Fev. 16, 2018 13:20 UTC
  • Violação dos direitos humanos no Ocidente, da ilusão à realidade (4-2018)

Pars Today - O programa aborda os protestos das mulheres contra os escândalos sexuais de Donald Trump.

Dezenas de milhares de mulheres protestaram no aniversário do primeiro ano do mandato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O jornal britânico The Guardian informou que mais de 120 mil pessoas foram às ruas em várias cidades dos Estados Unidos para protestar contra as políticas de Trump. Em algumas cidades, incluindo Washington, Filadélfia, Los Angeles, Chicago, os manifestantes exigiram a divulgação de assédio e agressão sexual em relação à propagação de enfermidades por infecção de transmissão sexual.

O presidente dos EUA, Donald Trump, na tentativa de ignorar as manifestações, escreveu no Twitter com ironia: "Bom dia a todo o nosso excelente país, um dia perfeito para a marcha de todas as mulheres... saindo aí fora para celebrar os marcos históricos e sucesso econômico sem precedentes e a criação de riqueza que ocorreu nos últimos 12 meses. A taxa de desemprego feminino mais baixa em 18 anos!”.

A rede de notícias catarinense, Al Jazeera também informou que os manifestantes em algumas cidades pediram que mais mulheres participassem da política a nível local e nacional. O correspondente da Al Jazeera informou em uma manifestação em Washington: "O objetivo de muitos desses manifestantes é apresentar as mulheres, especialmente as mulheres da cor, na política. Isso significa que não basta com se registrar para votar, mas ser mais ativo na política, como ser nomeado para a sede da escola ou até mesmo para o Congresso”.

As manifestações coordenadas em Washington, Nova York, Los Angeles, Chicago e cerca de 250 outras cidades dos EUA foram marcadas por fortes discursos contra a política generalizada de Trump, de acordo com a Reuters. Um manifestante de 39 anos disse a esta agência britânica: "Não creio que este governo faça nada que beneficie as mulheres".

No primeiro aniversário dos protestos de massa chamados de "Marcha das Mulheres" contra as políticas de Donald Trump, os manifestantes demonstraram que não permaneciam em silêncio e a presença de celebridades de cinema no centro de Los Angeles causou que a manifestação deste ano fosse mais atendida pelos meios de comunicação. As estrelas de Hollywood tomaram os microfones no meio da multidão para pedir-lhes a ouvir suas vozes. Entre as famosas, o discurso de Scarlett Ingrid Johansson teve uma enorme repercussão entre os manifestantes e na mídia. Ela disse aos manifestantes que havia conseguido se expressar graças à unidade de esse movimento, que começou no ano passado. Johansson afirmou que esse movimento lhe deu a esperança de alcançar ao ponto em que se sinta a igualdade de gênero.

Celebridades como Johansson ou Viola Davis, juntamente com muitas estrelas de cinema e música, tornaram-se parte de um motor impulsado por o movimento "Marchas da Mulher" que começou apenas um dia após a vitória de Donald Trump.

As políticas de Trump provocaram a ira de muitas mulheres e até mesmo organizações de direitos humanos e ativistas dos direitos das mulheres se opuseram às medidas e atitudes do milionário republicano. Por exemplo, a Human Rights Watch (HRW) advertiu as companhias de seguros sobre os direitos das mulheres grávidas em uma nova diretiva do atual presidente dos Estados Unidos.

O Observatório dos Direitos Humanos, em sua declaração, apontou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitiu duas ordens separadas que colocavam em risco o acesso de muitas mulheres grávidas a empregos. De acordo com o relatório, o Departamento de Saúde dos EUA proibiu aos empregadores e seguradoras de prestar serviços de prevenção de gravidez relacionados a crenças religiosas e questões éticas.

Esta ordem do governo de Trump é precisamente contra a "lei do cuidado" deste país, que exige que as companhias de seguros cobrassem todos os serviços de cuidados de gravidez, bem como a contracepção. A diretora da WRH para assuntos de mulheres, ao protestar contra este pedido, acrescentou: "Isso coloca em risco a saúde de muitas mulheres grávidas e mulheres que são vítimas de gravidezes indesejadas".

Este ano, o tema do assédio sexual feminino foi um dos principais assuntos focados na manifestação. Juntamente com a violação dos direitos das mulheres e sua humilhação, o problema que provocou a ira das mulheres foi o escândalo envolvendo o próprio presidente dos EUA. Depois de uma descoberta recente pela mídia dos EUA sobre a possível fraude com a qual Trump ganhou as eleições, desta vez, o autor do livro "Fogo e Fúria na Casa Blanca" revelou, em entrevista recente, que o presidente também teve um relacionamento "ilegítimo" com uma mulher na sede presidencial.

 Michael Wolff, em entrevista à rede HBO, em resposta à questão de saber se havia algo em seu livro que não havia revelado aos leitores, disse que sim e mencionou a relação entre Trump e uma mulher na Casa Branca. Em resposta à pergunta do autor sobre mais informações, Wolf deu uma pista, dizendo que a sugestão sobre o assunto estava perto do final de seu livro. O autor do livro disse que havia uma série de "portas traseiras" na Casa Branca que permitia que Trump tivesse um relacionamento extramatrimonial sem que ninguém percebesse.

Recentemente, a atriz do cinema pornô Stormy Daniels disse ao jornalista americano Jacob Weisberg, da revista Slate, que tinha relações sexuais com Trump durante os anos de 2006 e 2007. O jornalista diz que havia seguido o tema entre agosto e outubro de 2016 antes das eleições e o que Daniels revelou apenas confirmam suas suspeitas sobre o caso.

Enquanto isso, outra atriz do filme pornô, Alana Evans, em um diálogo com a rede de notícias da NBC, enfatizou que Trump a convidou para passar um dia com ele e com outra pessoa. Evans diz que em 2006, Stormy Daniels contatou-a e convidou-a para um hotel junto com o Trump.

Um advogado do presidente Donald Trump providenciou em 2016 um pagamento de US$ 130 mil para uma ex-estrela do cinema pornô, um mês antes das eleições de 2016, como parte de um acordo que a impediu de discutir publicamente um suposto encontro sexual com Trump, segundo o "Wall Street Journal".

Com base em várias fontes, o diário nova-iorquino diz que Michael Cohen, então advogado da Trump Organization, pagou Stephanie Clifford em outubro de 2016, depois de uma negociação por um acordo de não divulgação do episódio que ela relataria.

Stephanie, cujo nome artístico é Stormy Daniels, alegou que o encontro com Trump ocorreu após eles se conhecerem em um torneio de golfe de celebridades de julho de 2006 em Lake Tahoe (Nevada), segundo as fontes do jornal. Trump casou-se com a modelo Melania Trump em 2005 e teve seu mais novo filho, Barron, em 2006.

"Estes são relatos antigos e reciclados que foram publicados e negados fortemente antes das eleições", disse um funcionário da Casa Branca.

Em comunicado ao diário, Cohen não abordou o pagamento, mas disse sobre a suposta relação sexual que "o presidente Trump mais de uma vez negou veementemente qualquer caso".

"Esta é agora a segunda vez que você está levando alegações estranhas contra meu cliente. Você tentou perpetuar esta falsa narrativa há mais de um ano; uma narrativa que foi constantemente negada por todas as partes desde pelo menos 2011", rebateu Cohen ao jornal.

Outra estrela do cinema pornô, Jessica Drake, mais tarde alegou em uma conferência de imprensa (em outubro de 2016) que Trump beijou a ela e outras duas mulheres sem permissão em uma suíte de hotel depois do mesmo evento de golfe de 2006.

Trump foi acusado por pelo menos 17 mulheres de má conduta sexual, em alegações que vão de apalpar a beijá-las em público e em privado.

Após a transmissão das notícias com base no pagamento de US $ 130 mil a esta atriz, o estrategista demitido do governo Trump, Steve Bannon, também disse que um advogado Trump tinha feito tais pagamentos a cerca de 100 mulheres, segundo o livro de Michael Wolf "Fogo e Fúria na Casa Branca".

 

 

 

Tags