Islamitas protestam no Bangladesh por violência contra rohingyas
Pelo menos 10.000 islamitas manifestam-se hoje na capital do Bangladesh junto à embaixada da Birmânia em protesto pela violência contra a minoria muçulmana rohingya, noticiou a France-Presse.
Os manifestantes, que vestiam túnicas brancas e entoavam cânticos como 'Deus é grande', juntaram-se perto da grande mesquita de Dacca e o objetivo é chegarem à embaixada birmanesa.
O número de polícias nas ruas foi reforçado por receio de confrontos. O grupo islamita Hefazat-e-Islami, que convocou o protesto, disse que o objetivo é cercar a representação diplomática com manifestantes.
"Até agora, cerca de 10.000 pessoas juntaram-se à manifestação, afirmou à agência de notícias francesa Mahmudul Haq, chefe da polícia local, mas a organização estima que este número vá aumentar substancialmente ao longo do dia.
Entretanto, fontes policiais referiram que dois refugiados rohingya foram mortos por elefantes no sul do Bangladesh, enquanto dormiam numa tenda, fora dos campos de refugiados, que estão sobrelotados.
Cerca de 400.000 rohingyas, uma minoria muçulmana na Birmânia, fugiram para o Bangladesh desde 25 de agosto devido a uma onda de repressão e violência por parte do exército birmanês.
As Nações Unidas consideram esta violência como "limpeza étnica".
Este conflito tem gerado a indignação da comunidade internacional e uma onda de solidariedade no mundo muçulmano e já se registaram manifestações de apoio aos rohingyas em países como o Paquistão, Malásia ou Indonésia.
Grupos islamitas do Bangladesh apelaram ao seu Governo para que entre em guerra contra a Birmânia e a intervir militarmente no estado de Rakhine para defender os rohingyas.