Fev. 02, 2018 23:18 UTC
  • A violação de direitos humanos, da ilusão à realidade (2-2018).

Pars Today- No segundo programa de 2018 da série "Violações dos Direitos Humanos no Ocidente", abordamos o apoio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos crimes praticados por regime saudita.

Presidente dos EUA, Donald Trump junto com a sua esposa, logo após a sua entrada na Casa Branca, na sua primeira viagem de trabalho visitou à Arábia Saudita e, nos seus encontros falou da promoção dos direitos humanos e no avanço das mulheres sauditas. Ele selou nesta viagem o maior acordo de venda de armas para a Arábia Saudita. As armas que estão utilizadas para matar pessoas inocentes no Iêmen. Por outro lado, o Daesh também foi fortalecido militarmente e continuou com seus crimes brutais. Alguns países europeus que continuam a vender armas e comprar petróleo barato da Arábia Saudita, não mencionam também a abusos dos direitos humanos neste país. Aparentemente, quando há benefícios econômicos, os direitos humanos e as liberdades fundamentais perdem seus sentidos. Mas desta vez, juntamente com a ira do povo saudita pela violação de seus direitos, foram julgados também os príncipes da Arábia.

(Nesta seção, ouvimos as palavras do especialista do programa, Dr. Dr. Emadi, o especialista do Oriente Médio) (texto e áudio no final do programa).

Segundo o famoso autor saudita Jamal Khashoggi, as autoridades sauditas prenderam recentemente alguns príncipes e o motivo da sua detenção foi à crítica a algumas questões e assuntos. Autoridades sauditas, sob o comando do Príncipe Herdeiro Sauditas, Mohammed Bin Salman, que chefia o Comitê Especial de Investigação, mandou deter onze príncipes, dezenas de ex-ministros, quatro dos atuais ministros, dentro de seu plano que ele chamou de luta contra a corrupção. Walid bin Talal, um príncipe bilionário da Arábia Saudita e vários empresários, estão entre os detidos. 

Onze príncipes sauditas foram detidos por protestos contra a  austeridade num palácio real em Riad, informaram as autoridades sauditas, segundo a agência de noticias Reuters. O motivo do protesto? O governo decidiu deixar de pagar as contas de água e eletricidade aos príncipes.

Eles foram transferidos a tenebrosa prisão de Al-Haear. O Saud al-Mu'ajeb, promotor saudita explicou o motivo da detenção desses príncipes pelo protesto contra a ordem do rei para deixar de pagar as contas de eletricidade e água aos príncipes e solicitar uma compensação por uma retaliação de seus familiares, mas muitos criticaram esta retorica do promotor saudita. A este respeito, o famoso ativista saudita, “Mujtahid”, na sua pagina no Twitter, revelou sobre a história do promotor saudita, dizendo que os onze príncipes foram presos por seus críticos à detenção e o desaparecimento do Muhammad bin Nayef (o príncipe herdeiro da Arábia Saudita), e não por causa do pagamento de contas de água e eletricidade.

Esta é a primeira vez na história da Arábia Saudita que um grupo de príncipes vão às ruas em protesto contra ordens emitidas por altas autoridades do governo. Curiosamente, eles foram levados para a prisão de Al-Haer, em Riad, enquanto outros príncipes acusados ​​de corrupção estavam hospedados no Hotel Ritz Carlton.

A prisão Al-Haer foi inaugurada em 1983 e é o maior centro de detenção saudita. A penitenciaria fica a 40 quilômetros ao sul de Riad e é a prisão de segurança máxima da Arábia Saudita, sob as rigorosas medidas de segurança. Segundo os relatórios, a prisão está sob a supervisão da Agência de Inteligência da Arábia Saudita e a maioria dos seus reclusos é condenada por "acusações de terrorismo", mas outras fontes enfatizam que um grande número de prisioneiros políticos também está guardado na prisão.

Pela primeira vez em 2007, foram divulgadas as violações dos direitos dos prisioneiros na Arábia Saudita. Nesse ano, foram postos vídeos em uma rede social, os quais foram filmados por celular e mostravam um guarda no momento de agressão contra prisioneiros com bastão de borracha. As autoridades sauditas alegaram mais tarde que tinham punido dois guardas vistos nas fotos, e aquele que tinha agredido foi suspenso por um mês e outro guarda de 20 dias dos seus serviços.

Observatório de Diretos Humanos (HRW) naquela época visitou a prisão de Al-Haer e recolheu testemunhos de vários prisioneiros. Os reclusos disseram que viram as mortes de prisioneiros por causa da negligencia médica pelas autoridades prisionais e sua tortura por guardas da prisão. Em 2010, o WikiLeaks revelou os métodos brutais utilizados pelas autoridades sauditas contra opositores e escreveu em seu site na Internet: "A Arábia Saudita tem maiores prisões do mundo, mais notavelmente a Al-Haer".

Alguns usuários de redes sócias revelaram em suas páginas que um tribunal local saudita condenou vários poetas críticos entre cinco a dez anos de prisão. De acordo com relatos não confirmados, o tribunal condenou Abdullah Ateghan al-Salemi e Mohammed Eid al-Hawati a 10 anos de prisão. Manif al-Monacerah e Sultan al-Shiban al-Otiabi, outros dois poetas, foram condenados a cinco anos de prisão,  acusados ​​de ação provocativa contra o príncipe herdeiro da Arábia Saudita. Os quatro poetas foram presos depois de sua participação de uma reunião de poetas em outubro passado durante uma cerimônia de casamento de um membro da tribo Al-Hawitat no norte da Arábia. Abdullah Ateghan al-Salemi tinha atacado o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman diretamente por motivo de alteração de práticas educativas nas escolas. Alguns poetas súditas, na rede social de Twitter, ao lançar um hashtag, pediram a Mohamed bin Salman a sua libertação e outros seus colegas.

A Vionala Ulin, relatora Especial das Nações Unidas sobre a Promoção e Proteção dos Direitos Humanos e das Liberdades Fundamentais no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas contra o Terrorismo, disse à Al Jazeera, no Qatar, que ela, juntamente com um grupo de relatores especiais das Nações Unidas Sintam-se preocupados com o destino de 19 defensores dos direitos humanos na Arábia Saudita.

"Expressamos uma profunda preocupação com o destino e a liberdade de expressão e manifestações pacíficas com severas restrições", acrescentou. A repórter declarou: as justificativas da Arábia Saudita não estão em conformidade com as suas obrigações em relação ao direito internacional. Ela disse que todos os pedidos de repórteres de direitos humanos e suas demandas do governo saudita não foram resolvidos até hoje. Ela acrescentou que pediram ao governo saudita para rever a prisão em alguns casos, mas isso não foi feito. A repórter sublinhou que ainda estava aguardando a resposta do governo saudita a um pedido de novas medidas contra os 19 advogados sauditas. Ela também pediu ao governo saudita para entender que tem obrigações específicas em relação à sua participação no Conselho de Direitos Humanos e, além disso, tem obrigações de acordo com o direito internacional e a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Com base neste relatório, autoridades sauditas recentemente prenderam o escritor do jornal Al-Watan Saleh al-Shihi depois de alguns dias de críticas públicas ao reino saudita. De acordo com a página "Milhares de Prisioneiros" no site do Twitter, al-Shihī perturbou o reino da Arábia Saudita e disse que distribui fragmentos de terra injustamente para certos indivíduos não autorizados. Al-Shi'i também acusou autoridades influentes na Arábia Saudita, sem mencionar os nomes de secagem de água do mar nas cidades costeiras da Arábia Saudita, a fim de realizar projetos pessoais. Ele também criticou a falta de seriedade das autoridades sauditas na luta contra a corrupção nos últimos anos.

Com base neste relatório, os juristas da ONU condenam a supressão de funcionários sauditas contra ativistas de direitos humanos e a continuação do uso de leis contra o terrorismo de Riad contra eles e, em uma declaração conjunta, pediram a libertação de todos os detidos pelo exercício pacífico de seus direitos civis e políticos.

O texto e o som do especialista do programa:

Os desenvolvimentos recentes indicam que Mohammed bin Salman enfrenta dois desafios na Arábia Saudita: protestos populares e a insatisfação dos seus rivais dentro da família real. O motivo dos protestos populares é o reajuste de pelo menos 80% do preço de energia e combustíveis desde o início de 2018. A Arábia Saudita enfrentou problemas econômicos por causa da queda dos preços do petróleo e das políticas beligerantes. O Rei Salman, com o objetivo de evitar protestos de rua e corrigir os novos preços da energia, procura a política de distribuição de dinheiro entre as pessoas, mas essa política só será efetiva no curto prazo. O segundo desafio de Bin Salman, que é mais importante do que o primeiro, é a insatisfação dos rivais dentro da casa. Em novembro de 2017, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita prendeu dezenas de príncipes, secretários e ex-ministros, e dois meses depois, somente 23 foram libertados. Pelo pavor de pessoas libertadas, obrigou as autoridades a usar tornozeleiras eletrônicas para controlar as suas atividades.

Além disso, em 6 de janeiro de 2018, vários príncipes em Riad se reuniram em protesto sobre as políticas econômicas de Bin Salman, que foram presos e transferidos para a prisão de Al-Haer, neste protesto foram mortos três príncipes e sete guardas da prisão.

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita governa o país, temendo a deterioração de segurança e apavorado pelo golpe dos príncipes. Os motivos principais são resultados de uma guerra domestica de acertas as contas, criada por ele dentro da casa real.