ONU recebe novas denúncias sobre abusos sexuais de capacetes azuis
A ONU tem recebido novas denúncias sobre supostos abusos sexuais cometidos pelos capacetes azuis de sua missão em República Centroafricana (RCA), desta vez por parte de militares marroquinos e burundeses.
O porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU), Stephane Dujarric, contou que os 'capacetes azuis' de Burundi têm sido acusado de explodir sexualmente a uma mulher em fevereiro.
Dujarric tem contado que tanto as autoridades de Marrocos como as de Burundi têm sido informadas, depois do qual têm dez dias para comunicar à ONU a abertura de uma investigação. Se não o fazem, a organização internacional seguirá com suas pesquisas internas.
"Os marroquinos já têm dito que o pesquisarão", tem avançado Dujarric, em declarações aos meios de comunicação desde a sede de Nações Unidas em Nova York (EUA). Burundi dará sua resposta ao longo desta semana.
Ademais, Dujarric tem revelado que a ONU tem recebido novas denúncias sobre abusos sexuais cometidos por 'capacetes azuis' e por efetivos tanto civis como militares alheios a Nações Unidas na prefectura de Kemo entre 2014 e 2015.
Segundo um relatório interno, no ano passado teve 99 denúncias de abusos sexuais por parte das forças de pacificação, em frente às 80 de 2014. A maioria dos casos denunciados em 2015 (69) concentraram-se em dez missões, sobretudo na de República Centroafricana.
Em resposta a este incremento, o passado 11 de março o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) adotou a primeira resolução que aborda a problemática dos abusos sexuais cometidos pelos 'capacetes azuis' contra a população dos países aos que são destinados em missão humanitária.
De acordo com a resolução, os 'capacetes azuis' serão repatriados quando tenha "evidências creíbles de abusos sexuais amplos e sistemáticos" e quando os países não pesquisem os casos ou não sancionem aos responsáveis.
O CSNU também instou às forças alheias à ONU mas autorizadas pela organização internacional, isto é, as nacionais, a adotar "as medidas adequadas para prevenir e combater a impunidade dos abusos sexuais".