Abr. 29, 2018 04:04 UTC
  • Violação dos direitos humanos no Ocidente da ilusão à realidade (11-2018)

Pars Today-Este programa se dedica a abordar a violação da liberdade religiosa em algumas comunidades ocidentais.

O direito à liberdade religiosa e a escolha do vestuário estão entre os direitos fundamentais do ser humano. Todos os governos são obrigados a respeitar esses direitos, mas algumas medidas adotadas por vários governos, particularmente os que autoproclamam os defensores dos direitos humanos e da liberdade, mostram que, na prática, não se importavam com os direitos humanos.

 

Hoje, o hijab (a forma de véu islâmico), não se chama mais atenção da população dos países ocidentais e elas estão cada vez mais familiarizadas com este aspecto de vestimenta, portanto, os obstáculos que ficam no caminho das mulheres muçulmanas não podem impedi-los de uso de hijab e respeitar e praticas a sua fé e convicção religiosa, mas as reações que em alguns casos se encontram, questionam as afirmações do Ocidente sobre liberdade e direitos humanos. 

Após o aumento da discriminação racial contra os muçulmanos, o governo francês e outros defensores dos direitos humanos se deparam com esta interrogação de como a segurança e a liberdade dos muçulmanos podem ser garantidas perante a discriminação e o evidente preconceito?

 

Em uma nova medida, Heinz-Christian Strache, vice-chanceler do governo de coalizão da Áustria, relatou a proibição do uso de lenços por meninas muçulmanas em creches e escolas primárias. Segundo Sebastian Kurz, o chanceler austríaco, este plano anti-islâmico visa impedir a formação de uma sociedade paralela na Áustria.

 

A este respeito, Kurz disse: "Sem dúvida, o hijab e o uso do véu islâmico pelas meninas não têm lugar em nosso país". O plano do governo de coalizão, chamado "projeto de proteção à criança", foi submetido ao Parlamento daquele país. A aprovação deste projeto exige o voto de dois terços dos deputados, portanto, o governo de coalizão precisará do apoio de outros partidos, como o social-democrata para aprovação deste projeto.

 

O governo austríaco, desde outubro passado, vem implementando outra proibição anti-islâmica. As autoridades austríacas, além de proibirem o uso da burca em locais públicos, aplicaram uma multa a quem usam essa roupa islâmica – de 150 euros.

 

A esse respeito, o especialista do nosso programa, Makki, diz: "A escolha do tipo de vestuário é um dos direitos básicos dos seres humanos, e os seguidores de cada religião escolhem suas roupas de acordo com seus ensinamentos e seus valores. Nos ensinamentos morais do Islã, as mulheres receberam conselhos especiais para cobrir o seu corpo adequadamente. É claro que o Islã também tem ordens sobre a vestimenta dos homens, mas aqueles que se referem ao vestuário das mulheres são mais expressivos e bem cuidados”.

O especialista acrescenta que muitas mulheres muçulmanas cumprem essas recomendações e respeitam a forma vestuário que a religião exige e recomenda. Nos ensinamentos do Islã, há certas razões para recomendar o hijab. 

Antes da Segunda Guerra Mundial, as mulheres dos países ocidentais tentavam usar roupas que cobriam o corpo. Mas depois da Segunda Guerra Mundial, a tendência de uso de roupas mais abertas e distraídas começou devido à propaganda do consumismo e à modernização das sociedades ocidentais. Uma das causas da crise moral nas sociedades ocidentais e o enfraquecimento da base da família, como um fundamento para a sociedade, são a negligência e o abandono da relação entre homens e mulheres. A Europa de hoje transformou a questão hijab das mulheres muçulmanas em um pretexto para reduzir a presença de mulheres muçulmanas na sociedade, cheio de casos de violações da liberdade das mulheres contrárias aos seus valores e leis. Os governos e a mídia ocidental consideram o véu islâmico uma obrigação, enquanto essas mulheres muçulmanas escolheram o hijab de acordo com suas crenças como uma opção pessoal. Alguns governos ocidentais levantaram questões de segurança como uma desculpa para rejeitar o hijab. Isso ocorre enquanto em nenhum dos atos terroristas que ocorreram nos últimos anos na Europa, nunca foi relatado um caso, onde o atentado tivesse sido realizado por uma mulher com um véu. Somente, se pode avaliar as ações dos governos da Alemanha e da Áustria para criar mais restrições às mulheres com lenço islâmico apenas no âmbito das políticas anti-islâmicas e numa corrente islamofóbica dos ocidentais.

 Apesar dos slogans da liberdade e da proteção dos direitos humanos, está aumentado o processo de proibir e limitar o hijab nos países ocidentais. 

A maior população muçulmana na Europa vive na França. Em 2004, o parlamento francês declarou oficialmente ilegal o uso do hijab islâmico em centros oficiais de educação, dentro da estrutura de uma lei que proíbe o uso de símbolos religiosos nas escolas. Anteriormente, a maioria das escolas francesas mal permitia que seus alunos assistissem às aulas com véus islâmicos.

 Aprovando uma lei, os muçulmanas franceses, como a maior comunidade muçulmana da Europa, foi proibida desde 2004, de usar o véu islâmico em escolas públicas. Esta proibição contradiz os artigos relacionados à liberdade religiosa que se contemplam na Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas aprovada em 1948 e na Convenção Europeia para a Proteção dos Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais aprovada em 1950.

 Na França, as limitações de vestuário contra as mulheres muçulmanas são impostas, enquanto o uso de vestimentas simbólicas de cristãos e judeus é livre neste país. Em 2011, o uso da burca na França foi proibido. O país gaulês, que abriga mais de cinco milhões de muçulmanos, foi o primeiro na Europa a proibir o uso do hijab em lugares públicos.

 A Bélgica é outro país que, de acordo com o plano proposto por alguns parlamentares, considera criminosas, as mulheres que usem “burca” em lugares públicos e as obrigam a pagar multas ou até mesmo prendê-las em caso de violação dessa disposição.

 Desde 1991, o governo holandês impôs mais restrições às mulheres muçulmanas em locais públicos e proibiu qualquer cobertura islâmica, incluindo a burca e os lenços que cobrem o rosto. Às mulheres muçulmanas que se recusam a cumprir a lei, se aplica uma multa de 500 dólares.

 A proibição hijab foi implementado desde 2007 em escolas e universidades em vários estados alemães, incluindo Baviera, Bremen, Hesse, Baixa Saxónia, Renânia do Norte-Vestfália, Turíngia, Sarre, Schleswig-Holstein e Brandenburg. Nesse sentido, Thilo Sarrazin, o político do Partido Social Democrata da Alemanha, disse: "Anuncio a proibição do uso de lenços nos centros educacionais". Ele alegou que o hijab não é um símbolo religioso, mas uma questão política. Sarrazin também solicitou que o número de imigrantes na Alemanha fosse reduzido. Em sua opinião, 70% dos turcos e 90% dos árabes que vivem em Berlim são atrasados ​​e agressivos. Anteriormente, esse mesmo político já havia falado sobre a inteligência dos judeus na Europa Oriental.

 Além de países como França, Bélgica e Holanda, que proibiram o véu islâmico, a Suíça é o quarto país europeu a bani-lo. O parlamento suíço votou a defender a proibição do uso da burca em lugares públicos, com 101 votos a favor e 77 votos contra, o que causou a tristeza dos muçulmanos.

Islamofobia se intensificou na Europa nos últimos anos e seus sinais são o crescente poder dos partidos de extrema direita, ataques generalizados sobre os muçulmanos e proibir o hijab, bem como ataques a mesquitas e campos incendiados estabelecidos para os muçulmanos deslocados. Na sequência desta mesma onda islamofóbica, foi relatado que o Tribunal de Justiça da União Europeia permitiu que os empregadores proibissem seus funcionários de usar o hijab islâmico ou outros símbolos religiosos.

 Na declaração do dito Tribunal, lê-se: "É proibido qualquer símbolo específico demonstrativo que apresenta algum ponto de vista político, filosófico ou religioso". O decreto também enfatiza: "A proibição do vestuário de qualquer sinal religioso, político e filosófico deve incluir todos os funcionários, de acordo com as leis internas da empresa, e serão obrigados a ter um vestido imparcial".

 O Tribunal Europeu de Justiça, depois de investigar um caso de duas mulheres muçulmanas da França e da Bélgica que haviam sido expulsas de seus empregos por causa de sua oposição à remoção do véu, emitiu este veredicto. Este veredicto inclui a proibição do uso de qualquer sinal religioso, político ou filosófico.

 A proibição do vestuário islâmico em alguns países do mundo contradiz os artigos 18 e 19 sobre a liberdade religiosa e o direito à liberdade expressa na Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas (1948), bem como na Convenção para a Proteção Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais da Europa (1950).

 

De acordo com o Artigo 18 da Declaração dos Direitos Humanos, todos têm o direito à liberdade de expressão e religião. Este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e garante liberdade de expressão de crença e fé, e inclui a realização de cerimônias religiosas. Você pode exercer esses direitos individualmente ou em grupos. Talvez se possa argumentar que uma das causas do conflito ocidental com os muçulmanos e a criação de restrições contra esse grupo, como no caso do véu, coloca os muçulmanos em crescente perigo. Após os ataques de 11 de setembro e a acusação desses atos contra os muçulmanos, aumentaram as restrições contra os muçulmanos em todo o mundo.

 Uma das razões importantes para a islamofobia pode ser entendida nesta questão: Após o colapso do bloco comunista, o Ocidente teve que encontrar um inimigo imaginário para manter sua integridade. A teoria de Huntington de que a dominação dos EUA faz sentido em crises e desafios, é considerada a doutrina da continuidade do poder nesse país norte-americano. Então, após a perda da superpotência oriental, um substituto deve ser introduzido e, nesse sentido, o Islã foi apresentado como inimigo do Ocidente.