Irã e 38 anos de Luta Soberana e Digna- Parte II
(last modified Fri, 10 Feb 2017 09:39:33 GMT )
Fev. 10, 2017 09:39 UTC
  • Irã e 38 anos de Luta Soberana e Digna- Parte II

Na Parte I deste artigo argumentou que a outrora "ilha de estabilidade" com que o ex-presidente dos EUA Jimmy Carter definiu o Irã sujeita a dominância dos EUA se veio abalada por uma Revolução.

Uma revolução que começou a mudar não apenas estruturalmente a nação iraniana, como também a correlação de forças no Médio Oriente e na Ásia Central.

Em seus 38 anos desde o triunfo da Revolução, a República Islâmica do Irã teve que ampliar a sua atenção a todos os níveis, reforçar a sua capacidade de dissuasão, elevando o moral combativo de suas tropas, desenvolvendo a sua indústria, a investigando, criando inovar apesar das restrições e bloqueios que dia a dia tem de superar. Um combate que não desiste em virtude de determinação de seus inimigos ocidentais e regionais decididos a destruir o Irã "mergulha-lo na Idade da Pedra", como é comum escutar em apocalípticos discursos e em monótona repetição dos governos sionistas sejam estes Trabalhistas ou Likud.

O imperialismo e o Sionismo, Uma Aliança Cega e Bruta.

Sitiar e destruir o Irã, não só porque é uma potência regional e tem uma influência decisiva para os povos da região em sua luta pela auto-determinação, como o Eixo de Resistência. Destruir pela cobiça que despertam seus recursos naturais como o petróleo, gás, mas também porque o bloco contra o Irã acredita que destruir a revolução iraniana será um bom escarmento a quem se atreva falar e se mover pela soberania e dignidade contra o intruzamento mundial. O Ascenso como potência regional de um Irã dotado de energia a apesar do desgaste, de horror das pressões e bloqueios, de vontade, da ânsia por derruba-lo, parecem justificar a decisão ocidental. O triangulo Washington, Londres e Tel Aviv tecem planos para concretizar os seus objetivos, a contrariar qualquer decisão de organizações internacionais, apesar dos chamados de alerta. A ganância é mais forte e esse desejo os cega e brutaliza.

Por que o rancor dos governos dos Estados Unidos contra o Irã? Como entender uma política de dois pesos e duas medidas em matéria de aceitar, endossar e apoiar o programa nuclear de Israel-que não faz parte do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, mas os ataques, sanções e pressão sobre o Irã, que é signatário do TNP e que busca através de esse programa sua independência energética e, especialmente, a defesa de sua soberania? Uma resposta a estas perguntas, básicas, mas essenciais, para entender do comportamento do Irã frente a décadas de agressão, refere-se à defesa incondicional da soberania de um país, que não se tem deixado submeter a pressões, ataques, cercos e políticas de somente dos Estados Unidos, que, juntamente com os governos da França, Grã-Bretanha e Israel, principalmente, têm dedicado seus esforços para impedir o processo de mudança que o Irã tem começado a viver dede 1979.

Ontem foi a desculpa para pressionar Teerã, a quem não se perdoaria a derrubar a uma monarquia aliado incondicional do Ocidente. Mais tarde, se acusou o Irã de expansionismo territorial na sua guerra de defesa contra a agressão iraquiana na década de oitenta do século XX. Uma guerra criminal, que contou com a cumplicidade do Ocidente. Após a fracassada guerra, se acusou o Irã de tentar espalhar xiismo na região, em função da defesa de países e movimentos aliados como a Síria, do Hezbollah e de maioria da população xiita do Bahrein. Esgotado este recurso político e comunicacional hoje Washington exerce o programa nuclear como uma desculpa perfeita para sindicar o Irã como uma ameaça para a paz mundial, apesar da assinatura de acordos nucleares entre o G5 + 1, tendo os Estados Unidos como um dos signatários ainda continua com comportamento agressivo contra o governo e o povo iraniano.

Estes dias, o programa de defesa de mísseis balísticos também serve como outra desculpa para Washington e seus ecos regionais como é o regime sionista, que alertam aos quatro cantos do mundo sobre testes de mísseis iranianos. O ministro da Defesa da nação iraniana, o brigadeiro-general Hussein Dehqan, disse na pesada quarta-feira, o primeiro de fevereiro de 2017 que “estes testes não violam de alguma forma o Plano Integral de Ação Conjunta - JCPOA, por sua sigla em Inglês- ou resolução 2231 do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O recente teste foi no quadro dos programas defensivo que mantém o país. O Irã não permite nem necessita nenhuma intervenção estrangeira em seus assuntos", disse bruscamente Dehqan.

Se se trata de atacar o Irã, tudo serve para os EUA, seus aliados ocidentais e do regime sionista, o importante é sempre procurar novos campos onde trata de desestabilizar, enfraquecer e não deixar avançar os processos políticos de países que não se alinham com o discurso dominante. A dignidade de povos molesta o imperialismo, o incomoda que alguém fora da sua orbita demonstrar que pode avançar na independência e não seja como ovelhas e países acondicionáveis e sujeito ao poder de Washington. Se não for adesão e submisso, então os países arriscam a estabelecimento de politicas como os denominados Golpes Suaves –como sofrendo Venezuela – a política de agressão através de gangues terroristas como acontece na Síria, Líbia, Iraque, ou medidas coercivas se não houver adesão e submissão como sofrendo o Irã, destinada a privá-lo do sal e da água.

Portanto, encontrar desculpas mostra que o programa nuclear do Irã -apesar de todos os compromissos assumidos por Teerã- segue sendo o carro-chefe de Washington e seu complexo industrial militar, que foi encontrado em Donald Trump, ouvidos receptores de para intensificar pressões contra o Irã. Do ponto de vista da lógica e racionalidade, o desenvolvimento nuclear iraniano faz parte não só das suas decisões como um país soberano, é também faz parte de um jogo político e negociação. É uma das maneiras que tem Teerã de alertar as nações como Israel, Arábia Saudita e Turquia, que é capaz de desenvolver seu programa nuclear e que também, se quisesse, poderia desenvolver armas nucleares. Mas essa decisão está descartada por decreto religioso emitido pelo líder supremo da Revolução Islâmica, o aiatolá Seyed Ali Khamenei sobre a proibição da produção de armas nucleares e outras armas de destruição em massa como contrária às suas crenças. Tão clara.

Isso não é o suficiente para Washington e seus fantoches regionais, que escondem os objetivos reais por trás de seus ataques ao Irã: Debilitar seu governo a ponta de sanções e diminuir o seu estatuto de potência e as linhas de liderança regional, que foi consolidada desde uma década. Está tão presente na fabricação de matrizes de opinião contra o Irã, séries e filmes norte-americanos mostram a nação iraniana como um inimigo constante e dentro desta uma daquelas obras audiovisuais, uma série de televisão chamada “Homland” tem o programa nuclear iraniano no centro a trama que envolveria a CIA, Mossad, Palestina, Síria, um novo "presidente" norte-americano em uma caracterização da nação iraniana como um inimigo a qual deve ser derrubado.

Ele está constantemente tentando demonizar o Irã e se submergir em cumplicidade mais baixa à entidade sionista, desestabilizadora crônica da região, a ameaça para a paz no Médio Oriente e apresentado na imaginação dos meios de comunicação ocidentais como a maior "Democracia no Oriente Médio". Uma falácia que o estilo de geobbeliano, de tanto repetição é considera certa nos escassamente críticos midiáticos ocidental. No caso de Israel, apesar de sua recusa em admitir que tenha entre 200 e 400 artefatos nucleares, que é uma realidade inegável. Não só os cientistas daquele país, como John Amorin e Mordecai Vanunu -que revelou esta informação para o Sunday Times Inglês que significa ser sequestrado por pela Mossad e trouxe a Israel, onde ele foi julgado por traição –tem dado a conhecer a posse de armas nucleares pelo regime sionista mas também relatórios de inteligência que vazou tanto da Mossad como da CIA e aliados de Israel do regime, como as agências de inteligência da França e da Inglaterra.

O regime de Israel tem desenvolvido seu programa nuclear para criar armas de destruição em massa, desde 1958, no Centro de Investigação Nuclear de Negev, vizinho da cidade de Dimona, sob a proteção e o apoio político, financeiro e tecnológico de países como Estados Unidos, Inglaterra e França, cúmplices ativos na violação de leis internacionais que se exigem a outros, mas se justificam, descaradamente quando se trata de o aliado sionista.

A luta que os governos dos EUA haviam levado contra o Irã desde a vitória da revolução, sob os governos de Jimmy Carter, Ronald Reagan, George Bush, Bill Clinton, George W. Bush, Barack Obama e o início do governo de Donald Trump, é a expressão de uma forma de entender as relações internacionais, da arrogância, a busca pela supremacia e hegemonia na arena internacional e, acima de tudo, o profundo desprezo pelas preocupações de soberania dos povos. É claro que, se em esta busca da submissão dos outros em coloca-los de objetivos geoestratégicos de Washington tem que destruir uma sociedade, fragmentar Estados, Balcanizar regiões inteiras, fazer poeira anos do desenvolvimento social, afundar no pântano e o horror a países e causar a morte de centenas de milhões de seres humanos, então eles vão: sem nojo, desprezo e efetividade.

Apesar da decisão do governo do ex-presidente Obama de avançar em um processo de negociação com o Irã, existe nos Estados Unidos e a intensificada nos últimos dias, com a posse de Donald Trump uma luta silenciosa entre aqueles que desejam materializar as sanções, buscar alternativas de entendimento, com outras posturas bastantes belicistas. Este criado por um Partido Republicano e um gabinete presidencial, que asseguraram que devem empurrar novas sanções contra o Irã -agora sob o disfarce de testes de mísseis pela nação iraniana- na a contramão dos acordos alcançados em julho do ano 2015 entre o país persa e do G5 + 1, onde se determinou o fim das sanções após o cumprimento dos compromissos assumidos por Teerã no processo de negociação. O objetivo dos Falcões é claro: enfraquecer o Irã, a fim de atingir os seus planos de cercar a este país e restaurar e recompor a sua hegemonia regional.

Hoje, no início de 2017, no Ocidente, 1395 no calendário iraniano, em plena agressão contra o povo do Irã para defender a soberania desta antiga cultura é também sinônimo de dignidade, conceitos que muitas vezes sofrem uma saraivada de bombas lançadas por aviões, invasões, mísseis que surcam nos céus de frotas estacionadas a centenas de quilómetros, as incursões áreas que não respeitam as crianças e mulheres que destroem o que havia construído há milhares de anos. Soberania e dignidade são conceitos carentes de significado para os Estados Unidos e seus parceiros ocidentais e do Médio Oriente, mas não para o povo iraniano em uma conduta digna de admiração. Dignidade é uma arma poderosa e quando é parte da defesa da soberania de um país, geralmente ser bom acompanhante à hora de utilizar os misseis de Ghadir, Nasr e Basir que sobem a céu em defesa de uma revolução tem cumprido o seu 38º aniversario.