A vida tragica de refugiados no acampamento de Calais, uma cidade portuária localizada no norte da França
O assunto atual mais quente e o tema manchete da mídia em qualquer parte do mundo é o desespero e desassossego dos refugiados que se encontram nos países europeus e o tratamento desumano por parte das autoridades em países ocidentais para com imigrantes.
A guerra civil na Síria e conflitos em alguns países no Oriente Médio e na África causaram o aumento diário de números de requerentes de asilo. Segundo o Alto Comissariado para os refugiados das Nações Unidas, este volume de refugiados desde o tempo da segunda guerra mundial tinha sido sem precedentes. De acordo com o seu relato, mais de um milhão de refugiados têm chegado a Europa em 2015. O fluxo dos requerentes de asilo que tentam atravessar o Mediterrâneo para chegar a Europa, primeiramente teve impacto na Itália e Grécia como o primeiro destino destes convidados indesejados. No entanto, a entrada dos refugiados em outros países ricos europeus foi causada gradualmente esta crise sem precedentes que a Europa enfrenta. Alias o assunto de asilo e refugio é tão importante e previsível que um dos artigos da Declaração Universal de Direitos Humanos se define esta questão. O primeiro parágrafo do artigo 14º da Declaração de 1948 diz: “Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países”. Após três anos da adoção desta declaração, devido à importância da questão de refugio, em 28 de 1951, foi elaborada a Convenção de Refugiados, ratificada em Genebra. Neste documento foram tratadas detalhadamente as condições de asilo e, consequentemente, estabeleceu a lei do refugio nos países receptores do asilo e assinantes da Convenção, bem como segundo ela os países membros obrigados a aplicar as suas cláusulas. Mas na pratica, não se exerce corretamente a implementação da Convenção e a Declaração dos direitos humanos nos países que reivindicam defensores de direitos humanos. A Inglaterra ou Reino Unido é um dos destinos mais procurados por requerentes de asilo de todo o mundo, especialmente da Síria e outros países do Médio Oriente. Países que pela insuportável condição de vida, os seus cidadãos saíram para encontrar um refugio mais seguro como Inglaterra, só que o barulho de tambor desta terra prometida de longe é agradável. Mas aparentemente a execução dos tratados internacionais de direitos humanos, quando é custosa não fica na agenda dos europeus. O Porto de Calais na França é um exemplo concreto para este mau tratamento. Calais, é uma cidade portuária localizada no norte da França, onde milhares de imigrantes acamparam por meses nos arredores de cidade, na esperança de atravessar o túnel de Mancha para chegar à Inglaterra. Refugiados e imigrantes vindos de países como Síria, Afeganistão, Eritreia e Marrocos vivem ali em tendas no meio da lama desde. Eles aguardam uma chance de cruzar o Canal da Mancha; Calais abriga a entrada do Eurotúnel, principal ponto de acesso não-aéreo à Grã-Bretanha. A precariedade do cenário, o primeiro campo do tipo na França desde a Segunda Guerra, remonta a campos de refugiados de países pobres e distantes, como o Haiti ou Congo. A vida no maior campo de refugiados da França é muito triste. Muitos refugiados, para chegar a Grã-Bretanha estão parados em Calais e realmente estão passando mal. Localizado na cidade de Calais, no noroeste da França, de clima nublado, chuvoso e sujeito a temperaturas negativas durante o inverno, o local ganhou o apelido de Selva (Jungle) e, hoje, abriga cerca de seis mil pessoas e em cada dia está aumentado e alargado. As rígidas condições e controle severo da policia da França e Inglaterra, causaram o aumento cada vez mais dos refugiados neste porto. O campo florestal tinha capacidade para manter 100 refugiados enquanto hoje lá estão mais de 6 mil pessoas. Os imigrantes sem rumo na fronteira da França com o Reino Unido, morrendo por falta de possiblidades de instalações suficientes. Eles estão sem abrigo há muito tempo e as suas crianças devido à falta de saúde e alimentação adequada estão doentes, algumas perderam as suas vidas. Doenças como disenteria, gangrena e sarna são frequentes neste acampamento. A água potável está contaminada e chuvas sazonais infernaram a vida de muitas pessoas que vivem nas tendas. De acordo com os refugiados que residem em Calais, às vezes ocorrem conflitos e brigas entre os residentes no campo que geralmente são com grande violência. As condições de vida são precárias; a maior parte dos refugiados vive em tendas ou abrigos improvisados sujeitos a vento, chuvas, lama, lixo e doenças. Construído nas dunas, próximo ao porto de Calais (norte da França), o acampamento com cabanas precárias abriga pelo menos seis mil imigrantes, segundo as organizações que ajudam os refugiados. Os migrantes que encontraram abrigados na "selva", muitos tentam alcançar o objetivo subindo clandestinamente nos caminhões que circulam entre os dois países em balsas ou pelo túnel do Canal da Mancha. O sonho de todos eles é chegar à Inglaterra para aproveitar as oportunidades do mercado de trabalho local e tentar, assim, reconstruir suas vidas. Um dos imigrantes sobre a situação dos requerentes de asilo diz: “nós refugiamos a este acampamento por situação de guerra, mas aqui encontramos uma situação ainda mais trágica. Comemos apenas uma refeição por dia; a qualidade de alimento é péssima e as localizações de nossas vidas também são muito ruins. O estado das crianças é mais crítico. Muitas delas estão expostas à fome e doença”. Foi relatado por assistentes de refugiados que a outra grande preocupação médica são as denúncias de violência por parte da polícia e de grupos xenófobos: "há muitos registros de casos por semana de vítimas de violência policial". A violência e confrontos entre os imigrantes e por parte da polícia francesa em Calais se tornou como uma crise humanitária neste porto. O jornal inglês “Independent” recentemente teve acesso a um relatório, segundo o qual mais de três quartos dos refugiados na “Selva” têm sido confrontados com a violência de polícia Calais. Este relatório foi elaborado por 20 pesquisadores acadêmicos no mês de fevereiro. Com base nas conclusões deste projeto, 75,9% dos refugiados neste acampamento já experimentaram a violência policial. Estas agressões incluem atos de violência física, verbal, sexual e o uso de gás lacrimogêneo. Cerca de 55 por cento desses refugiados afirmam que nunca se sentiriam seguros. ONGs que atuam ali acreditam que a violência é reflexa do aumento da tensão entre as autoridades de Calais e os refugiados. O governo francês informou estar investigando as denúncias. Ao mesmo tempo em que crescem os episódios de violência, cresce o apoio de voluntários e ONGs à "Jungle". As condições de vida dos refugiados são muito ruins na medida em que 76,6 por cento não têm acesso aos meios suficientes e adequados para aquecimento e aproximadamente 77% sofrem de problemas de saúde. Polícia francesa, usando gás lacrimogêneo e as balas de borracha e agua de pressão tentando expulsar as pessoas do acampamento. Crianças que se encontram no acampamento, sofrem da fome e uma calamidade, estando sujeitas a variadas de doenças. William Spaindner, o porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os refugiados tem anunciado anteriormente que o Alto Comissariado da ONU já tinha alertado sobre as condições insalubres em especial a vida das crianças sem acompanhadas e tinha pedido a criação de mais acampamentos ou outras estruturas para atender as necessidades das crianças refugiadas. Doenças e condições aclamatórias do porto de Calais não são apenas problemas de crianças refugiadas, os assistentes e os auxiliares aos refugiados de acampamento de “Selva” em Calais, se referem a casos de abuso sexual e estupro contra menores, devido à falta de medidas de proteção e apontam o risco de exploração sexual infantil e contra os menores refugiados que vivem no contente europeu. No mês de janeiro, um dos superiores de Europol, tinha informado que cerca de 10 mil crianças dos refugiados estão desaparecidas na Europa. Segundo informação de uma organização de caridade britânica, foram desaparecidas 129 crianças, após a destruição de uma parte provisória de acampamento da Selva na França. A ONG de caridade “Ajudamos a Refugiados”, ao referir a estas informações afirmou que o governo francês tem fracassado no fornecimento de um ambiente seguro para as crianças imigrantes. Esta organização de caridade tem relatado que “no momento de expulsão de imigrantes, não foi pensado em qualquer acomodação temporária para as crianças e as autoridades e oficiais franceses também não avaliaram as suas necessidades e não foi criado em nenhum momento um sistema de proteção, em Calais ou Dunkreque, não foi criado, nenhum sistema oficial de cadastramento de crianças. Estes instituições não-governamentais e muitos ativistas de direitos humanos consideram "inaceitável" a abordagem do governo francês para com requerentes de asilo, apelaram o aumento de serviços de apoio para as 294 crianças abandonadas que continuam ainda nestes acampamentos. A crise imigratória, talvez possa ser uma prova seria para os valores europeus que nos últimos anos têm sido enfrentados. Talvez possa ser poucas pessoas que alegam que a chegada destes imigrantes poderia ser considerada uma ameaça para os valores europeus, mas talvez a desatenção ao destino de milhares de pessoas que tinham fugido da fome, violência e insegurança, não correlacionasse com esses valores? A incapacidade na adopção de uma politica integrada para lidar com esta crise, também não está em conformidade como os valores da União Europeia. A União Europeia no momento está enfrentando duas provas muita serias a primeira é um tratamento humano com os requerentes de asilo que arriscaram a sua vida numa viagem mortal para chegar à Europa e a segunda se trata de como lidar com a pobreza, violência e conflitos que desabrigou milhares de pessoas no Oriente Médio e na África. Tudo isto seria uma avaliação formal e mensurada dos valores europeus.