A Tragédia do pisoteamento em Mina (6)
(last modified Sun, 11 Sep 2016 06:47:31 GMT )
Set. 11, 2016 06:47 UTC
  • A Tragédia do pisoteamento em Mina (6)

Estimados ouvintes, no capítulo anterior, o relato de Muhammad, um peregrino do Hajj do ano passado,deixou marcado uma parte sensível e dolorosa, convidamos-lhes a escutar a continuação da história.

Os peregrinos, devido ao intenso calor e a densidade da população, tinham-se amontoado tanto e pressionavam-se um ao outro de tal forma que alguns se desmaiavam ou morriam . Enquanto para os que  não lhes sobravam energias repetiam o Shahadatain (declaração da fé, a primeira surata do Alcorão sobre a existência e a unicidade de Deus) enquanto preparavam-se para morrer. Em minha mente só imaginava o rosto do meu  pai, minha mãe minha esposa e meus filhos e esperava que todos aceitassem meu arrepentimento e perdoassem-me por qualquer coisa que lhes tivesse feito. Pensava  que eu como outros peregrinos do Hajj não tínhamos podido completar o grande sonho de nossas vidas. A única esperança que restava era que Deus aceitasse este ritual incompleto  e em seu tribunal de justiça, castigasse aos responsáveis por estas negligências e crimes.

Neste momento de decepção, brevemente abri meus olhos e via  vários peregrinos que estavam vindo de longe.  Encontrei um pouco de esperança em meu coração. Eles rapidamente encontraram a outros peregrinos que ainda estavam vivos. Levantei minha mão de repente como se a mão de Deus a tivesse apanhado e dirigido para acima. Com toda minha alma tratei de salvar  as pessoas  que estavam sufocadas  entre a multidão. Com a primeira respiração abracei àquele irmão que me ajudou e lhe agradeci, mas ele não teve  tempo já que tinha que salvar a muitos outros . Enquanto estava sentado no canto de uma parede, sem nenhum médico ou uma ambulância Saudita por perto, de repente outro peregrino deu-me um copo de água. Nessa terra ardente, após desfazer da pressão da gente, bebi o mais caro gole de água que tivesse tomado em toda minha vida.

Gradualmente, foram chegando ao lugar do desastre ajuda  de vários países. E fui testemunha da profundidade e amplitude do massacre dos peregrinos e os esforços de outros peregrinos e os paramédicos para resgatá-los. Era realmente incomparável seu esforço e sacrifício. Por último, duas horas após o desastre de Mina, aproxiaram-se  os primeiros socorros e as forças sauditas…, enquanto eles estavam bem perto do lugar e contavam com as possibilidades adequadas para fazer frente a tais acontecimentos, chegaram tarde, mais de três horas após o acontecimento, enquanto  várias pessoas de outros países já tinham ajudado a muitas das vítimas . Ademais, os agentes sauditas limitaram a atuação dos socorros estrangeiros.

Eu estava sem energia mas com a ajuda dos que estavam ajudando me integrei a minha caravana. Meus colegas alegraram-se ao ver-me e perguntavam-me pelos outros. Mas eu não sabia de nada. Em nossa caravana e também nas outras 50 caravanas iranianas cujos membros haviam  ficado encurralados e se notava a ansiedade e tinha alvoroço. Muitas pessoas tinham perdido a seus familiares, mulheres, maridos, filhos ou seus irmãos. A cada momento esperava-se alguma notícia.

Os sauditas, para que mais cedo a zona do desastre retornasse à normalidade, a grande quantidade de corpos estendidos no solo, tanto feridos como mortos , os reuniam-se e os puseram em um conteiner. Isto causou a morte de vários peregrinos que seguiam com vida e que poderiam ter sido salvos .

Entre as vítimas do desastre de Mina  dois nomes foram muito familiar para todos,  um, o embaixador do Irã no Líbano, Ghazanfar Roknabadi, ao que Ao Saud não lhe queria, e o outro, um excelente recitador iraniano , Mohsen Haji Hasani, cuja  recitação formosa em Arafat permanecem em nossas mentes. Desde aquele momento então até o final da  cerimônia de Hajj, reinou uma atmosfera de dor e fúria entre os peregrinos e foram propostas diferentes probabilidades sobre as causas desta tragédia, um delas foi que aos peregrinos iranianos , os  sauditas não lhes queriam. Mas com a postura definitiva do Líder da Revolução Islâmica do Irã, o aiatollah Seyed Ali Khamenei, e os outros servidores públicos iranianos,  os peregrinos com saúde mas no meio da tristeza e grande pesar, regressamos a nossos  países com a lembrança de uma grande tragédia para contar aos amigos e conhecidos”.

Estimados ouvintes convidamo-lhes escutar as outras dimensões do desastre de Mina  no próximo programa.

 

 

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