A Liga Árabe anulará a medida dos EUA em Al-Quds
(last modified Sat, 06 Jan 2018 20:44:06 GMT )
Jan. 06, 2018 20:44 UTC
  • A Liga Árabe anulará a medida dos EUA em Al-Quds

A Liga Árabe (LA) insiste que Al-Quds (Jerusalém) é a capital do Estado da Palestina e condena a decisão dos EUA de reconhecer esta cidade como "capital" de Israel, também promete contrariar as consequências de tal medida.

Os chefes da diplomacia de seis países árabes e o secretário-geral da Liga Árabe anunciaram hoje uma iniciativa para convencer a comunidade internacional a reconhecer um Estado palestiniano com Jerusalém como capital.

Reunidos em Amã, capital da Jordânia, os países árabes anunciaram que vão procurar obter um amplo reconhecimento de Jerusalém como capital palestiniana, integrado na solução de dois Estados (Israel e Palestina), anunciou, em conferência de imprensa, o ministro dos Negócios Estrangeiros jordano, Ayman Safadi, ao lado do secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abulgueit.

Na reunião participaram os chefes da diplomacia de Jordânia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egipto, Marrocos e Palestina, que integram o grupo da Liga Árabe criado para avaliar a situação de Jerusalém depois de os Estados Unidos a terem reconhecido como capital do Estado de Israel.

"Concordámos em lançar um amplo movimento junto da comunidade mundial, com o objetivo de obter uma larga atitude política internacional de apoio a um Estado palestiniano independente, com Jerusalém Leste como capital", anunciou Safadi, acrescentando que o grupo concentrará esforços em "garantir que nenhum outro Estado tome a decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel ou de mudar a sua embaixada para Jerusalém".

Os países árabes tratarão ainda de pressionar Israel para que respeite as resoluções internacionais, enquanto descartam a validade legal do reconhecimento anunciado pelos Estados Unidos.  Safadi e Abulgueit adiantaram que a Liga Árabe celebrará, no final do mês, uma reunião de chefes da diplomacia "para avaliar o resultado" dos contatos do grupo com a comunidade internacional, principalmente com Rússia, China e União Europeia.

Abulgueit descreveu a reunião de Amã como "extremamente frutífera" e destacou os "êxitos" diplomáticos alcançados pelos países árabes na questão de Jerusalém: apoio de 14 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, apesar do veto dos Estados Unidos, e de 128 Estados na Assembleia Geral das Nações Unidas. "O nosso esforço é um processo contínuo, gradual e crescente", explicou o secretário-geral da Liga Árabe. Na reunião de hoje, foi discutida uma proposta para cancelar os tratados de paz firmados com Israel por parte de Egipto e Jordânia, mas Abulgueit adiantou que os ministros "decidiram, por unanimidade, aderir ao processo de paz como uma opção estratégica de acordo com a iniciativa de paz árabe", impulsionada pela Arábia Saudita.

Esta iniciativa ofereceu a Israel o reconhecimento do Estado judeu em troca da saída das tropas hebraicas de todos os territórios árabes ocupados durante a Guerra dos Seis Dias, de 1967, incluindo Jerusalém Leste.

A controvertida decisão dos EUA sobre Al-Quds, apresentada em 6 de dezembro pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causou indignação mundial e  protestos mesmo de seus aliados europeus mais próximos, também protestos na Palestina, o que resultou num número de  morto.

 

 

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