O Irã envia uma delegação a Bangladesh para ajudar Rohingyas
O Irã envia uma delegação humanitária a Bangladesh para avaliar a situação dos refugiados Rohingyas que fogem da violência em Myanmar (Birmânia).
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Bahram Qassemi, disse na quarta-feira que a delegação humanitária - composta por equipe do Crescente Vermelho - chegará a Bangladesh na quinta-feira.
"A assistência humanitária da República Islâmica do Irã será distribuída entre os refugiados Rohingya em Bangladesh... A delegação iraniana também visitará o campo dos refugiados birmaneses na cidade de Cox's Bazar", disse Qassemi. Ele também apontou que, por luz verde do governo de Daca, o Irã está disposto a instalar um hospital móvel e um campo em Bangladesh para os refugiados, onde estão instalados cerca de 370 mil Rohingyas que fugiram nas últimas duas semanas por causa da crescente repressão que sofrem em Myanmar.
Qassemi acrescenta que, considerando a brutal repressão do Governo e do Exército de Myanmar sobre os Rohingyas, a embaixada iraniana na Tailândia entrou em contato com as autoridades birmanes para transmitir a preocupação de Teerã sobre um iminente genocídio contra esse grupo étnico Muçulmano.
O diplomata iraniano também enfatizou que Teerã usará todas as suas capacidades e fará tudo o que estiver ao seu alcance para enfrentar a violência contra os muçulmanos em diferentes partes do mundo, incluindo Myanmar.
O líder da Revolução Islâmica do Irã pediu à comunidade islâmica a pressionar a Mianmar para que detenha os crimes contra os Rohingyas. A este respeito, o porta-voz da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa da Assembleia Consultiva Islâmica do Irã (Majles), Seyed Hussein Naqavi Husseini, anunciou que esta comissão decidiu solicitar uma reunião com a Organização da Cooperação Islâmica para abordar a situação desastrosa dos Rohingyas e sua evidente limpeza étnica, conforme recomendado pelo líder da Revolução Islâmica do Irã, aiatolá Seyed Ali Khamenei. Naqavi indicou que os membros do Comitê de Segurança Nacional e Política Externa dos Majles lamentaram que essas atrocidades fossem realizadas em um país liderado por quem recebeu um Prêmio Nobel da Paz, a saber, Aung San Suu Kyi.
Nos últimos dias, as autoridades birmanes lançaram uma dura política de repressão contra os muçulmanos Rohingyas – matando muitos e queimando as suas casas. As Nações Unidas (ONU) calculam que a violência contra os Rohingyas deixou 1000 mortos, enquanto o governo de Bangladesh eleva o número para 3000.