Jun. 07, 2018 21:46 UTC
  • Porquê é importante

Pars Today- O fundador da Revolução Islâmica do Irã, o aiatolá Khomeini (Que ele descanse em paz) designado última sexta-feira do mês do Ramadã como o Dia Mundial de Al-Quds, a fim de defender o povo oprimido de Palestina. Estamos na véspera de um novo Dia Mundial de Al-Quds, que pode ser considerado como o mais importante das últimas três décadas. Neste programa, analisamos as razões para a sua importância deste ano.

Dia Mundial de Al-Quds, de 2018 ocorre enquanto se multiplicaram crimes do governo de  Netanyahu contra o povo palestino, em especial os habitantes de Gaza.

Israel, com a ajuda de Trump e aliados dependentes da Casa Branca, como os países árabes, não tem medo de intensificar crimes contra os palestinos, nem de violar normas internacionais, incluindo as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

Uma das razões para a grande importância do Dia Mundial de Al-Quds de 2018 é que os moradores da Faixa de Gaza experimentam as piores condições das últimas décadas. O comitê popular contra a cerca de Gaza, em um relatório publicado em outubro de 2017 sobre a situação humanitária crítica nesta zona escreveu: 80 por cento da população de Gaza vive abaixo da linha da pobreza, a taxa de desemprego é de 50% e entre os jovens e formados alcança 60%, a renda média diária per capita é de dois dólares, o número de trabalhadores desempregados é de 250.000, enquanto 1,5 milhão de necessitados vivem com a ajuda de agências humanitárias, 40% das crianças sofrem de anemia e desnutrição e 15 500 órfãos sofrem com condições de vida terríveis. 

Crianças de Gaza

Além disso, o relatório indica que 50 mil pessoas (desde o nascimento e devido aos ataques e agressões do exército sionista) estão incapacitadas. A situação da saúde em Gaza chegou a um estágio perigoso, e pode-se dizer que esta é a pior situação desde a imposição do cerco, de forma que as doenças se intensificaram exponencialmente enquanto 30% dos medicamentos não existem, nem 45% do equipamento médico necessário para cuidar dos pacientes, incluindo 13.000 pessoas que sofrem de câncer e milhares de cidadãos, especialmente os pobres, que sofrem de doenças crônicas.

No ano 2000, 98% dos moradores da Faixa de Gaza tinham acesso à água potável, mas esse número foi reduzido em 14% em 2014. A falta de eletricidade em Gaza é um desastre e há apenas quatro a seis horas por dia. Como resultado dos crimes de Israel, o nível de sofrimento psicológico e social na Faixa de Gaza aumentou dramaticamente, de modo que, de cada três crianças, uma sofre de problemas mentais e sociais.

Nessa situação, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou em julho de 2017 que em 2020 será impossível viver em Gaza, mas Mark Freings, um dos especialistas da Fundação Alemã Konrad Adenauer, que viaja regularmente para a Faixa de Gaza, acredita que: "esta situação já existe em Gaza e neste momento é impossível viver nesta região". 

Segundo  Freings, "as condições desastrosas da Faixa de Gaza são devidas em grande parte ao estreito cerco de Israel, que vem acontecendo há mais de 10 anos e é principalmente apoiado pelo Egito, já que, sob esse cerco, a entrada foi limitada e a saída de mercadorias para o enclave costeiro palestino, que só pode ser acessado em condições muito difíceis e excepcionais. "

 

Omar Shakir, um dos especialistas da Anistia Internacional (AI), diz: "O cerco de Israel transformou Gaza em uma prisão ao ar livre, o bloqueio de Gaza é uma punição coletiva imposta por Israel contra o povo desta zona". De acordo com Shakir, "esta é uma estratégia política que visa acabar com o movimento palestino HAMAS, impondo pressão, mas não teve qualquer efeito e é totalmente ilegal e antiético".

O povo palestino, especialmente os moradores da Faixa de Gaza, está em uma situação terrível, mas o triângulo diabólico de Donald Trump, Benjamin Netanyahu e Mohammed bin Salman, com suas políticas agressivas, piorou essa situação.

 

Em 14 de maio de 2018, o dia que coincidiu com o 70º aniversário da Nakba, ou Dia da catástrofe, o presidente dos EUA, Donald Trump, em uma ação unilateral, irresponsável e ilegal, mudou-se a embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém (Al- Quds). Esta sua ação abriu o caminho para uma nova rodada de violência nos territórios ocupados. Mídia e analistas publicaram imagens da filha de Trump, inaugurando a embaixada dos EUA em Jerusalém, e os chamou de "a abertura de um banho de sangue".

O jornal britânico The Guardian, em um relatório sobre os acontecimentos de 14 de maio, escreveu: "Somente em 14 de maio, mais de 60 palestinos foram martirizados em Gaza".

Jamal Zahran, em uma análise publicada pelo jornal Al-Ahram, escreveu que a medida dos EUA para mover sua embaixada do Al-Quds foi um esforço para corrigir as derrotas de Washington contra o eixo da Resistência, mas acrescentou que essa medida dos EUA aumentar a coragem e a continuação das forças de resistência ao expansionismo israelense.

 

O Dia Mundial de Al-Quds de 2018 ocorre enquanto  se multiplicaram crimes do governo de Netanyahu contra o povo palestino, em especial os habitantes de Gaza. Israel, com a ajuda de Trump e os aliados submissos a Casa Branca, como os países árabes, não tem medo de intensificar crimes contra os palestinos, nem de violar normas internacionais, incluindo as resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Todo o dia Israel bombardeia os manifestantes em Gaza com foguetes e tiros diretos. O povo palestino começou uma série de protestos em 30 de março com o objetivo de enfatizar o direito dos palestinos a retornar os refugiados à sua terra natal. Israel reprime essas manifestações da pior maneira e, desde 30 de março até o final de maio mais de 130 pessoas foram mortas e mais de 12000 feridas.

A organização não-governamental Handicap International, que trabalha no campo dos direitos das pessoas com deficiência, informou que, desde 30 de março, cerca de 12.000 pessoas ficaram feridas durante as manifestações, entre eles 3 mil com estado  grave. Segundo as estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 11% dos feridos, ou seja, mais de mil pessoas, poderiam ser desabilitadas e incapacitadas para sempre.

As politicas belicistas do Mohammed bin Salman, e alguns Estados árabes aliados com Riad, estão entre as razões para a importância do Dia de Al-Quds de 2018. Em uma viagem feita em março passado para os Estados Unidos, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Bin Salman, reconheceu oficialmente a existência do regime israelense e, em vez de defender a Palestina contra os crimes de Israel, declarou que Israel tem o direito de se defender.

O ministro das Relações Exteriores do Bahrein, seguindo os passos de Bin Salman, repetiu essa política. Em maio ultimo, o ministro das Relações Exteriores do Bahrein enfatizou o direito de Israel de se defender. De fato, a Arábia Saudita e alguns outros países árabes foram além da normalização das relações com Israel e, na realidade, estão buscando fortalecer seus laços com o regime sionista e até mesmo alcançar algum tipo de aliança informal. Essa política de Al-Saud e alguns pequenos países árabes fez com que o regime israelense encorajasse e intensificasse a violência contra o povo palestino da maneira mais tranquilo  possível. De fato, com essa política da Arábia Saudita e seus aliados, o povo palestino é alvo da mais sangrenta opressão.

 A combinação dessas condições fez do Dia Mundial de Al-Quds deste ano o mais importante das últimas três décadas. 

A marcha do Dia Mundial do Al-Quds, em apoio ao povo palestino, pode mais uma vez mostrar os crimes do regime israelense ao mundo e recordar a opinião pública mundial a inocência do povo palestino.

A marcha do Dia Mundial de Al-Quds também pode expor a desonra e descaramento de Donald Trump, Benjamin Netanyahu e Mohamed bin Salman por terem apoiado a escalada de violência e crimes contra o povo palestino. Esta marcha também revela que, após 70 anos desde o Dia Nakba, a revolta palestina contra a ocupação de Israel nunca parou, mas apesar do fortalecimento das relações de alguns estados árabes com o regime israelense, o povo palestino continua sua revolta e resistência com maior força, graças ao apoio do povo e ter fé na vitória prometida por Deus.

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