O México se recusa negociar NAFTA via Twitter
O governo mexicano disse que não negociará acordos comerciais ou qualquer outro aspecto de sua relação com os EUA em redes sociais.
O presidente Donald Trump, através da sua conta no Twitter atacou o México sobre as negociações de NAFTA e a crescente violência de carteis de droga do país latino-americano.
Em uma declaração que descarta as provocações via Twitter do Trump, o Ministério das Relações Exteriores do México disse que abordaria as negociações do NAFTA de forma "séria, responsável e construtiva".
"O México não negociará NAFTA, nem qualquer outro aspecto da relação bilateral, através de mídias sociais ou qualquer outra plataforma de notícias", disse o ministério.
Trump cedeu na manhã de domingo que o México - e o parceiro do NAFTA no Canadá - estavam sendo "muito difícil" nas negociações trilaterais para atualizar o NAFTA, que começou no início deste mês e está programado para continuar na Cidade do México em setembro.
Ele também sugeriu que iria seguir as ameaças anteriores para retirada dos EUA do pacto de comércio que ele chamou de "pior negócio já feito".
Trump tuitou também que o muro é necessário para conter o agravamento da violência no cartel de drogas do México, que causou a alta taxa de homicídio em últimos 20 anos. O presidente repetidamente disse que o México acabava com a conta do muro, algo que sua contraparte, o presidente mexicano Enrique Pena Nieto, se recusou a considerar.
Em sua declaração de domingo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros mexicano disse que não tem intenção de fazer um acordo para contribuir com fundos para construção do muro. "Como o governo mexicano sempre afirmou, nosso país não pagará, em nenhuma circunstância, por um mouro ou barreira física construída no território dos EUA ao longo da fronteira mexicana", disse o ministério, acrescentou: "Esta declaração não faz parte de uma estratégia de negociação mexicana, mas sim de um princípio de soberania e dignidade nacional".
O México também recuou as críticas de Trump sobre seus problemas de criminalidade, dizendo que uma das "causas profundas" da violência nos cartéis é alta demanda de drogas nos EUA.
As duas nações devem trabalhar juntas para enfrentar o desafio de reduzir o tráfico e a violência transfronteiriços, disse o ministro das Relações Exteriores.
"As organizações criminosas transnacionais mataram milhares de mexicanos, incluindo membros das Forças Armadas e policiais, e milhares de americanos, somente com base nos princípios de responsabilidade compartilhada, trabalho em equipe e confiança mútua, seremos capazes de superar esse desafio", enfatizaram autoridades mexicanas.