Abr. 05, 2017 07:36 UTC
  • Violação dos direitos humanos no Ocidente de ilusão à realidade 8 (2017)

As medidas excessivas de alguns governos ocidentais, a guerra e a desigualdade são problemas sérios em alguns países. A Organização das Nações Unidas (ONU) advertiu em seu último relatório de que o mundo está sofrendo a maior crise humanitária desde o fim da II Guerra Mundial.

A coalizão liderada pela Arábia Saudita faz quais três anos que tem desencadeado um ataque global sobre o Iêmen, mantendo o seu bloqueio por terra, mar e ar, fazendo todo o possível para obstruir a entrada de alimentos e ajuda humanitária a este país. As aeronaves da coalizão impedem que os navios que transportam ajuda humanitária chegassem aos portos de Iêmen. Como resultado de ataques da coalizão saudita, dezenas de milhares de iemenitas foram mortos ou feridos e o país está enfrentando uma crise grave de saúde e alimentação. Durante este período, escolas, mesquitas, hospitais e centros médicos, incluindo os de Médicos Sem Fronteiras (MSF) não estavam salvos dos ataques.

Uma organização iemenita de direitos humanos salientou num recente relatório que durante há mais de dois anos de agressão saudita contra o Iêmen, 10,811 pessoas morreram e outras 37.888 ficaram feridas, também a infra-estrutura do país tem sido destruída ou severamente danificada.

A organização de direitos humanos no seu relatório dirigido ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, disse que do número de mortos no Iêmen por ataques sauditas, 649 foram mulheres e 1002 crianças, e o resto de 9160 homens. Este relatório reflete o período entre janeiro de 2015 e janeiro de 2012. Ele acrescentou que das 37,888 pessoas feridas, 3875 são mulheres, 2224 crianças e 19.868 homens. O relatório não menciona a situação dos feridos. De acordo com o relatório, 315 pessoas morreram e 358 ficaram feridas pela explosão de minas colocadas em áreas residenciais, povoações, campos e ruas do Iêmen.

Iêmen sofre quase três anos de bombardeios da coalizão dirigida pela Arábia Saudita, que se traduz em uma crise humanitária grave e está à beira total da fome devido ao bloqueio permanente da coalizão Árabe, adverte a ONU.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em seu último relatório, havia relatado que, por causa da agressão saudita morreram no Iêmen pelo menos 1546 crianças e ficaram incapacitadas outras 2450 crianças. Esta agência internacional afirma: "desde o início da campanha militar liderada por Arábia Saudita em março 2015, pelo menos 1546 crianças iemenitas foram mortos." Este relatório analisou o período entre o março 2015 a 10 de Março de 2017.

Durante este tempo, pelo menos 1546 crianças morreram e 2450 outras sofreram deficiências e incapacitações no Iêmen. De numero dos mortos, 1.022 eram homens e 478 mulheres e não especifica o gênero de 46 de crianças.

De acordo com o relatório da UNICEF, a Arábia Saudita lançou 212 ataques a escolas e 95 outros aos hospitais. Hospitais de Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Iêmen também não foram poupados nestes bombardeios. O documento indica que o número de mortos dos ataques da coalizão sob a liderança da Arábia Saudita atinge 7700 pessoas e os feridos a 42.550.

Sobre a guerra contra o Iêmen, a ONU alertou que o país está à beira de sofrer de fome generalizada. Diretor Executivo do Programa Mundial de Alimentos (PAM) das Nações Unidas, Ertharin, alertou sobre a ameaça de fome e seca de milhões de pessoas no Iêmen. Numa conferência de imprensa em Amã, capital da Jordânia, disse que "os armazéns da nossa comida no Iêmen são apenas suficientes para três meses e não têm alimentos necessários e adequados para evitar fome e seca".

Esta responsável das Nações alertando que "a situação no Iêmen é muito grave", afirmou "na corrida contra o tempo, se não for prolongada e ampliada o círculo de assistência, incluindo a aqueles que sofrem de falta de segurança alimentar, vamos ver uma situação semelhante à fome em algumas zonas, de difícil acesso. Isso significa que muitos morrerão. O desafio é chegar a áreas que são inacessíveis, onde vivem muitas pessoas que sofrem de insegurança alimentar grave".

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura (FAO) anunciou em fevereiro que, segundo as avaliações, o trigo em Iêmen não vai chegar para mais de um mês. A ONU pediu dois bilhões de dólares para cobrir a ajuda humanitária no Iêmen durante 2017, pois acredita que este país sofre a maior crise de segurança alimentar no mundo.

O secretário-geral adjunto de Assuntos Humanitários, Stephen O'Brien, disse que o Iêmen sofre pela guerra a maior crise humanitária no mundo de hoje, de modo que dois terços de sua população, ou seja, 18,8 milhões de pessoas precisam desesperadamente de ajuda e outros 7 milhões de pessoas não têm acesso a alimentos. A guerra no Iêmen até agora deixou 7.400 mortos e mais de 40.000 feridos. Só nos últimos dois meses, mais de 48 mil pessoas deixaram o Iêmen, o país mais pobre do mundo árabe.

O'Brien disse que durante reuniões recentes, ambos os lados do conflito concordaram em permitir o fornecimento de ajuda humanitária e respeitar as normas internacionais. Em fevereiro passado, pouco mais de 4,9 milhões de pessoas receberam ajudas alimentares. Se as partes envolvidas na guerra pelo poder no Iêmen não mudem o seu comportamento, são responsáveis, além das mortes mencionadas, pela fome e seca e mais inevitáveis ​​perdas humanas desnecessárias.

Precisas- se mais de 2,1 bilhões de dólares para o envio de alimentos ao menos 12 milhões de pessoas que no Iêmen necessitam de ajuda urgente. Até agora, apenas tem conseguido 6 por cento deste valor. Está previsto que se realize uma reunião a nível ministerial em 25 de abril em Genebra sobre a extensão dos recursos financeiros necessários para o Iêmen.

Apesar de todas as consequências desumanas no Iêmen, alguns governos ocidentais continuam seus ataques contra iemenitas. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também concordou em continuar os ataques contra este país. De fato, em um bombardeio americano em fevereiro, executado em Radaa na província iemenita de al-Bayda, vários civis e um soldado norte-americano William Rayan Evans foram mortos, também foi destruído um avião dos EUA de 75 milhões de dólares.

Chefe do Estado Maior do Exército dos EUA, Joseph Vettel, em uma reunião com o Comitê de Serviços Armados do Senado, sobre este ataque, que provocou a crítica de muitos, disse que "nosso objetivo era promover a conscientização sobre a ameaça da -Qaeda, um perigo eminente que ameaça diretamente o nosso território.”

O presidente do comitê de Serviços das Forças Armadas do Senado, John McCain, em resposta ao comando militar, disse: "Quando morrem mulheres e crianças e se destruí um avião de 70 milhões e não capturar ninguém, de fato, essa operação não tem sido bem sucedida.”.

As medidas excessivas de alguns governos ocidentais, a guerra e a desigualdade são problemas sérios em alguns países. A Organização das Nações Unidas (ONU) advertiu em seu último relatório de que o mundo está sofrendo a maior crise humanitária desde o fim da II Guerra Mundial.

O Secretário-Geral Adjunto para os Assuntos Humanitários das Nações Unidas, Stephen O'Brien, em sua palestra de 10 de março, salientou que mais de 200 milhões de pessoas em quatro países do mundo se sofrem com seca e grave escassez de alimentos.

O'Brien pediu fornecer 4,4 bilhões de dólares de recursos financeiros necessários até julho de alimentos e ajuda médica na Nigéria, Somália, Sudão do Sul e para o Iêmen a fim de evitar um desastre humanitário.

"Caso contrário, muitas pessoas vão se perder a sua vida de fome. Sem esforços globais concertados e coletivos, muita gente é condenada à morte por inanição e escassez de alimentos. Mais pessoas vão enfrentar a morte devido à doença", lembrou em relatório apresentado ao Conselho de Segurança da ONU.

Aludindo ao Sudão do Sul, O'Brien disse: “Durante uma recente viagem ao Sudão do Sul chegaram a esta conclusão que as condições deste novo país vai ser pior do que antes”. Mais de 7,5 milhões de sul-sudaneses que necessitam de assistência. Este valor em comparação com o ano anterior aumentou em 1,4 milhões de pessoas. Cerca de 3,4 milhões de pessoas foram deslocadas.

Na Somália, a situação é catastrófica. Mais da metade da população do Corno de África -6.2 milhões de pessoas- precisam de assistência humanitária e proteção. Pelo menos 2,9 milhões de pessoas estão em risco de fome e seca. Cerca de um milhão de crianças menores de 5 anos sofrem de desnutrição. Também no nordeste da Nigéria, 10,7 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária, incluindo 7,1 milhões de nigerianos que estão em extrema necessidade de ajuda alimentar.