Primeira-ministra do Bangladesh garante que continuará a ajudar rohingya
A primeira-ministra do Bangladesh, Sheikh Hasina, disse hoje que o seu Governo continuará a apoiar cerca de um milhão de muçulmanos rohingya que fugiram da Birmânia (Myanmar) para escapar da violência.
Hasina disse que o Governo tem em curso um plano para construir abrigos temporários para os rohingya com o apoio de agências internacionais.
Sheikh Hasina, que falava no aeroporto de Daca quando regressava de Nova Iorque, depois de participar na Assembleia Geral das Nações Unidas, descreveu a violência na Birmânia como uma "limpeza étnica".
Mais de 500 mil muçulmanos rohingya chegaram ao Bangladesh desde o final de agosto, devido a uma operação do exército birmanês.
A Birmânia não reconhece os rohingya como um grupo étnico, mas sim migrantes do Bangladesh que vivem ilegalmente no país, e foi alvo de críticas internacionais por não ter parado a violência recente que provocou o êxodo dos rohingya, sendo considerada a maior crise de refugiados a atingir a Ásia em décadas.
As Nações Unidas classificaram a 02 de outubro como "inimaginável" o "nível de sofrimento humano" no oeste da Birmânia (Myanmar), que tem sido palco de violência contra a minoria muçulmana rohingya há mais de um mês.
A organização exigia há várias semanas o acesso à zona norte do Estado de Rahkine, de onde fugiram para o Bangladesh mais de meio milhão de rohingyas.
A ONU, juntamente com vários embaixadores, esteve nas principais zonas de conflito, numa visita de um dia organizada pelo Governo birmanês.
Num comunicado, a ONU pediu o "fim da violência" e também "um acesso sem restrições para a ajuda humanitária" e para as organizações de defesa dos direitos humanos para que possam fazer uma "avaliação global da situação no terreno" que permita responder "às necessidades de todas as comunidades".
A violência e a discriminação contra os rohingyas intensificaram-se nos últimos anos: tratados como estrangeiros na Birmânia, um país em que mais de 90% da população é budista, são a maior comunidade apátrida do mundo.
Desde que a nacionalidade birmanesa lhes foi retirada em 1982, têm sido submetidos a muitas restrições: não podem viajar ou casar sem autorização, não têm acesso ao mercado de trabalho, nem aos serviços públicos (escolas e hospitais).