May 05, 2018 16:05 UTC
  • Violação dos direitos humanos no Ocidente da ilusão à realidade (12-2018)

Pars Today - Neste programa falaremos sobre violência sexual nas comunidades ocidentais.

Infelizmente, a violência sempre foi uma das dimensões da vida humana. A violência ocorre em muitas formas e sempre leva à dominação dos mais fortes sobre os mais fracos e debilitados. Uma forma de violência é a assedia sexual, cujas vítimas são geralmente mulheres e crianças.

A violência sexual manifesta-se por atos agressivos que, através do uso de força física, psicológica ou moral, reduzem a pessoa a condições de inferioridade para impor o comportamento sexual contra sua vontade. Este é um ato que fundamentalmente visa subjugar o corpo e a vontade do povo. A violência sexual pode ocorrer em qualquer lugar, seja na sociedade, em casa ou no trabalho. 

A violência ainda vitima milhares de mulheres de todas as idades cotidianamente em muitos países no mundo. Suas consequências para as vítimas são severas e devastadoras: a violência sexual tem sérios efeitos nas esferas física e mental, nos curtos e longos prazos.

Entre as consequências físicas imediatas estão à gravidez, infecções do aparelho reprodutivo e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Em longo prazo, as mulheres podem desenvolver distúrbios na esfera da sexualidade, apresentando ainda maior vulnerabilidade para sintomas psiquiátricos, principalmente depressão, pânico, somatização tentativa de suicídio, abuso e dependência de substancias psicoativas.

Além de afetar a saúde física e psíquica das vítimas, atinge toda a sociedade ao colocar o medo do estupro como um elemento da existência das mulheres que pode limitar suas decisões e, consequentemente, afetar seu pleno potencial de desenvolvimento e sua liberdade.

No início do programa de hoje, ouviremos as palavras do nosso especialista, Sr. Morteza Makki:

"A violência sexual é um dos desafios da comunidade humana moderna de atualidade, onde mulheres e meninas correm risco de violência e assedia. Sempre se pensa que a violência contra as mulheres é um dos problemas das sociedades pobres ou em via de desenvolvimento. Mas nas sociedades ocidentais modernas, apesar de todas as suas reivindicações, as mulheres correm maior risco de sofrer pela violência sexual. A revelação dos escândalos morais Harvey Weinstein, o famoso produtor de Hollywood, durante o ano passado, desencadeou uma onda de revelações nos EUA e na Europa. O escândalo que começou com Harvey Weinstein ganhou proporções inimagináveis e escalou fronteiras. Essas revelações que denominam o “Efeito Weinstein” não limitavam aos atores. Houve declarações de vítimas de violência sexual e assédio quase em todas as classes sociais, políticas e até mesmo no ambiente legislativo.

Depois que a onda das revelações se iniciou um quinto dos parlamentares britânicos anunciou em um relatório que havia sofrido de assédio sexual. Até mesmo dois ministros do gabinete de Theresa May foram forçados a renunciar por acusações de assédio sexual. Essas revelações não se limitaram à Grã-Bretanha. 

87 mulheres no Parlamento Europeu anunciaram que tinham sido vitimas de assedia sexual. Várias eurodeputadas invocaram, o slogan “Eu também”, que tem sido usado nas redes sociais para denunciar casos de assédio sexual de mulheres, ao qual o Parlamento Europeu não foi imune.

Segundo a eurodeputadas socialista espanhola Iratxe Garcia, cerca de 50% das mulheres europeias já foram vítimas de alguma forma de assédio sexual.

Marin Tuandelie, uma parlamentar francesa, falou sobre uma lista negra de deputados que assediavam sexualmente mulheres. Quase em todos os países europeus, mulheres, enfrentam, pelo menos uma vez na vida, o fenómeno imoral do assédio sexual e as estatísticas sobre este fenómeno nos países ocidentais representam apenas uma parte deste dilema social. Muitas vítimas de violência permanecem em silêncio até o fim de suas vidas ou são isoladas e marginalizadas ou chegaram a cometer suicídio. 

O assédio sexual se torna catastrófico quando as pessoas, por motivos raciais, cometeram violência contra mulheres e meninas em grupos, ou seja, o estupro coletivo. 

Mulheres muçulmanas bósnias ou mulheres Rohingya estão entre aquelas que nos últimos anos tinham sido assediadas por um grupo sérvios e budistas extremistas, respectivamente. Os governos ocidentais, que se levantam a bandeira da defesa da humanidade, mantiveram silêncio perante essas violações por razões políticas e por seus interesses”, conclui Maki. 

A violência sexual existe em todas as sociedades com estatísticas diferentes. Nos países ocidentais, apesar dos movimentos de ativistas pelos direitos das mulheres e da concessão de igualdade e liberdade às mulheres, existem dados impressionantes a esse respeito. Por exemplo, a pesquisa da União dos Estudantes Britânicos mostra que, de cada 10 estudantes, quatro declararam ter sofrido de assédio ou de abuso sexual pelo menos uma vez na sua vida escolar. 

A União Nacional de Estudantes do Reino Unido publicou um relatório, segundo o qual o assédio sexual por funcionários da universidade não é uma questão secreta, mas o assédio sexual em dormitórios de estudantes no Reino Unido tornou-se um problema marginal e sem importância.

Este é considerado o primeiro relatório do gênero, que consiste em coletar informações de diferentes grupos, incluindo alunos atuais e antigos. O assédio sexual de estudantes em universidades britânicas consiste na pronúncia de palavras difamatórias sexuais e assédio sexual em dormitórios. O relatório mostra que, de cada 10 estudantes, quatro relataram ser, pelo menos uma vez, alvo de assédio ou abuso sexual. 5% disseram também que conhecem pessoas que sofreram de assédio sexual. 

Um em cada oito estudantes atuais no Reino Unido disse que teve contato com um funcionário da faculdade enquanto se sentia desconfortável. Este número é o dobro entre mulheres e meninas. Além disso, o 15,6% de mulheres tinham informado ter sido objeto de abuso sexual, mas este numero entre os homens é de sete por cento.  

A violência sexual nos Estados Unidos é muito aguda, pois a cada 98 segundos, uma pessoa é vítima de agressão sexual. Quase todos os dias, mais de 570 pessoas neste país sofrem de alguma forma de violência sexual, de acordo com o site do Huffington Post. O autor do relatório escreve: "A cultura americana está cheia de violência sexual, desde cenas de violência em programas de televisão até roupas que provocam a cultura de violência. Heróis famosos que convencem as meninas a permanecer em silêncio e as aventuras diárias de violação nos campos universitários fazem parte da violência sexual na comunidade americana. Entre outros casos, podemos mencionar um médico da equipe olímpica feminina dos Estados Unidos que abusou sexualmente de centenas de menores. Até mesmo Donald Trump, o presidente dos EUA, tem sido publicamente acusado de assediar sexualmente mais de 15 mulheres”.

O relatório cita também outras estatísticas, por exemplo, a cada 98 segundos, uma pessoa é assediada sexualmente nos Estados Unidos e 99% dos perpetradores de violência sexual não recebem multas, impune e circulam livremente. 13% das mulheres vitimas de violência nos Estados Unidos se suicide e meninas entre 16 e 19 anos são quatro vezes mais em risco de ser vitimas de abuso sexual e violação. Além disso, 90 por cento das vítimas adultas de violação nos Estados Unidos são mulheres e, em média, todos os anos no país nortenho, 321.500 pessoas são vítimas de assedio sexual. O relatório também indica o grave estado da violência sexual nas prisões dos EUA. A cada ano, 80.600 presos sofrem violência sexual nas prisões e, em 60% dos casos, o perpetrador é funcionário da penitenciaria.

A violência sexual em países envolvidos em guerras e conflitos internos é mais intensa e em estes crimes estão envolvidos as influentes correntes políticas. Como o caso trágico de Asefa na Caxemira, controlado pela Índia, que foi vítima de um doloroso crime e injustiça. O nome de Asefa tornou-se a primeira em manchete da mídia indiana de hoje, e muitas pessoas no mundo estão acompanhando as notícias do assassinato dessa criança inocente. Mas qual foi à verdade da história?

 A tragédia de Asefa começou há três meses, quando a menina muçulmana de 8 anos desapareceu na área de Katwa, na Caxemira, sob o controle indiano. Os esforços dos pais de Asefa para encontrá-la não tiveram sucesso até que, finalmente, foi descoberto o seu corpo afundado em sangue revelando uma amarga verdade. O relatório médico mostrou que a menina foi violada por vários indivíduos durante 11 dias. Após as investigações, foi revelado que durante esse período ela recebeu injeções de narcóticos e que ela foi estuprada enquanto lutava com a morte.

Após este terrível crime, a polícia conseguiu identificar os autores do crime e seis soldados indianos foram presos e confessaram o crime. Um soldado indiano de 19 anos confessou: "Asefa estava procurando por seu cavalo perdido e eu a enganei e a levei para a floresta. Então a sequestrei e a levei para um templo hindu e, com meus amigos, a violamos durante 11 dias”. Essa amarga história tornou-se imediatamente uma questão religiosa e política, e extremistas hindus exigiram a libertação de criminosos hindus. Infelizmente, o governo indiano também apoiou as forças armadas e preparou o terreno para a sua libertação e encerrou o caso. 

Após a entrada dos meios de comunicação no campo e as pressões impostas contra o governo indiano, bem como os protestos dos partidos da oposição, supõe-se que o processo recomece. Asefa é um símbolo de milhares de mulheres inocentes que foram atacadas por militantes indianos na Caxemira controlado por Índia, e nunca foram capazes de reivindicar seus direitos.

 Por mais de 28 anos, as forças indianas estão massacrando o povo de Caxemira, matando mais de 98 mil pessoas e prenderam mais de 144 mil pessoas. O representante do Comitê de Direitos Humanos da ONU, Malik Nadim Abed, relatou a situação generalizada dos muçulmanos na Caxemira. Abed chorou ao afirmar que o exército indiano na Caxemira, além de matar milhares de pessoas, violou mais de 10 mil mulheres muçulmanas nesta região sob o seu tutela, todas oficialmente registradas. Entre essas mulheres vítimas, há garotas de sete anos e até mulheres idosas de 77 anos que não conseguiram se salvar da opressão das tropas indianas. O representante do Comitê de Direitos Humanos da ONU pediu aos membros do comitê que detivessem a opressão e o assassinato da população da Caxemira.

As mulheres e meninas Rohingya também estão sujeitas à agressão massiva e coletiva de militares em Mianmar. A organização Médicos Sem Fronteiras informou sobre a violação contra crianças Rohingya e afirmou que algumas garotas estupradas têm menos de 10 anos de idade. A organização também confirmou que mais da metade das meninas Rohingya que foram tratadas por violação médica tinham menos de 18 anos de idade.

Atualmente, a violência sexual tornou-se uma das principais preocupações da humanidade, e as guerras, a insegurança e as tensões internas agravam essas agressões. O mundo, acima de tudo, precisa da paz e segurança. Sob a sombra da segurança, esforços podem ser feitos para alcançar os direitos humanos fundamentais, e a preferência de valores éticos e humanitários por interesses políticos e econômicos contribuirá para a realização desse objetivo.

 

 

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