Novo chefe da ONU promete lidar com abuso sexual
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O novo chefe das Nações Unidas prometeu combater os abusos sexuais cometidos por "guardas da paz" da ONU em todo o mundo, declarando planos de elaborar uma nova abordagem de "mudança de jogo" para abordar a questão.
(last modified 2018-10-17T16:19:42+00:00 )
Jan. 07, 2017 16:27 UTC
  • Novo chefe da ONU promete lidar com abuso sexual

O novo chefe das Nações Unidas prometeu combater os abusos sexuais cometidos por "guardas da paz" da ONU em todo o mundo, declarando planos de elaborar uma nova abordagem de "mudança de jogo" para abordar a questão.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que sucedeu a Ban Ki-moon em 1º de janeiro, designou uma força-tarefa de nove membros na sexta-feira para elaborar uma nova estratégia visando melhorar a resposta à série de relatos prejudiciais e crescentes de abuso sexual Forças de paz da ONU.

De acordo com o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, a força-tarefa "relatará rapidamente como podemos avançar de novas maneiras, de maneiras mais ousadas, que podem quebrar alguma porcelana".

Dujarric afirmou ainda na sexta-feira que a força-tarefa apresentará uma "estratégia clara, mudança de jogo para conseguir uma melhoria visível e mensurável na abordagem da organização para prevenir e responder à exploração e ao abuso sexual".

As missões de paz da ONU foram atingidas por dezenas de relatórios apontando para o abuso e a exploração sexual, mas os estados contribuintes de tropas têm relutado em processar os acusados.

A nova abordagem fará parte de um relatório que Guterres deve apresentar à Assembléia Geral da ONU em fevereiro sobre as medidas tomadas para enfrentar o escândalo.

Em 2016, o relatório anual apresentado por Ban detalhou 69 alegações de abuso e exploração sexual contra tropas da ONU de 21 países.

Esse número subiu para 82 reclamações em meados de dezembro, de acordo com o site do Departamento de Manutenção da Paz da ONU, a maioria das quais envolveu as forças da MINUSCA (Missão Multidimensional Integrada de Estabilização das Nações Unidas na República Centro-Africana).

Grupos de direitos humanos queixaram-se da falta de responsabilização das forças de paz que servem em missões da ONU. Muitos têm evitado investigação completamente ou recebido punição leve.

Sob as regras da ONU, cabe a esses países tomar medidas contra os seus nacionais que enfrentam alegações credíveis de abuso e exploração sexual enquanto servem sob a bandeira da ONU.

O porta-voz das Nações Unidas sublinhou ainda que o organismo mundial não estava iludido de que poderia "aniquilar" essa má conduta, mas enfatizou que Guterres queria reforçar a resposta.

"É sobre como reagimos, como colocamos as vítimas no centro e é sobre a prestação de contas", disse Dujarric.

Quase 100.000 soldados e forças policiais de 123 países servem em missões de paz da ONU.