Violação dos direitos humanos no Ocidente da ilusão à realidade (19-2018)
Neste programa abordaremos as medidas desumanas dos EUA no âmbito da separação de crianças das famílias de imigrantes ilegais quando chegam aos Estados Unidos.
Todos os anos, muitas pessoas do mundo, por diferentes razões, emigram do seu país de origem para os outros lugares em busca de uma vida melhor. Um dos países que é considerado o destino final da maioria dos imigrantes de todo o mundo é os Estados Unidos. Este país, devido à sua boa posição econômica, sempre esteve na mira dos imigrantes. Os EUA abrigam um grande número de imigrantes de diferentes países do mundo, o que tornou o país norte-americano um dos territórios que recebe muitas pessoas de diferentes nacionalidades. A recepção de imigrantes nos EUA é uma parte desta questão e outra é a situação vivida dos imigrantes que viajam para esse país. Neste contexto, as recentes políticas xenofóbicas e anti-imigrantes do governo de Donald Trump tornaram a vida ainda mais difíceis para a maioria dos imigrantes, especialmente as crianças.
Uma das medidas do governo dos EUA em relação aos imigrantes é a separação das crianças de suas famílias que viajam ilegalmente para esse país. Por isso, recentemente, as Nações Unidas pediram aos EUA que parassem imediatamente a separação de crianças imigrantes de suas famílias que chegam às fronteiras do sul dos Estados Unidos. O Gabinete do Alto Comissariado para os Direitos Humanos (ACNUDH), com sede em Genebra, expressou preocupação com esta política dos EUA em relação aos imigrantes que, por sua vez, contradiz a lei. Segundo as Nações Unidas, desde outubro do ano passado, centenas de crianças, entre elas uma de um ano de idade, foram separadas de seus pais. Enquanto isso, o governo dos EUA alega que o objetivo dessa política é impedir a entrada nos EUA de famílias pobres, em sua maioria de Guatemala, El Salvador e Honduras.
Recentemente, o Washington Post, aludindo a um relatório, revelou que o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA entregou à custódia de um grande número de filhos de famílias imigrantes aos seus parentes mais próximos, mas nos últimos seis meses, têm aumentado 10% o número de crianças imigrantes que foram detidas ou que não tinham nenhum familiar que as recebesse nos EUA. Neste relatório, enfatiza-se que, em 2017, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA entregou cerca de 40 mil crianças imigrantes sob a custódia. O relatório também mostra que o nível médio de tempo que as crianças estão sob a custódia por 51 dias no ano passado passou a 57 nos últimos meses.
Segundo alguns relatórios, desde outubro de 2016 a janeiro de 2017, mais de 54 mil crianças e seus representantes legais foram detidos nos EUA. Este número duplicou em relação ao ano anterior. Em junho de 2016, um tribunal de apelações norte-americano, em um veredicto sobre o assunto, considerou ilegal a separação de crianças imigrantes e sentenciou sua libertação imediata.
O Washington Post informou que, em cada dia que passa a administração do presidente Trump encarcera mais crianças imigrantes na fronteira do México, de modo que novos relatórios revelam que um grande número de crianças é enviado para regiões com centenas quilômetros de distancia de seus pais presos.
De acordo com um relatório da CNN, em abril último, um subsecretário adjunto do HHS, Steven Wagner, informou ao Congresso que o Escritório para a Recolocação de Refugiados (ORR) havia perdido o paradeiro de cerca de 1.500 crianças imigrantes. A maioria delas veio da América Central e chegou sozinha à fronteira entre o México e os Estados Unidos.
O HHS documentou o numero em uma pesquisa com mais de 7.600 residências onde menores haviam sido deixados sob custódia de adultos residentes nos Estados Unidos. Wagner fez esta queixa depois de alguns relatos baseados na separação de crianças imigrantes de seus pais nas fronteiras dos EUA. Wagner precisou que no ano financeiro de 2017, o Secretário de Segurança Interna dos EUA enviou mais de 40 mil crianças imigrantes para a ORR.
Conforme o Wagner, essas crianças, depois de uma curta estadia nas instalações da RRO, foram entregues a famílias que têm laços estreitos com essas crianças; embora em alguns casos, essas famílias não tivessem laços familiares com o menor.
Donald Trump, durante o seu mandato, emitiu duas ordens sobre imigração que dificultaram as condições de recepção de visto para algumas pessoas. Pode-se referir ainda a construção de um muro de segurança na fronteira do México com os EUA, que era uma das promessas eleitorais de Trump.
Com base no pedido de John Kelly, ex-secretário de Segurança Interna dos EUA, as pessoas que viajaram ilegalmente para os EUA a partir de países da América Latina, no futuro, deviam ser separadas de seus filhos. Em entrevista à CNN sobre o assunto, Kelly disse que durante o tempo em que esses imigrantes são inspecionados, seus filhos têm que ficar com famílias ou conhecidos, desde que haviam vivido no país há muito tempo. Kelly insistiu que essas pessoas são totalmente vulneráveis a contrabanda de pessoas, e um grande número de mulheres enfrenta abuso sexual.
A luta contra a imigração ilegal na fronteira sul dos Estados Unidos tem sido uma das grandes promessas eleitorais do presidente Donald Trump. O Secretário de Segurança Interna dos Estados Unidos administra as políticas relacionadas a questões de imigração e tem que executar a ordem de Trump para a construção de um muro de segurança de 3200 quilômetros na fronteira com o México. Trump com esta medida quer impedira a entrada ilegal das pessoas no seu país. Além disso, Trump exigiu que o governo mexicano assumisse os custos da construção dessa barreira, mas o governo mexicano a rejeitava. As relações entre esses dois países foram obscurecidas desde o início da presidência de Trump nos EUA. .
A junta governamental dos EUA tem um dossiê negro sobre as medidas violadoras dos direitos humanos dentro e fora do país. Mas, desde que Trump chegou ao poder, medidas desumanas aumentaram consideravelmente neste país. Uma parte maior dessas ações, contrárias aos direitos humanos, está ligada a ideias racistas e contra a imigração. Um dos slogans de propaganda de Trump na campanha eleitoral de 2016 têm sido a expulsão de imigrantes indocumentados e limitações à entrada de imigrantes naquele país. O presidente americano, com seus slogans anti-imigrantistas, conseguiu atrair os votos de grande parte dos brancos naquele país. Trump, após sua entrada na Casa Branca, como primeira medida, proibiu ou limitou a entrada de cidadãos de alguns países muçulmanos nos EUA. A limitação de viagens imposta aos cidadãos de países muçulmanos em breve também se estendeu aos cidadãos dos países da América Latina e da África. Trump anunciou que o governo mexicano devia se empenhar e investir na construção de um muro de segurança de 3.200 quilômetros em sua fronteira norte. Ele, em outra declaração, revelou seus pensamentos racistas chamando os poços de merdas, os países pobres da América Latina e da África.
O governo dos EUA, continuando suas políticas racistas e desumanas, separa as crianças imigrantes de seus pais que viajaram ilegalmente para os EUA e pretende se aproveitar desses menores reféns e, desta forma, criar uma das maiores limitações para a entrada de imigrantes indocumentados nos EUA. Uma medida que levou à reação da ONU, mas a experiência tem mostrado que o governo Trump não dá importância a essas preocupações e advertências e, dentro da estrutura do primeiro slogan americano, considera justificável qualquer violação dos direitos humanos naquele país.