Fev. 19, 2018 17:30 UTC
  • Violação dos direitos humanos no Ocidente, da ilusão à realidade (6-2018).

Pars Today - Neste programa, abordamos o racismo praticado pelo Sionismo.

Apesar de muitas tentativas de erradicar a apartheid e o racismo, todavia continuam estas inconveniências, juntamente com a discriminação, a cor da pele ou a etnia, entre outros pretextos. Enquanto isso, segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos e outros instrumentos similares que os governos ocidentais afirmam serem os seus defensores, é proibida qualquer discriminação contra seres humanos devido à sua raça ou a cor.

 A história evidencia como os africanos foram explorados pelas sociedades ocidentais e até foram alvo de atrozes escravidão e opressão. Agora, em 2018, persiste a exploração e a escravidão dos negros. De fato, todos os dias no mundo publicam relatórios terríveis de discriminação e matança de pessoas de cor nos Estados Unidos.

O racismo se baseia na discriminação de outras pessoas e autores de esta atitude tendem a usar a violência e o terrorismo para impor a sua supremacia e proteger os seus interesses diante de outros cidadãos. Nesse sentido, o sionismo fez com que os judeus acreditassem que eram o povo escolhido por Deus e a raça mais pura e inteligente entre o resto dos seres humanos. Os sionistas tomaram ideias e anseios do judaísmo e do racismo europeu, de tal forma que os fundadores do sionismo foram influenciados pelo racismo alemão. Eles, usando as ideias de Friedrich Nietzsche sobre a superioridade da raça ariana, substituíram os judeus pelos arianos e deram ao sionismo uma identidade racista. 

Netanyahu expulsa imigrantes africanos de Israel chamando-os de "infiltrados"

O governo israelense começou a implementar, no inicio do ano 2018, uma dura política em relação a imigrantes ilegais africanos, a maioria deles da Eritreia e do Sudão. A ideia é deportar, até abril, a grande maioria dos cerca de 38 mil imigrantes que estão atualmente no país. Quem ficar poderá ser preso ou expulso à força.

Ele disse que os “infiltrados”, como chama os imigrantes, têm uma escolha simples: cooperar e deixar o país voluntariamente e respeitosamente, ou ficar a mercê de medidas à disposição do governo para expulsá-los. Os imigrantes terão até o fim de março para deixar o país por vontade própria, recebendo a passagem aérea de ida e uma indenização de US$ 3.500, cerca de R$11.320. Depois dessa data, a polícia de imigração começará a deter os imigrantes. Netanyahu afirmou que os imigrantes vão poder escolher se querem voltar a seus países de origem ou ir para outro país africano, entre eles Ruanda e Uganda.

Justamente por isso, o governo de Israel construiu uma cerca ao longo da fronteira com o Egito, completada em 2013. Desde então, quase nenhum imigrante conseguiu entrar no país. Dos 60 mil que já haviam entrado, restam, atualmente, cerca de 38 mil. Pouco mais de 20 mil já deixaram Israel nos últimos anos, atraídos por indenizações e frustrados por não conseguir emprego.

A declaração se refere ao fato de que Israel foi criado após o Holocausto, no qual seis milhões de judeus foram exterminados e outras centenas de milhares se tornaram refugiados. Muitos desses refugiados do nazismo imigraram para a antiga Palestina, na época controlada pelos britânicos, e se juntaram a outros judeus que já viviam na região e que tinham o sonho de estabelecer um lar nacional judaico.

Para muitos, essa nova campanha anti-imigrantes africanos é uma apenas medida populista elaborada para angariar mais votos ao partido de centro-direita Likud, de Netanyahu. O premiê sabe que a presença desses imigrantes em alguns lugares, principalmente no Sul de Tel Aviv, tem causado muita tensão com moradores locais, que revolta e saem às ruas para protestar, reclamando dos assaltos, da violência e da desvalorização de imóveis nas áreas onde moram os imigrantes.

O racismo não foi acidental em Israel e tampouco foi um fenômeno transitório na vida social da Palestina ocupada, mas é uma parte integral e constante do regime israelense, porque é parte da ideologia e uma das razões para justificar a criação de um "estado sionista". A lei israelense e os procedimentos judiciais sionistas mostram que os judeus são considerados judeus apenas se vierem de uma mãe judaica. Como resultado, essa associação é apenas uma dependência biológica. De acordo com o sionismo, qualquer tipo de absorção em outras sociedades significa perda de identidade judaica e um começo para destruir a nação judaica. Seguindo este princípio, se proclama outro princípio geral, quer dizer, a manutenção de uma pura raça judaica e a proibição de ter um relacionamento com os não-judeus na terra da Palestina.

Desde a ocupação dos territórios palestinos, o regime sionista tem tentado atrair judeus de todo o mundo e incentivá-los a migrar para a terra dos palestinos, prometendo-lhes muitas coisas. A comunidade judaica nos territórios ocupados da Palestina é dividida em três categorias. O primeiro grupo consiste dos Asquenazes  que são os judeus provenientes da Europa Central e Europa Oriental. O termo provém do termo do hebraico medieval para a Alemanha, chamada Ashkenaz. Nos dias de hoje, o termo asquenazita é utilizado para tratar das tradições religiosas dos judeus que viviam na Europa Oriental, assim como as de seus descendentes, espalhada por todo mundo após o Holocausto. São considerados cidadãos de primeira classe, são ricos e têm cargos governamentais. O segundo grupo é constituído pelos Estazíes, são os imigrantes também da Europa Oriental e formam a classe relativamente média. O terceiro grupo inclui os chamados Falashas, são considerados entre as classes mais baixas da comunidade de imigrantes judeus. São as pessoas que, nos anos 60 e 70, deixaram a Etiópia e o Sudão para os territórios palestinos ocupados. Esta minoria está envolvida intencionalmente em trabalhos difíceis, como em fábricas, oficinas e fazendas.

O termo “falasha” é pejorativo e significa “exilado” ou “estranho” — vem seguindo os preceitos da Torá desde os tempos antigos, de maneira um tanto desprendida. Por quase três mil anos, os judeus negros da Etiópia, mantiveram sua fé e identidade — eles falam hebraicos e guardam o Shabat — lutando contra a fome, a seca e as guerras tribais. Acredita-se que eles faziam parte de uma das dez tribos perdidas e seus ancestrais remontariam ao rei Salomão e à rainha de Sheba (Sabá). E apenas em 1975, foram reconhecidos pelo Estado de Israel como descendentes das tribos perdidas.

No início, a emigração era tímida, mas a instabilidade política do país, e especialmente a grande fome de 1984 e 1985, obrigou os falashas ao exílio. Primeiro em campos de refugiados no Sudão. Depois, de novembro de 1984 e janeiro de 1985, com ajuda do serviço secreto israelense, o Mossad, e em conjunto com a CIA, que organizaram um primeiro transporte aéreo. Apelidada de Operação Moisés, ela permitiu a evacuação de 7.700 etíopes. O restante adoeceu na viagem e muitos voltaram à Etiópia. Famílias acabaram separadas. A maior operação do tipo só aconteceu em maio de 1991, durante uma brutal guerra civil na Etiópia, quando 14.200 falashas foram transportados de avião para Jerusalém pelas Forças de Defesa de Israel.

Grande parte deles nunca havia tido contato com uma civilização aos moldes ocidentais e eram membros de tribos. Muitos nunca haviam sentado em uma cadeira ou sequer calçado um sapato. O que fez com que a adaptação fosse difícil. Hoje, aproximadamente 90% dos etíopes judeus vivem em Israel: a comunidade reúne 135.500 pessoas — destes, mais de 50 mil nasceram no país, o que representa 1,5% da população. Mas, vítimas de racismo, muitos são excluídos do processo de integração. Segundo a Associação Israel para os judeus etíopes, o rendimento médio per capita é 40% menor do que a média. Mais de um terço das famílias (38,5%) vivem abaixo da linha de pobreza.

 Durante a última década, os Falashas criticaram repetidamente as políticas sionistas e exigiram igualdade de direitos com os palestinos que são discriminados e desfrutam dos direitos de cidadania nesta terra.  A pressão social aumentou o número de assassinatos intrafamiliares e assassinatos neste ramo da população israelense. 

Aparentemente, os brancos sionistas chegaram à conclusão de que os imigrantes negros deveriam ser expulsos da Palestina ocupada para outro ponto. A divisão profunda entre imigrantes judeus no regime israelense tem suas raízes nas regras de suas autoridades e nas doutrinas sionistas. De conformidade com a lei da cidadania do regime de ocupador de Al-Quds, que foi ratificada no parlamento israelita em 1951, todo judeu que entra na Palestina é considerado cidadão. A lei estabelece que "toda pessoa judaica que regressa ao território ocupado ou tem nascido antes do estabelecimento de Israel tem direito a uma nacionalidade".

Portanto os africanos que retornam, com base nas promessas do regime israelense, são considerados imigrantes ilegais que chegaram sem permissão para ocupar a Palestina. Por esta razão, devem ser expulsos da Palestina ocupada. O serviço de imigração sionista anunciou que o número de judeus na África é de 38 mil, dos quais 15 mil procuraram refúgio. O escritório de imigração israelense tem até 6500 casos, mas tem aprovado apenas onze recursos. Os líderes sionistas afirmam que devem primeiro estudar a situação dos judeus que emigraram de outros países do mundo para os territórios palestinos ocupados por Israel.

A raiz deste problema remonta a um momento em que a chamada agência judaica procurou emigrar judeus de diferentes países. Naqueles dias, alguns negros africanos (especialmente os etíopes) declararam que se converteram judeus em busca da emigração para a Palestina ocupada. Esta agência trouxe uma série de negros já convertidos em judaísmo. Mas, quando esses imigrantes chegaram à Palestina ocupada, começaram os desentendimentos. Judeus ocidentais recusaram aceitar imigrantes de cor. O Conselho do Rabino recusou reconhecer imigrantes de cor como judeus e não lhes concedeu o direito à cidadania e residência. Algumas dessas pessoas africanas que haviam passado décadas de miséria estavam em pior situação nos territórios ocupados, onde estavam sujeitas a muitas pressões. Agora são considerados imigrantes ilegais e, de tal forma, podem ser facilmente expulsos. Esses imigrantes são rejeitados por sua cor de pele negra e também são privados de direitos de cidadania porque os brancos não gostam de viver junto com eles. 

Como se a história se repita, agora no século XXI, a discriminação continua sendo baseada na cor da pele e a comunidade internacional não tem nenhum papel nisso. Aqui, deve-se notar que o Alcorão, desde que foi anunciado ao homem há 1400 anos, promove a igualdade dos seres humanos e aponta para a piedade como o único critério da superioridade humana. Na verdade, o profeta do Islã, Hazrate Mohamad (P.E.C. E), respeitou o Belal, o homem negro, deu-lhe uma posição de destaque e aconselhou-o a ser o anunciante de orações (Almuaden) ao longo do dia. 

Segundo um comentarista da Pars Today, os sionistas judeus se consideram o povo preferido de Deus na terra e a raça superior, de modo que outras nações e povos devem estar ao seu serviço. Mesmo entre os judeus que vivem na Palestina ocupada, governa uma classe dominante. Israel é um regime baseado na apartheid e a discriminação racial. Assim, podemos ver que a deslocação de judeus de todas as partes do mundo para a Palestina ocupada, significa mais deslocação dos palestinos desta terra. Na realidade, os judeus vieram de diferentes sociedades com culturas diferentes e essas diferenças raciais e culturais desde o início constituíram um grande obstáculo para a criação e formação de uma identidade única como nação. Os judeus que se mudaram da Europa Ocidental, conhecidos como judeus Asquenazes, se consideram judeus superiores no Israel. Eles definiram e estabeleceram as leis em seu favor e marcam distâncias com os outros judeus, como Sefarditas e Falashas, ​​e esta tendência se aumentou cada dia nas terras ocupadas.

Considerando as ondas de imigração de judeus dos territórios palestinos ocupados, os sionistas tentaram reverter essa situação trazendo judeus para a Palestina de qualquer lugar. 

Eles convidaram nas décadas 80, os judeus da Etiópia, para se instalar na Palestina. Mas, desde o início, esses judeus entraram nos territórios palestinos ocupados com tratamento discriminatório.

Após a chegada dos Falashas na Palestina ocupada, ficaram privados das instalações que estavam disponíveis a outros recém-chegados judeus. Falashas não tem chance de desfrutar de benefícios sociais ou empregos de alta renda, e eles simplesmente têm que fazer muito trabalho e baixa renda. Algumas diferenças que sempre foram o motivo do protesto desse grupo. Até 5400 desses judeus negros que servem no exército e na polícia também são frequentemente discriminados por seus colegas. A quantidade de renda dos Falashas é 35% inferior a dos judeus na comunidade sionista.

 Os judeus etíopes enfrentam muitas limitações sociais e econômicas nesta terra, e o regime sionista os priva, incluindo serviços sociais básicos e bem-estar. Os Falashas não só não têm o direito de possuir uma casa e um sistema educacional independente, como têm que realizar os trabalhos mais difíceis e de baixa renda. Os empregadores sionistas olham os falashas como mão de obra barata. O sangue dos judeus etíopes é rejeitado e não é permitida a sua transfusão a outros pacientes judeus. Para controlar a taxa de natalidade, as mulheres são forçadas a injetar anticoncepcionais.

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