Set. 20, 2017 17:59 UTC
  • Violação dos direitos humanos no Ocidente da ilusão para a realidade (29) (2017)

Apesar de muitos criticas dos ativistas anti-guerra e os partidários da paz, o grande lucro da venda de armas faz com que os governantes e políticos ocidentais fecham os olhos a tirania e opressões praticadas contra o povo iemenita e a grave violação dos seus direitos.

O regime de Al-Saud, sob a forma de  coalizão, há três anos lançou uma guerra abrangente e devastadora contra o povo oprimido do Iêmen. Esta guerra, até este momento, matou  mais de 8 mil  e milhares feridos dos iemenitas, destruiu a infraestrutura do país e deslocou milhões e provocou a propagação de doenças contagiosas e a fome. Metade de hospitais e centros de saúde foram bombardeados por regime do Al-saud e os restos de hospitais sofrem de uma grave escassez de equipamentos médicos e medicamentos.     

A guerra devastadora da Arábia Saudita

A morte, o medo e a pobreza no Iêmen, levou o povo a beira de uma tragédia humana. Não existe nenhum trabalho ou rendimento e dinheiro para fazer compras, mas a guerra e o bombardeio e a morte é uma realidade constante. Esta situação, é o resultado de uma guerra em que o mundo está muito desatendo e não presta a devida atenção. Enquanto a profundidade e amplitude da tragédia humana no país, pode ser mais intensa que da Síria e do Iraque.

No início do programa, gostaríamos de ouvir as palavras do Dr. Emadi, um especialista do Oriente Médio e da guerra do Iêmen. Ele diz: a situação no Iêmen é desastrosa. Em uma palavra, a situação do povo de Iêmen é desastrosa. Cerca de 4 mil civis morreram até o momento e dezenas de escolas, hospitais e outros locais foram destruídos. Quase três milhões iemenitas foram deslocados em suas terras devido a conflito e apenas alguns conseguiram sair do seu país. Escapar pelo mar também é impossível, e mulheres, homens e crianças estão em condições desastrosas vivendo em edifícios meio destruídos e devastados, em garagens ou terrenos vagas e privados de alimentos, agua e  remédios.   

O regime agressivo Al-saud desde o início da guerra contra Iêmen, fez bloqueio aéreo, marítimo e terrestre, impedindo a aterragem de voos de socorro para transporte de assistência  humanitária nos aeroportos. As mercadorias e ajudas humanitárias, devido ao cerco marítimo, raramente entram no país ou com muita dificuldade. Wolfgang Prangle, o chefe da organização da ajuda humanitária OXfam na Alemanha disse que nesta situação era muito difícil atender as necessidades do povo iemenita. Além disso, não há emprego, a maioria das pessoas não tem rendimento nem para se sustentar e comprar  alimentos, por isso sofre da fome e desnutrição.    

A fome no Iêmen

O Iêmen é um país mais pobre do mundo árabe, piorando agora como resultado da guerra. Cerca de três quatros das 27 milhões de pessoas iemenitas precisam de apoio imediato. De acordo com estimativas, quase sete milhões iemenitas estão com fome, entre eles um grande numero de crianças. Tom Doye, do Programa mundial de alimentos, alertou que uma geração completa no Iêmen poderia estar em risco da fome. Ele pediu à comunidade internacional que faça mais para resolver a crise. Segundo Tom Doya, a atenção global para a crise iemenita é insignificante. Segundo Parangel da Organização OXfam, a crise humanitária raramente está abordada pelo publico.

Segundo UNICEF, cerca de 6 milhões de jovens e adolescentes iemenitas vivem em pobreza absoluta, quase 1,5 milhões sofre de desnutrição, entre eles 370 mil em risco. O sistema da saúde e sanidade do Iêmen é completamente destruído pela guerra e, este  é uma condição que deixou às crianças debilitadas a beira da morte. Mais de 200 escolas foram destruídos em  bombardeios e 1100 escolas foram danificadas. Enquanto isso, o numero de crianças-soldados no país está aumentado. Segundo o UNICEF, desde o inicio da guerra do Iêmen, pelo menos 1200 jovens foram recrutados pelos militantes no país. 88 por cento dos iemenitas ( cerca de 21,2 milhões) precisam de assistência humanitária, afirmou Stephan O’Bryan o coordenador das ajudas urgentes e acrescentou que cerca de dois milhões de pessoas, incluindo 370 mil crianças, estão desnutridas.

Apesar das críticas aos abusos generalizados dos direitos humanos no Iêmen pelo regime saudita, os países ocidentais continuam a cooperar e vender armas ao regime agressivo. No primeiro semestre de 2016, a Alemanha exportou armas para cerca de 500 milhões de euros para a Arábia Saudita. O site de rádio alemão, citando o relatório de exportação de armas da Alemanha, escreveu: "Durante esse período, a Alemanha exportou cerca de 500 milhões de euros de armas para a Arábia Saudita, que foi usada na guerra do Iêmen". O relatório sobre as exportações de armas no primeiro semestre de 2016, que a agência de notícias alemã informou, disse que a questão dos direitos humanos no país de compra dessas armas é de particular importância. Apesar da flagrante violação dos direitos humanos pelo regime saudita no Iêmen, o governo alemão ignora isso e continua a vender armas à Arábia Saudita.

Venda de armas para a Arábia Saudita pelos países ocidentais

Em meados de 2016, o governo germânico aprovou uma licença de exportação de armas no valor de mais de quatro bilhões de euros. Segundo o relatório sobre as exportações de armas da Alemanha, no primeiro semestre de 2016, cinco dos dez países que se encontravam entre os mais importantes compradores de armas alemãs foram da região violenta e crítica. Em comparação com o mesmo período do ano passado, a Turquia ocupa o oitavo lugar na venda de armas aos regimes árabes. Os países da Argélia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Coréia do Sul estão entre os dez maiores países importadores da Alemanha. A oposição alemã criticou as exportações de armas da Alemanha para regiões críticas e países como a Arábia Saudita.

A opinião da Amnistia Internacional sobre as altas exportações da Alemanha exigiu garantias de Berlim de que armas e munições por países amigos da Alemanha como os Estados Unidos não sejam utilizados ​​contra civis. De acordo com a Amnistia Internacional, centenas de civis foram mortos em operações de coalizão lideradas por militares liderados pelos EUA.

O especialista em munições da Amnistia Internacional Matthew John, em entrevista à Ozanabroeker Sitemong, disse que deve ser tomadas medidas para garantir que essas munições e armas não sejam usadas no campo das violações dos direitos humanos. De acordo com Matthew John, se a Arábia Saudita entregasse armas, haveria o risco de que as forças de segurança sauditas usassem essas armas na guerra do Iêmen. A Organização de Proteção de Menores da Terra Humana também pediu a cessação das exportações de armas para áreas críticas. A Agência de Proteção Infantil e jovens, Angerstein disse que as armas pequenas são fáceis de transportar e usar, de modo que muitas vezes elas caem nas mãos de crianças-soldados. Deve parar esse abuso. Ele pediu legislação na Alemanha para proibir as exportações de armas para áreas críticas e países que violam os direitos humanos.

A epidemia de doenças contagiosas, especialmente a cólera no Iêmen, se tornou em uma crise humanitária. Os médicos acreditam que as operações militares da coalizão liderada pela saudação contra o Iêmen levaram a disseminação de cólera no Iêmen. Em um artigo conjunto de um grupo de médicos da Medical Lancet Magazine se lê: os ataques de combatentes da coalizão dirigida por sauditas  destruíram hospitais e redes de água e drenagem no Iêmen que causaram a epidemia de cólera.

Esses médicos consideram os Estados Unidos e do Reino Unido cumplices nesta guerra e a violência cometida no Iêmen e dizem: as empresas industriais dos EUA e da Inglaterra e seus governos usam armas e inteligência para a coalizão sob o comando dos sauditas. A Organização Mundial da Saúde disse que os casos de cólera no Iêmen foram cerca de meio milhão e, até agora, cerca de 2000 pessoas morreram pela doença.

Apesar dos relatórios e evidências aparentes, os países ocidentais continuam a apoiar os crimes do regime saudita e seus aliados contra o povo iemenita. Apesar das críticas generalizadas de ativistas anti-guerra e os partidários da paz, a profusão de vendas de armas fez com que os estados ocidentais fechassem os olhos à opressão do povo iemenita e uma violação flagrante de seus direitos. É aqui que os padrões duplos dos países ocidentais se manifestam nos direitos humanos e desatenção por povo do Oriente e seus direitos humanos, o que é contrário aos slogans humanitários dos líderes ocidentais.

As palavras do especialista do programa:

hoje, a crise no Iêmen é considerada uma das maiores crises humanitárias do mundo. Vários relatórios e estatísticos confirmam isso, incluindo de Washington Post. Centenas de pessoas morrem todos os dias no Iêmen pela cólera. Isto é devido à guerra que há 30 meses  a Arábia Saudita tem lançado contra o Iêmen. Mas, apesar desses graves índices humanitários no Iêmen, vemos que nenhuma organização internacional de direitos humanos e humanitárias está envolvida na questão da crise do Iêmen, a fim de tomar medidas sérias para resolvê-la. O Iêmen de hoje é a base mais importante para mostrar o duplo critério de direitos humanos no Ocidente, e as principais vítimas dessa dualidade são suas pessoas. A crise, de fato, também mostra que um conceito como os direitos humanos e seus subconjuntos está envolvido em visões políticas beneficiaras.

 

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