O Chamado do Islã em prol do povo oprimido de Myanmar
(last modified Fri, 20 Oct 2017 10:51:25 GMT )
Out. 20, 2017 10:51 UTC
  • O Chamado do Islã em prol do povo oprimido de Myanmar

O versículo 75 da surata Nissa diz: "E o que vos impede de combater pela causa de Allah e dos indefesos, homens, mulheres e crianças? que dizem: Ó Senhor nosso, tira-nos desta cidade (Meca), cujos habitantes são opressores. Designa-nos, da Tua parte, um protetor e um socorredor!

Os muçulmanos de Myanmar continuam enfrentando os piores ataques de budistas fanáticos que são apoiados pelo exército e pelo estado. Até agora, milhares de muçulmanos em Myanmar foram mortos ou feridos e deslocaram cerca de 500 mil.

As pessoas deslocadas trabalharam duros no Bangladesh e estão em situação arruinada. A rodada anterior do massacre dos muçulmanos de Myanmar que vivem em Rohingya aconteceu em 2012. Naquela época, no meio do silêncio das sociedades internacionais, milhares foram mortos, feridos ou deslocados. O que faz o massacre dos muçulmanos birmaneses, o mais drástico é o método budista de matar essas pessoas inocentes. Os muçulmanos de Myanmar são torturados, queimados vivos e as suas mulheres estupradas. O que encoraja os budistas na pratica desses crimes é o apoio militar direto e o silêncio satisfatório do governo de Myanmar liderado por Aung San Suu Kyi.

O Imam Ali (Ali) descreve este tipo de contexto como: "Na governança dos governantes tiranos e opressores, estão pisoteando, por completo, a verdade e a justiça, avivando tudo o que é falso e ilícito, a crueldade e corrupção revelada. As Escrituras divinas desaparecem e os profetas e crentes são mortos e as mesquitas são destruídas, e a tradição de Deus e Suas leis serão transformadas e modificadas".

Qual é o ponto de vista do Islã sobre a opressão e a injustiça vis-à-vis aos muçulmanos em Myanmar e o que significa realmente a opressão para o Islã? O homem pela sua natureza divina, não aceita a injustiça e condena a opressão a outros seres humanos, mesmo que fosse contra os animais. O Islã, por mesmo motivo, é fortemente oposto à opressão e hostilidade aos humanos, sejam muçulmanos ou não muçulmanos. A opressão contra outros é de fato desrespeitar os direitos e insultar a dignidade humana. Por esta razão, o Alcorão condena a tirania em vários versículos e, como resultado, denuncia o destino dos opressores.

Imam Ali (SA) diz: "A injustiça contra os fracos é a mais repugnante opressão". Violação contra indefesas, como os muçulmanos de Myanmar, foi repudiada severamente no Islã porque estes pessoas não têm a capacidade de se defender. O Profeta do Islã (que a paz esteja com ele), diz: "A ira do Senhor é severa para com aqueles que praticam injustiça contra alguém que não tem outro refugio além de Deus".

Do ponto de vista do Islã, os opressores que, por força e autoridade, praticam injustiça, mais cedo ou mais tarde, receberam as consequências. No versículo 38 da surata Hajj, Deus prometeu aos crentes que eram protegidos e defendidos, e no último versículo de surata o “Poeta”, Allah ameaça os malfeitores, dizendo: "Com exceção dos crentes que praticam o bem, mencionam incessantemente Allah, e somente se defendem quando são atacados injustamente. Logo saberão os injustos das vicissitudes que os esperam! O Imam Ali (as) também diz:" Aí de opressão, pois quem pratica injustiça, terá uma vida triste. »

Não importa que os opressores sejam budistas de Myanmar, ou sionistas ou os governos dominadores europeus e americanos. Pode ser demorado o castigo dos opressores, mas a vingança divina e as suas punições são definitivas. Na surata Al-Imran, versículo 178, Allah diz: "Que os incrédulos não pensem que os toleramos, para o seu bem; ao contrário, toleramo-los para que as suas faltas e pecados sejam aumentados. Eles terão um castigo afrontoso”. Deus repreende tanto a opressão como a aceitação de injustiça. Na surata “Shoura”, versículo 39, o Senhor admira os crentes: "E que, quando são afligidos por um erro opressivo, sabem defender-se. Portanto, embora as pessoas oprimidas tivessem sido injustiçadas, têm o dever de se defender tanto quanto possível e não permitir que os opressores implacáveis ​​fazem o que quiserem.

Os exemplos de sucessos de tal resistência podem ser vistos na Revolução Islâmica do Irã, no Hezbollah libanês e na Intifada palestina. Os muçulmanos de Myanmar, embora fossem minoria e fracos, os seus direitos deveriam ser defendidos, dentro das sua possibilidades e, e ser desvendado esse genocídio. Neste caso, Deus lhes deu uma promessa de ajuda.

Nos versículos 39 e 40 da surata Hajj, lemos: "Ele permitiu (o combate) aos que foram atacados; em verdade, Allah é Poderoso para socorrê-los. (40) São aqueles que foram expulsos injustamente dos seus lares, só porque disseram: Nosso Senhor é Allah! E se Allah não tivesse refreado os instintos malignos de uns em relação aos outros, teriam sido destruídos mosteiros, igrejas, sinagogas e mesquitas, onde o nome de Allah é frequentemente celebrado. Sabei que Allah secundará quem O secundar, em Sua causa, porque é Forte, Poderosíssimo”.

A questão mais importante em relação ao genocídio dos muçulmanos em Myanmar é dever dos muçulmanos e dos governos islâmicos. O Islã não apenas defende muçulmanos oprimidos, como também vê o apoio a todos os oprimidos como dever dos seguidores do Islã. Expressar a empatia não resolve o problema dos oprimidos, e os muçulmanos e os governos islâmicos têm o dever de defendê-los o máximo possível por sua ação.

No versículo 72 da surata “Anfal”, Allah diz, “Quanto aos incrédulos, são igualmente protetores uns aos outros; e se vós não o fizerdes (protegerdes uns aos outros), haverá intriga e grande corrupção sobre a terra”. Mas talvez o versículo mais importante do Alcorão quanto à necessidade de ajudar os oprimidos seja o versículo 75 de Sura “Nisaa”, em que Deus se anuncia o castigo aos muçulmanos que ignoram defender os oprimidos e diz: "E o que vos impede de combater pela causa de Allah e dos indefesos, homens, mulheres e crianças? que dizem: Ó Senhor nosso, tira-nos desta cidade (Meca), cujos habitantes são opressores. Designa-nos, da Tua parte, um protetor e um socorredor!”. Segundo alguns comentaristas do Alcorão, este versículo obrigou os muçulmanos a defender os oprimidos.

Nas narrações, a ênfase também foi colocada na defesa e proteção das pessoas oprimidas e na luta contra os opressores. O Santo Profeta (que a paz esteja com ele) considera o socorrista aos oprimidos, o seu companheiro no Paraíso, e esse alto grau significa a importância de ajudar os oprimidos. Jesus (AS), em uma expressão alegórica, diz que, “se um quarto de uma casa incendiasse e não fosse apagado o fogo, ele se espalharia para outros quartos”. Este também é o caso da opressão, e se não impedisse a tirania desde o seu princípio, a sua extensão e dimensão se estenderá. O Imam Ali (AS) disse aos seus filhos nos últimos momentos da sua vida: ““... sejam inimigos do opressor e ajudante dos oprimidos indefesos. »

O mesmo que fez o Imam Hussein (AS) durante toda a vida, combatendo com a injustiça e corrupção do Yazid e foi martirizado neste caminho.

Se a pessoa oprimida fosse muçulmana, a responsabilidade de outros muçulmanos será duplicada em sua defesa. O Alcorão na surata de Anbia (os profetas), no versículo 92, afirma: "Esta vossa comunidade é uma comunidade única, e Eu sou o vosso Senhor. Adorai-Me, portanto (e a nenhum outro)!". Portanto, todos os muçulmanos são uma nação e um só corpo e devem se apoiar mutuamente. Ao completar este versículo, Deus no versículo decimo de surata Hijarat chama os muçulmanos como sendo irmãos. Portanto, eles têm os deveres face outros irmãos da fé, que são, sem dúvida, uma das mais importantes defesas da vida e da propriedade e honra uns dos outros. Sobre a tradição do Profeta do Islã (PBUH), lemos: "se uma pessoa desde que se levantar pela manhã e sair da casa, não se preocupar com o destino dos muçulmanos e não é muçulmana, não pode ser chamada muçulmana".

E em outra tradição, ele fala disso de maneira diferente e diz: “aquele que fique em silencio e não critica um ser humano que não ajuda os muçulmanos, não pode ser chamado o muçulmano". Portanto, o dever dos muçulmanos são muito claro sobre a tragédia do assassinato de muçulmanos em Myanmar. Eles têm que fazer o máximo para proteger os seres humanos e proteger sua religião em qualquer lugar do mundo, incluindo em Myanmar.

O líder supremo da revolução islâmica, o aiatolá Khamenei, com grande clareza, enfatiza que o desastre de Myanmar não é apenas um conflito entre budistas fanáticos e muçulmanos, mas um plano político, cujo executor é o governo de Myanmar. À frente desse governo, está uma mulher cruel, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, e com esses eventos, de fato, enterrou o Prêmio Nobel da Paz. O líder supremo sublinha que os governos islâmicos têm o dever de tomar medidas efetivas contra este genocídio e explica: "a minha intenção pela ação efetiva não é combate e incursão militar, mas a pressão política, econômica e comercial ao governo de Myanmar e mostrando a sua indignação face aos crimes em Fóruns internacionais. Infelizmente, se não vê uma ação efetiva e a forte reação por governos islâmicos neste sentido. Enquanto a solidariedade do mundo muçulmano em ajudar aos muçulmanos injustiçados, certamente os impedirá de matá-los”.