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Azerbaijão Oriental
Estimados ouvintes, como recordam, no programa anterior lhes apresentamos a província de Azerbaijão Oriental, situada ao noroeste do Irã e tínhamos conhecido a sua natureza e alguns pontos históricos desta província.
No programa de hoje, iremos lhes apresentar o artesanato e outras obras históricas da região. Acompanhem nos neste percurso.
A província de Azerbaijão Oriental é um dos centros de artesanatos do Irã onde as atividades mais importantes são a tecelagem de tapetes, Gilim-bafi (fabricação de um tipo especifico de tapete), os artesanatos de madeira (como Khatam, Monabat, Moaraq, etc.). Os tecidos feitos de lã e de seda, as estampadas tradicionais, trabalhos de vidros, a cerâmica, e as gravuras no metal, entre outros. Não será a nossa intenção de apresentar todas as atividades de artesanatos da província neste curto programa, mas levaremos aos seus conhecimentos os mais destacados trabalhos artísticos e artesanais.
Quanto à tecelagem de tapetes, a província de Azerbaijão Oriental tem uma trajetória bem remota. O nome do tapete iraniano está associado à cidade de Tabriz, onde se tecem tapetes manuais de excelentes qualidades.
Os artistas desta parte do território iraniano com imaginações, talentos e mãos hábeis criaram pacientemente os melhores tapetes que chamam a atenção dos apreciadores desta arte.
(Segundo os documentos, no século III da hégira )(sec.IX), Azerbaijão era um dos grandes centros da tecelagem de tapetes. Na época de Saljuqi e Ilkhanian (no século XI até a metade do XIV), era muito frequente a arte de tecer tapetes. Segundo as miniaturas do livro Khamse de Nezami, obra de Qasem Ali, e outras obras que expõem os desenhos dos tapetes, esta arte se desenvolveu na época de Teimurian e, se desenvolveu mais tarde na época de Safavitas; nesta última, criaram-se novos desenhos chamados Sajadehi, Golo-Bute, Lachako- Toranj, também se começou a desenhar animais e, sobretudo, o desenho de Flore de Shah Abasi com variação de cores e em seda. Tudo isto, aumentou a qualidade dos tapetes.
Hoje em dia, encontram-se exemplos de tais tapetes em vários museus do mundo.
Atualmente, Azerbaijão é um dos importantes centros de fabricação de tecidos e produção de tapetes no Irã. Esta indústria, é frequente nas cidades de Azerbaijão em oficinas e, anualmente exportam-se aos mercados nacionais e internacionais diferentes tipos dos grandes e pequenos tapetes feitos manualmente.
A cidade de Tabriz é um dos maiores centros de tapete do Irã e, o intercâmbio de compra-venda se remonta à época de Holaku-khan Mongol (na segunda metade do século XIII). O desenho dos tapetes de Tabriz inspira-se nos desenhos tradicionais em que nos últimos 300 anos, não houve mudanças importantes no seu desenho tradicional.
A boa qualidade e a arte dos tapetes feitos à mão de Tabriz, junto com as amplas facilidades em diferentes épocas, têm levado o desenvolvimento e a produção de industriais, que deram muita importância aos tapetes desta cidade, de tal maneira que, nos mercados europeus e norte-americanos, os tapetes com os desenhos de Tabriz têm muitos apreciadores e procura.
Como havíamos referido no começo do programa, Azerbaijão Oriental conta com um variado tipo de artesanato. Os produtos de cerâmica da província também se produzem nas cidades de Tabriz e Zonuz. E outras cidades como Shabestar também tem um longo antecedente em cerâmica, a ser distribuídas por toda a província.
Os bordados são também outra forma artesanatos frequente nesta região, especialmente na cidade Mamaghan localizada a 50 quilômetros ao oeste do Tabriz. Os artistas aplicam, com uma habilidade muito especial, os fios de seda de várias cores em toda a superfície da teia, mas hoje em dia usam a seda artificial.
Os formosos desenhos e também modelo dos bordados de Mamaghan, os diferencia de outras regiões do Irã, na maioria aplicados nas peças vestuários como mantas, lençóis e mesmo nos edredons e etc.
O tingimento Batik ou Colaqehi é outro artesanato de Azerbaijão Oriental que é frequente na cidade de Oscu. O tingimento Batik é uma técnica tradicional utilizada para tingir tecidos. Oscu é a única cidade onde ainda continuam com esta técnica.
O tingido de Batik faz-se sobre lenços de seda e, normalmente, nas quais se usam os desenhos tradicionais. O processo é o seguinte: cobrem com a cera as partes desejadas da tela de seda, as quais também são fabricadas pelos mesmos artistas de Oscu, e, depois tingem outras partes. O produto final apresenta-se como diferentes tipos de tecidos.
Queridos amigos, os turistas que visitam a cidade de Tabriz, além de comprar os artesanatos e os valiosos tapetes, também levam como lembrancinhas para suas famílias frutas secas e pasteis tradicionais da província de Azerbaijão.
As frutas secas, como as ameixas e o pêssego descascadas de Tabriz são conhecidas, há muito tempo, por sua boa qualidade, as quais se produzem nas cidades do sul de Azerbaijão Oriental, sobretudo, em Maragheh.
Os pasteis como Eris, Qorabeh, Noqa, etc. são outros dos presentes da província de Azerbaijão Oriental que encantam muitos turistas.
Na última parte do programa de hoje, apresentaremos outro monumento conhecido na história da província de Azerbaijão que é a Catedral de San Stepanous, situada a 16 quilômetros ao oeste da cidade de Jolfa e a três quilômetros ao sul do rio fronteiriço Aras, em uma zona chamada Qezel Wanak (Someh Sorkh).
A catedral San Stepanous é a segunda igreja mais importante dos armênios do Irã, a primeira é a catedral Qareh Kilisa.
San Stepanous foi construída no século IX e reconstruída na época safavida, depois de danos causados por vários terremotos. A catedral conta com um castelo alto com sete torres de vigilância, o alpendre, o monastério, a torre, o sino. Ela é respeitada tanto pelos cristãos como por outras religiões. Mas, de fato, pertence aos cristãos gregorianos que atualmente vivem em Armênia. Um dia ao ano, milhares dos armênios reúnem-se neste local onde realizam seus próprios cultos. O nome da catedral, San Stepanous, vem do nome do primeiro mártir no caminho do cristianismo, que foi uma das personalidades mais conhecidas do século primeiro. A catedral registrou-se 5 de março de 1963, como uma das obras nacionais do Irã.
A catedral encontrou-se em um vilarejo chamado Dareh Sham.