EUA "considerando sanções" contra Myanmar
Os Estados Unidos anunciaram que estão a considerar sanções contra a Birmânia, nomeadamente contra militares implicados nos atos de violência contra a comunidade muçulmana dos rohingyas, causando um êxodo em massa.
"Expressamos a nossa mais profunda preocupação em relação aos recentes acontecimentos no estado de Rakhine e aos violentos abusos traumáticos que os rohingyas e outras comunidades sofreram", afirmou, em comunicado, a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, anunciando uma série de medidas punitivas.
"É imperativo que quaisquer pessoas ou entidades responsáveis por atrocidades, incluindo os atores não estatais e grupos paramilitares, sejam responsabilizados", disse a porta-voz, anunciando novas medidas "além das restrições existentes" em relação às forças armadas birmanesas e ao embargo norte-americano "de longa data em todas as vendas de equipamentos militares".
Entre estas medidas, contam-se a suspensão do exame de dispensas de viagem para os altos responsáveis militares birmaneses e a anulação de convites feitos aos altos responsáveis das forças de segurança birmanesas para participarem em eventos nos Estados Unidos.
Os Estados Unidos anunciaram também estudar a colocação em prática de "medidas económicas específicas contra indivíduos ligados a atrocidades".
Os chefes do exército birmanês são "responsáveis" pela crise da minoria muçulmana dos rohingyas, disse na quarta-feira o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson.
Segundo os mais recentes dados das Nações Unidas, mais de 580.000 muçulmanos rohingyas fugiram da Birmânia desde 25 de agosto, para se refugiarem no vizinho Bangladesh.