"Trump prometeu a Netanyahu sair do pacto nuclear com o Irã"
Pars Today- O presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu o primeiro-ministro israelense Benyamin Netanyahu na segunda-feira que Washington vai abandonar o acordo sobre o programa iraniano de energia nuclear se a Alemanha, a França e o Reino Unido não se comprometerem a introduzir mudanças importantes nela.
"O presidente Trump disse ao primeiro-ministro Netanyahu em sua reunião na Casa Branca na segunda-feira passada que ele não mostraria flexibilidade nas negociações", com Berlim, Paris e Londres, disse um jornalista israelense no domingo citando alta autoridade do regime Tel Aviv que não queria que seus nomes fossem publicados.
Trump teria dito a seu convidado que os três governos europeus até agora não aceitaram as propostas de "mudanças estéticas" no Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA), da qual a Rússia e a China também fazem parte, e que foi aprovado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU).
Se os três governos europeus não aceitarem esse compromisso, os Estados Unidos se retirarão do acordo, assegurou Netanyahu. Trump, em 2016 declarou que sua "prioridade número um" como presidente seria "desmantelar" o acordo nuclear, quando tinha oferecido um discurso para reunir o apoio do Comitê Americano de Assuntos Públicos de Israel (AIPAC, por sigla em inglês).
Na semana passada, foi o vice-presidente dos EUA, Michael Mike Pence, que fez a mesma promessa na conferência anual de lobby pro-Israel (AIPAC), algumas horas depois da reunião entre Trump e Netanyahu na Casa Branca.
Desde os primeiros meses do seu mandato, o presidente norte-americano encontrou a dificuldade, para cumprir sua promessa à AIPAC, devido ao caráter internacional da JCPOA e que sua oposição pública ao acordo até pouco credível suas acusações contra o Irã de não cumprir sua parte -regularmente negado pela Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA).
O próprio Trump também violou o acordo flagrantemente, por exemplo, em maio do ano passado, pressionando dezenas de autoridades europeias na cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em Bruxelas para impedir que façam negócios com o Irã, sabotando a "normalização das relações comerciais e econômicas" estipulada no JCPOA.
Após duas reuniões realizadas nos últimos dois meses entre representantes dos EUA, Alemanha, Reino Unido e França sobre o acordo nuclear, espera-se que nesta quinta-feira comece em Berlim (capital alemã) uma nova rodada em torno do mesmo pergunta.
O empenho de Trump em mudar ou descartar o acordo nuclear de 2015 do Irã com grandes potências e os temores com a atuação iraniana na Síria estiveram no topo da pauta de suas conversas com Netanyahu, relataram autoridades norte-americanas e israelenses.
Os dois líderes vêm protestando há tempos contra o acordo, citando sua duração limitada e o fato de que não contempla o programa de mísseis balísticos de Teerã ou seu apoio a militantes anti-Israel na região. “Se eu tivesse que dizer qual é o maior desafio no Oriente Médio para nossos dois países, para nossos vizinhos árabes, está encapsulado em uma palavra: Irã”, disse Netanyahu. “O Irã precisa ser contido. Este é nosso desafio comum”.
Israel vem acusando Teerã de buscar uma presença militar permanente na Síria, onde forças apoiadas pelo Irã apoiam o presidente Bashar al-Assad em uma guerra civil. Trump deu a entender que os palestinos estão ansiosos para voltar às negociações com Israel, e disse que se não estiverem “não se tem paz”. Não se espera nenhum grande avanço ou anúncio do encontro entre Trump e Netanyahu, cujo relacionamento com o presidente dos EUA é um dos mais próximos que ele tem com qualquer líder mundial.
Atitudes polemicas de Trump, come exemplo de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e transferir a embaixada de Tel Aviv para lá reverteu décadas de política externa norte-americana, irritou aliados árabes e complicou as tentativas de seu governo de ressuscitar as conversas de paz israelo-palestinas, emperradas há tempos.
Trump, com Netanyahu ao seu lado no Salão Oval, disse estar cogitando aquela que seria sua segunda visita a Jerusalém como presidente. “Estamos pensando em ir”, Trump disse. “Se puder, irei”.