A filtragem do maior escândalo moral em Hollywood
Hollywood tem realizado numerosos filmes sobre abusos sexuais e escândalos morais, mas desde alguns dias, está realizando esse tipo de temas no mundo real e tendo como protagonistas a algumas de suas estrelas.
Atualmente, os meios de comunicações informam uma horrível verdade que não tem sido cometida por pessoas de classe baixa, com vidas difíceis ou doenças mentais, mas por pessoas famosas e adineradas da indústria cinematográfica estadounidense.
No dia 5 de outubro o diário norte-americano The New York Times destaca o escândalo moral do produtor Harvey Weinstein, um dos mais conhecidos e poderosos de Hollywood. Este relatório recebeu a rápida acolhida dos interessados no cinema e converteu-se no assunto mais importante de Hollywood nos últimos dias.
Esse devastador relatório documentou que durante décadas o produtor Weinstein atingiu numerosos acordos extra-judicial para pôr fim a denúncias de assédio sexual entalhadas por antigas empregadas e sócias suas. Segundo o rotativo nova-iorquino, Weinstein chegou a acordos extra-judicial com menos em oito mulheres para resolver acusações de assédio sexual.
Em um comunicado remetido ao jornal, o produtor admitiu que seu comportamento passado com suas colegas de trabalho causou “muito danificou”, pelo que pediu “perdão sinceramente” e “uma segunda oportunidade”. “Ainda que estou tratando de melhorar, sei que tenho muito caminho por diante”, reconheceu em sua nota. O conselho administrativo da companhia Weinstein decidiu retirar ao produtor da empresa.
Depois do destape jornalístico, iniciou-se uma onda de filtragens sem precedentes sobre o abuso de poder em Hollywood. Após Winston, vários famosos como Ben Affleck, Roy Price e Oliver Stone não escaparam às críticas e revelaram seus episódios. É provável que a continuação destas revelações cristalize a profundidade do desastre entre os líderes de indústria cinematográfica estadounidense.
O produtor do filme “Shakespeare apaixonado” e “Ligas de Nova York” viu-se obrigado por seu irmão a abandonar a companhia de cinema independente e o conselho de administração que catapulta às estrelas, isto é, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, instituição que organiza os prêmios Oscar, expulsou ao produtor norte-americano. O único precedente de expulsão de um acadêmico é o de Carmine Caridi, um dos atores secundários do padrino, que se viu fora da Academia em 2004 por prestar a um amigo os VHS que distribuem as produtoras para que os acadêmicos vejam seus filmes. O presidente da França, Emmanuel Macron, tirará a Legião de Honra a Weinstein pelas denúncias de abuso sexual. Macron considera que o poderoso produtor de Hollywood tem tido um “comportamento contrário à honra” pelo que tem pedido à Grande Chancelaria da Legislação de Honra que abra uma investigação para determinar se lhe pode retirar a distinção. Assim mesmo, algumas figuras prominentes de Hollywood que são amigos de Weinstein têm reagido em contra de seu velho amigo e colega. George Clooney, Meryle Streep, Kate Winslet, Judy Dench, Jennifer Lawrence e Patricia Arquette são alguns dos cineastas que têm tido uma história de colaboração com várias companhias de cinema de Weinstein e têm condenado as ações pouco éticas e vergonhosas de seu colega. Um dos acusados deste tipo de escândalos em Hollywood é o ator e diretor de cinema Ben Affleck. Curiosamente, ele foi uma das pessoas que tinha criticado a imoralidade de Weinstein, mas foi imediatamente acusado de assédio sexual. Em 2003, Affleck, conhecido em Irã pelo filme antiiranianas “Argo”, abusou sexualmente de uma atriz e apresentadora. Por suposto, após esta revelação, Ben Affleck desculpou-se por atuar “inapropiadamente, mas isso não pôs fim das suspeitas. Outro ponto interessante é a afiliação de Affleck e Winstein. Estes dois colaboraram na fita “Shakespeare apaixonado”, cuja protagonista, depois de ser violada por Weinstein, obteve o papel que permitiu avanços em sua carreira. Ao observar, revisar e estudar o historial profissional de alguns dos famosos atores de Hollywood, pode ser visto que existem nesse meio relacione perigosas e pouco éticas.
Por outro lado, com a revelação de Weinstein, descobrimos que este produtor está por trás de ao menos 50 premiaçõs de Oscars. Também durante as recentes eleições presidenciais do Estados Unidos, Weistein foi partidário da candidata democrata Hillary Clinton, que foi uma das defensoras dos direitos das mulheres e, mediante essa postura, tratou de ganhar votos. O comportamento com as mulheres é imperdoável. “Estava impactada e paralisada pelas revelações sobre Harvey Weinstein”, expressou Clinton ao início de sua breve mensagem. “O comportamento descrito pelas mulheres que decidiram seguir adiante não pode ser tolerado. Sua coragem e o apoio de outros é fundamental para ajudar a deter este tipo de comportamento escreveu Clinton em uma pesquisa de mensagem sobre Weinstein quem financiou suas campanhas eleitorais e as de outros democratas durante anos.
Ao mesmo tempo Barack Obama e sua esposa Michelle Obama escreveram em um comunicado:”Michelle e eu estamos desagradados pelos reporte recentes sobre Harvey Weinstein”. O que difere a Weinstein dos outros violadores é que tem abusado de muitas mulheres quando tinha muito poder e agora o grito de protesto destas mulheres tem desbordado o futuro profissional de Weinstein e inclusive da indústria cinematográfica estadounidense. As confissões destas mulheres e sua aceitação por parte do produtor confirmam a verdadeira natureza das afirmações sobre a discriminação sexual e o abuso dos direitos das mulheres em Estados Unidos. As revelações sobre Weinstein uma vez mais assinalam que os abusos das mulheres neste país, e especialmente em Hollywood, continuam existindo. As mulheres têm contribuído muito a esta indústria, mas sempre as companhias dominadas pelos homens de forma sistemática consideram às mulheres como de uma classe inferior. O silêncio destas mulheres depois de muitos anos após ter caído nas garras de Weinstein indica que um grande número de mulheres de Hollywood considera que seu progresso profissional está condicionado a aceitar as desvergonzadas propostas deste tipo de pessoas.
Entre todos os comentários dos últimos dias, quiçá o mais curioso pertence ao presidente de Estados Unidos, Donald Trump. Ele disse que não se surpreendeu pelas acusações de assédio sexual formuladas contra o magnata de Hollywood Harvey Weinstein. “Conheço a Harvey Weinstein desde faz muito tempo, não me surpreende para nada”, declarou o mandatário. Este comentário de Trump precisa mais explicações. Por uma parte Trump conhece muito bem a Weisntein já que ele mesmo se parece a ele. Trump inclusive explode mais sua força e também foi acusado de assédio sexual e muitas mulheres são e possivelmente serão as mulheres que revelam este comportamento do inquilino da Casa Branca. Por outra parte, o comentário de Trump pode ser considerado um tipo de metonimia em alusão a Hollywood, que tem tido posturas constantemente anti-Trump desde as eleições até tomar o poder. Trump, de fato, disse que em Hollywood, todos somos iguais!