Violação dos direitos humanos no Ocidente, da ilusão à realidade (26-2018)
Pars Today- Neste programa, estudamos o caso da violência armada nos EUA.
Um dos problemas do governo dos EUA é o dilema de tiroteios e a violência armada naquele país, assuntos sobre os quais são publicadas diariamente muitas noticias.
Depois de um novo tiroteio e do massacre de cidadãos inocentes nos EUA, recentemente, a polícia do estado de Chicago anunciou que pelo menos 66 pessoas se tornaram alvos de ataques com tiros, dos quais 12 perderam suas vidas. O estado de Chicago, com mais de 2,5 milhões de habitantes, é considerado a terceira maior cidade dos Estados Unidos. A mídia de Chicago anunciou que o maior número de recentes ataques com armas ocorreu nas regiões ocidentais da cidade, nos quais 25 pessoas se tornaram alvo de ataques separados.
Em um fim de semana de janeiro, foram registrados 33 casos de disparos e, como consequência, 14 adolescentes entre 11 e 13 anos morreram. A esse respeito, 46 pessoas foram detidas sob a acusação de portar armas e, como resultado das investigações, a polícia confiscou 60 armas, mas sem nenhuma prisão dos autores destes incidentes de um fim de semana mais violento.
Com base em relatórios, a violência armada em Chicago é intensificada em comparação com outras estatísticas oficiais anteriores, nas quais as autoridades daquela cidade haviam relatado a redução de mortes por tiroteios em 2018. Fred Waller, presidente de Departamento de Polícia de Chicago disse que esses disparos ocorreram de duas maneiras, alguns acidentalmente e outros apontados e com planejamento prévio. Ele acrescentou que a maioria desses tiroteios estava ligada à violência das gangues e grupos de sabotagem.
As novas estatísticas sobre a violência armada mostram que o número de mortos pelo uso de armas nos EUA é muito maior do que em outros países do mundo. Aproximadamente, na metade dos 50 estados dos EUA, o direito de portar armas é legal e, se o portador se sentir ameaçado por outra pessoa, pode usar sua arma, mesmo que o seu uso não fosse uma medida necessária. O porte de armas nos EUA é um direito que foi autorizado por lei naquele país há 250 anos. O direito de portar armas tornou-se fundamental no combate entre os Estados Unidos e o Reino Unido. A Segunda Emenda à Constituição dos Estados Unidos protege o direito dos cidadãos deste país de possuir e portar armas.
Atualmente, este país registra a maior taxa de posse de armas individuais e leves no mundo. Com base em uma pesquisa realizada pelo Instituto Galup, quase metade dos norte-americanos disseram que tinham pelo menos uma arma em casa. Cada estado deste país tem o direito de estabelecer regulamentos e limitações especiais em relação à compra e venda de armas. No entanto, todos os estados têm que investigar os antecedentes dos portadores de armas para garantir de não fornecer armas a criminosos ou pessoas mentalmente doentes.
Em comparação com outros países do mundo, o número de armas naquele país aumentou nos últimos 20 anos. De acordo com novos estudos, existem quase 265 milhões de armas de fogo nas mãos das famílias norte-americanas, um número que indica um aumento de 70% em relação às duas últimas décadas. Em 2015, quase 55 milhões de pessoas nos EUA possuíam arma; enquanto esse número no ano de 1995 foi de quase 44 milhões de pessoas. A National Rifle Association (NRA) desempenha um papel fundamental nas relações entre fabricantes de armas e os políticos, por isso é considerado o principal defensor das leis que permitem a liberdade de portar armas nos EUA. Esta associação, que tem mais de 5 milhões de membros, é um dos lobbies mais influentes em Washington e, abertamente, doa dinheiro a políticos e candidatos eleitorais. Nos últimos 70 anos, alguns dos presidentes ou seus assistentes foram membros da National Rifle Association, entre eles o John F. Kennedy, o Ronald Reagan e o atual presidente Donald Trump. Esta associação defende a liberdade de porta de armas como um direito da cidadania. Da mesma forma, ao recorrer à Segunda Emenda da Constituição, a NRA se opõe a qualquer obstáculo na venda de armas nos Estados Unidos. Segundo os líderes dessa associação, a intervenção do governo, como o estabelecimento de algumas regulamentações sobre a venda de armas ou a proibição da venda de algumas armas automáticas, viola os direitos à liberdade pessoal e afeta a economia do país.
Os tiroteios e incidentes armados, seguidos das mortes de civis, não são apenas o trabalho de grupos criminosos, mas a polícia dos EUA também está envolvida. Os resultados de uma investigação acadêmica mostram que a polícia norte-americana mata em cada dia três pessoas. Este relatório acrescenta que a polícia é responsável pela morte de 8% de todos os casos fatais, registrados nos EUA durante os anos de 2012 e 2018.
Segundo este relatório, das 9.795 mortes que a polícia perpetrou durante esses 6 anos, 88% das vítimas eram homens. Este estudo também esclareceu que os negros e os latinos eram os principais alvos do disparo por parte da polícia americana. Segundo esses números, o risco de morte anual dos negros é entre 1,9 e 2,4 por cada 100 mil pessoas. Enquanto o perigo de morte dos latinos é entre 0,8 e 1,2. Este relatório acrescenta que os homens negros são três vezes mais objetos de violação armada.
O evidente é que esse direito legal dos cidadãos norte-americanos se tornou um instrumento para a violação e privação do direito principal do povo; isto é, o direito da vida. Dados aos extensos massacres e o tiroteio contínuo nas cidades americanas e a consequente morte de pessoas inocentes, como as pessoas podem se defender desses incidentes amargos e violentos? Ou, na realidade, o que é essencial nos EUA, o direito do povo ou os interesses econômicos das fabricantes de armas e lobbies políticos que apoiam esses massacres? A maior potência econômica e militar e um dos países mais desenvolvidos do mundo enfrenta uma situação horrível do ponto de vista de segurança e socialmente. Os EUA têm um dos maiores números de crimes de violência armada e homicídios e matanças por uso de armas de fogo. Este país é um dos poucos no mundo onde portar a arma é livre. Além disso, talvez, os EUA sejam o único país do mundo em que os donos das empresas que fabricam e vendem armas têm uma grande influência na administração governamental do país. Por essa mesma razão, apesar de que a cada ano, quase 33 mil pessoas morrerem por armas de fogo, nenhum grupo político ou social conseguiu criar limitações à lei do porte de armas naquele país. Os candidatos das eleições nos EUA durante as campanhas dão múltiplas promessas, no entanto, durante os 250 anos de existência dos EUA, ninguém foi capaz de pôr limites ao porte de armas. Isso, na verdade, tem suas origens nos interesses e benefícios dos fabricantes de armas. O aumento da violência nos EUA está diretamente relacionado à liberdade de portar armas. Nos últimos 20 anos, o número de possuidores de armas nos EUA aumentou consideravelmente. Enquanto isso não deveu ignorar o papel da máfia das drogas. Os EUA são um dos maiores mercados para uso de drogas no mundo. Há sempre uma relação direta entre as armas e os traficantes de drogas. Os grupos da máfia, com base na lei da liberdade de portar uma arma, podem possuir todos os tipos de armamentos que usam para suas nefastas batalhas entre grupos pelo controle das zonas. Essa relação direta entre a violência, a liberdade de portar armas e drogas é um processo constante e crescente que leva a um aumento no número de pessoas mortas por uso de armas de fogo nos Estados Unidos.