Set. 03, 2017 14:55 UTC
  • O crescimento de extrema direita e a islamofobia na Europa 7

Neste programa estudam-se as diferenças e as principais características dos partidos de extrema direita da Europa.

Cumprimentos cordiais a todos vocês estimados ouvintes da Voz Exterior da República Islâmica do Irã, estamos a seu serviço com a sétima parte da série “O crescimento de extrema direita e a  islamofobia na Europa”. No programa anterior  abordamos a oposição dos partidos de extrema direita europeus com a convergência na União Européia como uma características destes partidos .

Os partidos de extrema direita da Europa seguem três linhas: oposição completa, acordo condicionado e  e  reconciliação. No primeiro caso, da oposição completa, ainda que os partidos de extrema direita estão de acordo com que os países deste continente une elementos históricos, culturais e religiosos comuns, se opõem à cooperação no marco da União Européia, daí que  as estruturas institucionais e políticas se resistam à formação de uma comunidade política comum. Seu objetivo principal é a mudança de poder em prol da  restauração da soberania dos governos e nações, a volta da soberania das instituições nacionais e sua rejeição a um só sistema dominante. No segundo caso, acordo condicionado, propõem-se temas como a herança comum dos europeus e a aceitação dos princípios de cooperação mas se opõem às políticas atuais e também à estrutura presente da União Européia. Em general, seus defensores criticam as políticas e as instituições do governo da Europa e pedem a cooperação entre os países do continente até onde os institutos ultranacionais não provoquem ou derrube a soberania própria dos governos. No terceiro caso, da  reconciliação, os partidos de direitas estão de acordo com uma cultura comum européia e apoiam os métodos básicos da convergência mas recusam a criação de uma unidade política européia.  Neste espaço, os partidos radicais acham que a convergência européia necessariamente não é boa ideia, ainda que algumas de suas dimensões podem favorecer aos governos. Enquanto, alguns grupos de extrema direita mencionam a existência de elementos comuns de identidade e cultura nas comunidades européias, e inclusive consideram útil a convergência entre os Estados em alguns terrenos, todos são renuentes à criação de uma unidade unânime política sob o nome da União Européia pois defendem que deve ser mantido a soberania e independência nacional dos governos. Por suposto, a formação de novos partidos de extrema direita na Europa fizeram com  que não se mantenham as mesmas razões e motivos.  Algumas das mais importantes raízes da criação de novos partidos radicais são: a extensão da globalização econômica, a imigração, o desemprego crescente, a extensão multicultural e a ameaça da identidade cultural, a redução das medidas de bem-estar, a extensão do terrorismo, delitos e crimes  que, segundo sua opinião, principalmente têm suas origens na presença de imigrantes e refugiados.

Uma das causas mais importantes que influem no aumento do apoio à extrema direita, reside na insatisfação dos partidos tradicionais e de centroavante , bem como na desconfiança nas instituições oficiais dos países europeus.  De fato, uma parte dos votos dos partidos de extrema direita provém dos que antes iam para os partidos de esquerda e de centro-direita . Apesar disto, a democracia é uma forma de governo aceitada pela maioria das pessoas na Europa, ainda que muitos cidadões não estejam satisfeitos com a atuação de seu governo.

Os partidos de extrema direita, em um âmbito onde os votantes simpatizantes dos partidos tradicionais de esquerda e centro-direita não têm conseguido satisfazer sua posição, utilizam esta oportunidade e apresentam-se como a única alternativa para mudar a situação existente.

Um dos motivos principais que se propõem para a inclinação aos partidos de extrema direita são os problemas econômicos e desempregos. Os partidos de extrema direita consideram que a raiz destes problemas se encontra na globalização e o fluxo de imigrantes. No entanto, alguns experientes em assuntos da Europa acham que os problemas econômicos ou de desemprego não são o motivo da tendência a seguir dos partidos de extrema direita. Não há  relação séria entre a extensão da extrema direita e o estalido da crise econômica, porque os partidos de extrema direita existentes apareceram nas décadas dos 80 e 90, períodos anteriores à  crise econômica. Por exemplo, o aparecimento dos partidos de extrema direita na Áustria, Suíça, Suécia e Noruega, considerando a situação econômica destes países, não possam ter relação com a crise econômica. Estes países figuram na lista dos países ricos do mundo e seus cidadãos beneficiam-se de um rendimento e bem-estar elevados.

De fato, os partidos de extrema direita, ainda que têm motivos e razões comuns com respeito a sua formação, de todas formas, em cada país europeu, alguns motivos próprios, têm tido um papel destacado e eficaz na formação destes partidos e sua inclinação. Muitos experientes sobre assuntos  da Europa acham que o sucesso dos partidos de extrema direita durante os últimos anos mais que os  assuntos econômicos são os assuntos culturais e de identidade e o caso de imigração.

Os partidos de direita na Europa, após abandonar suas políticas antijudias da última década, em particular, têm adotado políticas anti-migrantes , especialmente contra os muçulmanos. A nova geração destes partidos apareceu após o acontecimento do 11 de setembro e seus membros são os que tinham abandonado os partidos de centro-direita . Os partidos de extrema direita têm podido debilitar muitas posições dos partidos de esquerda na Europa. Os líderes destes partidos radicais, para conseguir legitimidade política, mostram-se como reclamadores dos valores nacionais contra o auge do Islã. Por exemplo o partido italiano Une do Norte, enquanto defende restringir a construção de mesquitas muçulmanas, propõe argumentos relacionados com a segurança nacional; o  grupo belga Vlaams Block utiliza também  razões de segurança para protestar contra a concessão de ajuda financeira estatal aos muçulmanos; o partido francês Frente Nacional abordou pelo fim a comunidade islâmica da França. Segundo,  líder deste partido de ultradireita galo, há 6 milhões de cidadãos muçulmanos que durante os últimos anos têm entrado na França e adverte de que se estes muçulmanos, apesar de sua cidadania francesa, têm um sentido de afiliação a outra entidade, serão muito perigosos.

Em um estudo sobre a situação que enfrentam os muçulmanos em oito países europeus, se vêem diferentes exemplos de enfoques antimuçulmanos entre os cidadãos destes Estados: a maioria do povo  acha que os muçulmanos têm muitas petições e isto é o que causa instabilidade. Também há evidências de preocupação pela minoria muçulmana nestes países, de fato, pelo menos  40 por cento dos interrogados na Grã-Bretanha, Alemanha, Itália e os Países Baixos acha que o número de muçulmanos em seus territórios é demasiado. O aumento desta tendência tem dado lugar a partidos de extrema direita desde partidos tradicionais que adotam duras posturas diante os imigrantes e muçulmanos. Em muitos casos, procuram criar políticas de imigração mais estritas, especialmente para os imigrantes de países muçulmanos. A propaganda de extrema direita contra os imigrantes e os grupos muçulmanos, procura legitimar a violência contra estes coletivos e causar uma mudança  na composição dos simpatizantes, bem como aumentar a tendência das pessoas educadas e os responsáveis pelos países europeus a estes partidos.

No passado, os cristãos das regiões e aldeias pobres constituíam as mais importantes bases dos partido de extrema direita, mas hoje as classes sociais educadas formam os mais importantes membros dos partidários de extrema direita. As investigações realizadas mostram que entre  38 e  50 por cento dos votantes dos partidos de extrema direita na Dinamarca, França, Suíça e Áustria  está formado por executivos ou proprietários de empresas privadas.  Estes partidos, além de ter tido certo sucesso nas eleições parlamentares, em outros aspectos também estão aumentando seu poder. Estes partidos influem nas políticas e impõem suas demandas e mudam a    mentalidade social. Apesar das diferenças entre os partidos de extrema direita na Europa, todos tratam de mudar as políticas de seu país em áreas como a imigração, a religião e a cultura nacional. A tomada de poder destes partidos significa a propagação do racismo, a discriminação racial e a desintegração da tolerância e a interação nas sociedades européias.

No  próximo programa estudaremos a situação de alguns dos mais importantes partidos de extrema direita nos países europeus.

 

 

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