte do Iêmen na última terça-feira. A organização humanitária Médicos sem Fronteiras (MSF) relatou que a coalizão negou o acesso de aviões que levariam ajuda ao país.
Os governantes de Al Saud procuram praticamente o genocídio e criar um novo holocausto no Iêmen. É por isso que António Guterres, o secretário-geral das Nações Unidas, em outro comentário, pediu uma parada dos ataques aéreos no Iêmen e advertiu que "milhões de crianças, mulheres e homens no Iêmen correm o risco de fome, a doença e a morte".
A falta de medicamentos e instalações médicas tornou a situação das crianças iemenitas ainda mais catastrófica. "Os centros de tratamento hospitalar nos hospitais sofrem de graves deficiências em equipamentos e mão-de-obra, e as crianças estão sendo tratadas no chão, estando em cada cama seis crianças internadas”, disse Carolyn Aning, consultora de Salvamento Infantil. Bismarck Swannig, responsável de comunicação de UNICEF afirma também: "As cenas nos hospitais são muito lamentáveis, nas quais as crianças dormem no chão e são incapazes de se movimentar, e seus pais estão sem poder ajuda-las", disse a comunicação do UNICEF. Tamer Carlos, Diretor da Organização de Salvamento de Crianças disse: "Existem dezenas de mães que testemunham diariamente a morte de seus filhos”. Além disso, a "luta incessante a destruição que tem marcado as (crianças iemenitas) para a vida", e que as famílias são destituídas e estão lutando para lidar com a situação. "a guerra no Iêmen continua a ceifar as vidas e futuro das crianças".
O relatório também acrescenta que os conflitos enfraqueceram consideravelmente os mecanismos de enfrentamento da população, o que levou o Iêmem dotar o país de um dos maiores a segurança alimentar de emergência e desnutrição no mundo.
Cerca de 80% das famílias iemenitas estão em dívida, e metade da população vive com menos de 2 dólares por dia, segundo o relatório.
Além disso, ele afirma que, como os recursos da família diminui mais e mais crianças que são recrutados pelas partes beligerantes ou forçados a se casar.
"Cerca de 10 milhões de crianças estão sofrendo as consequências terríveis de um conflito que deve terminar. Devemos abrir nossos olhos para que estejam vivendo todos os dias e agir antes que seja tarde demais", enfatizou Javier Martos, diretor-executivo espanhol do Comitê Unicef.
As Nações Unidas e do Programa Alimentar Mundial informaram que, atualmente, cerca de 60 por cento do povo do Iêmen sofre de fome e desde junho de 2016 até agora devido à situação trágica de alimentos, cerca de 17 milhões enfrentam situação de emergência. Eles estão enfrentando uma crise. O relatório, baseado na análise de 69 especialistas iemenitas e das Nações Unidas, da UNICEF e dos outras organizações não governamentais, acrescenta: “Cerca de 10 milhões e 200 mil iemenita em estágio III ou estágio da crise e mais de seis milhões e 800 mil em etapa quarta, ou seja, na situação de emergência”. Segundo o relatório, atualmente de 22 províncias no Iêmen, 20 sofre da fome.
Seguramente, sem apoio externo como respaldo dos EUA, a Grã-Britânica e o regime sionista, os sauditas e seus aliados árabes não desempenhavam audaciosamente um papel significativo na guerra no Iêmen e massacrar as crianças. As armas americanas são determinantes na matança de crianças e mulheres e homens iemenitas. O Reino Unido tomou a mesma abordagem para a guerra do Iémen. "Jeremy Corbyn," o líder da oposição trabalhista britânica em uma mensagem twittou “o silêncio de Teresa May sobre a situação no Iêmen na sua visita a Arábia Saudita é um sinal da cumplicidade britânica com o sofrimento do povo iemenita”. Enquanto isso existe alegações de ajuda de inteligência e até mesmo o apoio militar do regime sionista a Arábia Saudita.
Enquanto civis, especialmente crianças, são as principais vítimas do ataque e o cerco saudita ao Iêmen, é o dever da comunidade internacional evitar -de qualquer modo- a continuação do massacre de pessoas inocentes no Iêmen.