Violação dos direitos humanos no ocidente da ilusão à realidade (28) (2017)
Apesar de passar mais de 200 anos da abolição da escravidão, todavia continua este modo da exploração humana. A escravidão está se espalhando em várias formas ao redor do mundo.
Segundo a investigação conduzida pela organização de defesa dos direitos humanos, "a escravatura moderna está presente nos 167 países em que foi feito o estudo", e abrange tráfico humano, exploração sexual, trabalho forçado, servidão por dívida ou casamento forçado. A organização calcula em 35,8 milhões o número de pessoas escravizadas, uma alta de 20% em relação a anos anteriores. Embora, a Europa tiver a menor porcentagem de pessoas escravizadas, em seu território há 566.200 vítimas submetidas à exploração sexual ou econômica.
Esse fenômeno existe há muito tempo nas sociedades humanas, e na história é evidente que os oprimidos e os desamparados sempre foram abusados e explorados por um setor da comunidade. Finalmente, quando as sociedades lutaram contra essa exploração, a linha da escravidão foi levada a outra escravidão encoberta. É claro que a abolição da escravidão não coincide em diferentes países.
Na história contemporânea, o ano 960 D.C. é a primeira data apontada à abolição da escravidão. Este ano, o duque de Veneza, Pietro Candiano IV, anunciou a proibição da escravidão. Posteriormente, os governos de todo o mundo proibiram a venda de escravos. A escravidão tornou-se obsoleta em sua forma clássica e tradicional, mas por causa de abusos de algumas pessoas poderosas, uma nova forma de escravidão se manifestava nas relações humanas. Cerca de 36 milhões de pessoas, homens, mulheres e crianças, são vítimas da escravidão no mundo. Aparição e o surgimento do colonialismo e a superação dos Estados europeus e dos Estados Unidos no continente africano e em alguns países asiáticos fizeram um novo capítulo da escravidão.
A concepção geral da escravidão foi relacionada à era do tráfico de escravos na África, quando foram transferidos do continente negro para os Estados Unidos e o Caribe através do Oceano Atlântico, com o objetivo de fazer trabalhos duros. Em 1807, a proibição da escravidão era normal, e alguns acreditavam que os escravos eram criados para serem obedientes e escravos dos brancos. Agora, a maioria das pessoas no mundo condena a escravidão, mas, contrariamente ao senso comum, a escravidão ainda existe, é claro, em novas formas e em algumas partes do mundo.
Embora a escravidão seja rejeitada e reconhecida como um crime, vários fatores têm causado em certas comunidades que, todavia consideram alguns como seus servos. A escravidão não terminou no mundo, o tráfico de seres humanos é um tema cotidiano. Não é fácil obter estatísticas sobre o número de explorados nos tempos modernos. A escravidão pode não estar evidente, mas o número de pessoas estimadas como escravos hoje em dia é impressionante, apesar de ser um segredo.
A Agência Britânica de Investigação Criminal (ICB) afirmou em um relatório que a magnitude da escravidão moderna neste país é muito maior do que pensam as entidades jurídicas. Estatísticas relataram dezenas de milhares de vítimas da escravidão moderna no Reino Unido. Um dos diretores da Agência Nacional Britânica de Inteligência, Will Kerr disse que as estatísticas foram muito superiores às 3800 vítimas do trafico que revelaram em 2016 o governo de Londres. E ele disse: quanto mais investigamos a escravidão moderna, mais ganhamos evidências do abuso generalizado de grupos vulneráveis.
Nos últimos anos, o número de abusos aumentou devido ao rápido crescimento populacional, pobreza e corrupção governamental em alguns países. A escravidão existe em diferentes formas e em todos os continentes. De tráfico de escravos sexuais e trabalhadores, cativados por dividas ou aqueles que, depois de receber pequenos empréstimos, são obrigados a trabalhar permanentemente para o credor.
Embora o Reino Unido esteja entre os países que lidera na abolição da escravidão, e a data da abolição da escravatura remonta a 1102, a escravidão é "muito mais predominante" do que se pensava no Reino Unido.
A Agência Nacional do Crime (NCA) revelou recentemente que as formas modernas de escravidão e o tráfico de pessoas no Reino Unido são "muito mais predominantes do que se pensava inicialmente", depois que foram realizadas mais de 300 operações policiais destinadas a detectar esses criminosos. O órgão, encarregado de encontrar e levar à Justiça organizações do crime organizado que representam uma ameaça para a segurança, se deparou, entre outros, com vítimas de apenas 12 anos desse tipo de prática.
"Quanto mais se investiga a escravidão moderna, mais evidências são encontradas do quão extenso é o abuso. A crescente evidência que estamos percebendo indica que a magnitude é muito maior do que qualquer um poderia imaginar e isso não deveria ser aceitável de forma alguma", afirmou o diretor de Vulnerabilidades da NCA, Will Kerr.
O assunto foi tratado no lançamento da campanha da Agência para conscientização sobre os sinais perceptíveis de possíveis casos de escravidão moderna. Segundo dados do organismo, existem "várias maneiras" de traficar uma pessoa e forçá-la a trabalhar de maneira ilegal e contra a vontade, por exemplo, lavando carros, atuando no setor da construção ou na agricultura. De acordo com Kerr, essas pessoas recebem salários ínfimos e ficam obrigadas a viver em más condições. O diretor também citou os casos daqueles que são obrigados a se prostituir ou forçados a trabalhar em fábricas. Ele pediu que os britânicos tentassem "reconhecer os sinais" e denunciem "preocupações ou suspeitas" quando acreditarem ter detectado algum caso de escravidão. Segundo ele, pessoas que apresentam ferimentos visíveis ou deixam transparecer o sentimento de angustia podem ser motivo de alerta.
De acordo com o órgão, a maioria de vítimas de trabalho escravo no Reino Unido veio de países do Leste Europeu, do Vietnã ou da Nigéria. Segundo o diretor, estes casos evidenciam o tamanho do problema que as autoridades devem enfrentar, agravado pelo fato de que algumas pessoas não têm nem mesmo consciência de que são exploradas.
No Reino Unido vivem cerca de 13 mil vítimas de escravidão moderna. Ministério do Interior britânico divulga relatos referentes a tráfico de pessoas, exploração sexual e trabalho escravo. Governo afirma que número de casos notificados está em ascensão nos últimos anos. Até 13 mil pessoas são vítimas de tráfico, exploração sexual e outras formas de escravidão moderna no Reino Unido. Os dados do governo britânico incluem mulheres e meninas forçadas à prostituição ou exploração sexual com fins lucrativos, empregados domésticos trabalhando por pouca ou nenhuma remuneração e trabalhos forçados em fazendas, fábricas e barcos de pesca.
"O primeiro passo para erradicar o flagelo da escravidão moderna é reconhecer e confrontar-se com sua existência", disse uma autoridade britânica. "A escala estimada do problema no Reino Unido é chocante. Estes novos dados reforçam a necessidade de uma ação urgente."
Real dimensão difícil de determinar.
As autoridades afirmam que o número de casos notificados está em ascensão nos últimos anos. Além disso, a verdadeira dimensão do problema é difícil de fixar, porque as pessoas são controladas, escondidas ou têm medo de ir à polícia. Entre as vítimas constam pessoas trazidas de mais de cem países, especialmente da Romênia, Albânia, Polônia e Nigéria.
Porém, autoridades também salientam que adultos e crianças vulneráveis, de nacionalidade britânica, também estão sendo assediados sistematicamente por traficantes.
Atualmente, muitos migrantes no Reino Unido estão trabalhando no país a tempo integral e sem pagamento adequado para o trabalho forçado. Inúmeras mulheres e crianças entram ilegalmente no país e são assediadas pelos exploradores. Segundo os estatísticos oficiais, em 2014, a polícia britânica relatou 350 casos de "crimes de escravidão", dos quais 170 foram reportados em Londres. Mas, de acordo com o diretor do centro, Ellen Doherty, esses números não são reais, já que a maioria das vítimas desses crimes não informa a polícia. A escravidão é um crime e mais de 90% de suas vítimas nunca são vistas por autoridades e centros como nós.
Segundo o diretor do Centro Esperança para a Justiça, uma das razões para este anonimato é a incapacidade da polícia de encontrar os principais criminosos do tráfico de seres humanos. Outra razão para a propagação da escravidão são algumas leis deste país. Segundo a lei de imigração britânica, um refugiado que migra para trabalhar no país não tem o direito de mudar os lugares de emprego até que seu empregador se resigna e nesse caso ele deve ser expulso do país. Este é um dos exemplos da nova escravidão no Reino Unido, que se tornou uma preocupação para os ativistas dos direitos humanos.
Segundo os funcionários das Nações Unidas, apesar de passar mais de 200 anos da abolição oficial da escravidão, a exploração de seres humanos ainda não é obsoleta e é uma realidade do mundo atual. A época mais sombria da escravidão moderna, o tráfico e o assedia sexual é uma das consequências do comércio humano no mundo de hoje. Muitas meninas e mulheres são seduzidas por gangues organizadas em países asiáticos e africanos, enquanto seus documentos de identidade são retirados do mesmo lugar pela força, levados à Europa Ocidental e escravizados em centros especiais de exploração sexual.
De acordo com um relatório da ONU, a escravidão na nova era é devido à pobreza, exclusão social, marginalização, falta de acesso à educação e corrupção na sociedade. As vítimas desta forma de escravidão são sempre muito pobres e fracas, e os migrantes que recorrem às gangues para pagar suas dívidas, mulheres e meninas são forçados a se prostituir. Mas o que é surpreendente é a prevalência desse fenômeno nos países que afirmam ser defensores dos direitos humanos, o que representa uma divisão profunda entre os slogans dos direitos humanos e as realidades sociais dessas sociedades.
Entrevista com um especialista do programa:
A resposta ambígua e racista de Donald Trump aos incidentes violentos na cidade de Charlottesville, Virgínia, tem levado aos meios de comunicações mais uma vez a enumerar a história do racismo no mundo ocidental e no topo dos Estados Unidos.
Onde exatamente estão as raízes desse racismo?
Por que os Estados que afirmam defender os direitos humanos, seguem uma visão discriminatória da população negra e dos imigrantes?
O presidente dos EUA, Donald Trump, em resposta à violência racista em Charlottesville, mostrou que a era do racismo não terminou e que existem novas formas. À medida que a era da escravidão não tem sido acabado, enfrentamos uma nova forma de escravidão do século XXI. O racismo está enraizado em centenas de anos de escravidão nos países ocidentais, que hoje afirmam defender a igualdade dos seres humanos. Muitas pessoas no mundo vivem por várias razões como escravas. Nos países ocidentais, esse fenômeno é generalizado. Dezenas de milhares de imigrantes ilegais e refugiados provenientes de países pobres em África, Ásia e América Latina estão trabalhando com baixos salários em pequenas oficinas e fábricas nos Estados Unidos e em muitos países europeus. Essas pessoas estão privadas de todos os direitos de cidadania e até mesmo os direitos naturais de um ser humano. Apresentam-se queixa à polícia, devem esperar a detenção ou for expulso do país.
Outro grupo no Ocidente que vive explorado sob a forma de um escravo são meninas e mulheres, enganadas por traficantes dos seres humanos, ou forçadas pela pobreza ou fome. Mulheres e meninas em boates e casinos são promovidas como escravas sexuais. Elas também são reféns nas mãos dos seus empregadores porque entraram ilegalmente nos países ocidentais e não podem reclamar, porque não há uma instituição no Ocidente que proteja os direitos dessas pessoas indefesas.