A Violação de direitos humanos no Ocidente, da ilusão à realidade
Apesar de quantidades dos documentos que evidenciam a crueldade e a opressão contra crianças iemenitas, lamentavelmente estamos testemunhados que as Nações Unidas, cujo dever é apoiar às pessoas indefesas como mulheres e crianças contra as ameaças de um mal governo se esforçaram por eliminar o nome de regime saudita da lista dos infratores dos direitos humanos, de fato não são a primeira vez que nos encontramos tais medidas.
Estudar, brincar e ter uma vida tranquila ao lado da família, já se tornou um sonho para as crianças iemenitas, elas deixaram os seus brinquedos de lado e se suportam os corpos sem vida dos seus pais. Elas não têm os mesmo desejos e sonhos infantis e têm no seu pequeno coração magoas e medo, tristeza e lagrimas. Os meninos iemenitas, que são nestes dias a maior vítima de brutais crimes que estão cometidos por Coalizão árabe liderada por Arábia Saudita, estão sofrendo como pessoas adultas da angustia e da dor.
Estatísticas e relatórios de organizações internacionais se limitam apenas de mostram uma parte de desgraças e dores das crianças iemenitas. Arábia Saudita desde 2015 tem formado uma coalizão composta por alguns países árabes e com o apoio dos EUA e o regime sionista, sob o pretexto de restaurar o poder do Mansour Hadi, o presidente fugitivo e destituído do Iémen, atacou ao povo iemenita e às zonas residenciais que teve como resultado mais de sete mil mortos e feridos, incluindo um grande número de mulheres e crianças e que foram deslocados dezenas de milhares de pessoas.
O fundo das Nações Unidas para a infância, o UNICEF no seu relatório deste ano, advertiu que a menos 320.000 crianças iemenitas estão sofrendo de desnutrição severa e 82 por cento da população no Iêmen estão precisando de ajudas humanitárias com caráter de urgência. Com base no relatório do UNICEF, intitulado "No limiar da infância", quase um terço de mais de 3000 civis mortos no conflito tinham sido crianças. Mas, para além dos efeitos diretos da guerra, o UNICEF anunciou que quase 10.000 crianças menores de cinco anos, foram mortas no ano passado devido às doenças que poderiam ser evitadas e na consequência pela inacessibilidade para as vacinas básicas e serviços de saúde essenciais. Julien Harneis, o representante do UNICEF no Iêmen afirma: “As crianças estão pagando um preço alto na guerra do Iêmen. Eles foram mortos ou sofrem de ferimentos, e mesmo brincar e dormir são demasiado perigosos para elas.”.
A este respeito, foram divulgados outros relatórios da Organização das Nações Unidas que apontam a Arábia Saudita, como responsável pela matança de mais de 60 por cento das crianças iemenitas e seguidamente a colocaram na lista negra deste organismo. Um relatório que teve forte reação da Arábia Saudita e dos Estados que estão na coalizão com ela na guerra contra o Iêmen e provocou a sua ira e raiva. Após as críticas severas da Arábia Saudita, as Nações Unidas em uma ação inédita e polemica e apenas um dia após o Secretário Geral Ban Ki-moon tinha mencionado o nome da Arábia Saudita na lista de violadores de direitos de crianças e tinha acusado este país a matança de crianças iemenitas, foi removida o nome da Arábia da lista negra.
Esta ação ocorreu logo depois de Arábia Saudita criticar o secretário-geral e considerar o relatório desta instituição no caso do Iêmen, como "exagerado".
Este ato polemica de remover o nome da Arábia Saudita na lista, tem enfrentado a reação severas das organizações defensores de diretos humanos no mundo, que acusaram o Ban Ki-Moon de se render à pressão saudita, e a decisão de Secretário geral que exerce o seu segundo mandato na frente desta organização está colocado em perigo a sua reputação e trabalho.
Fontes diplomáticas anonimatos, têm informado a Agencia de Reuters que após a publicação do relatório das Nações Unidas, o escritório do Ban Ki-moon, tinha sido bombardeado por muitas chamadas telefônicas dos Ministros dos negócios estrangeiros dos países árabes e da Organização para a Cooperação islâmica.
Um titular das Nações Unidas qualificou este comportamento dos árabes como uma pressão abrangente.
Outra fonte diplomática também considerou a ação da Arábia Saudita e seus aliados, como um verdadeiro "chantagem" e disse que eles utilizaram os instrumentos de “intimidação, ameaça e pressão" para alterar a posição das Nações Unidas. Esta mesma fonte disse que houve uma ameaça de que os teólogos e jurisprudentes do Riad emitissem um decreto para chamar as Nações Unidas como instituição anti-islâmica, o qual significava a proibição de qualquer contato, ajuda e apoio aos programas e projetos das Nações Unidas, por parte dos membros do Conselho de cooperação islâmica.
Além da Arábia Saudita, Jordânia, Emirados Árabes Unidos e Bangladesh tinham contatado com o escritório de Ban Ki-Moon para protestar contra o relatório. Egito, Kuwait, Qatar também ligavam para o Ban Ki-Moon. Os representantes da Jordânia e Bangladesh já confirmaram estes contatos.
Grupo conhecido como "Human Rights Watch" que anteriormente tinha denunciado a Arábia Saudita por cometer crimes da guerra, criticou severamente Ban Ki-Moon. Em um comunicado do grupo, foi dito que o secretário-geral se rendeu à "manipulação política" da Arábia Saudita e teve uma virada surpreendente nas suas posições. Continuando estas críticas, Kenneth Roth, o diretor do Observatório de direitos humanos tinha dito que o Ban Ki-Moon devia se vergonhar pela retirada do nome da Arábia Saudita e Israel da lista de violadores dos direitos de crianças.
A Anistia Internacional também tem criticado Ban Ki-moon, afirmando que a obvia parcialidade dele prejudicava toda a ONU.
Assim como o grupo "Oxfam" que trabalha contra pobreza no mundo, tem descrito a decisão das Nações Unidas como um "colapso moral".
No relatório inicial das Nações Unidas, tinha sido apontada a Arábia Saudita, como responsável pela morte de 60% da morte de crianças mortos no Iêmen durante a guerra. Também, os ataques aéreos da Arábia Saudita tinham causado a morte e ferimento de mais de 1200 mil menores.
«Stephen Dujarik, a porta-voz das Nações Unidas, durante um encontro com imprensa anunciava que no ano passado, mais de 10 mil crianças iemenitas devido a simples doenças e a falta de instalações de saúde e médicos, tinham perdido suas vidas”. Estas crianças são frequentemente confrontadas com doenças como a febre e diarreia, bem como as inflamações pulmonares, doenças que poderiam ser prevenidos e muito simplesmente tratados. A maioria destas crianças, devido à escassez de centros médicos, bem como uma falta geral de sistema de cuidados médicos em cidades e vilas no Iêmen devastado pela guerra, tinha sido morta.
Quase todo o sistema de cuidados médicos no Iêmen foi destruído e mais de 600 centros de tratamento e saúde primários devido à falta de apoio financeiro e escassez de capacidade médica e farmacêutica tinham que parar suas atividades.
Embora exista uma quantidade de documentos que evidencia a crueldade contra as crianças, lamentavelmente estamos testemunhado que as Nações Unidas, em vez de cumprir seus deveres de apoiar as pessoas, incluindo mulheres indefesas e crianças, contra a ameaça de um mal governo têm retirado o nome de regimes que matam as crianças da lista negra. Claro, isto não é a primeira vez que nos deparamos tais medidas. Philippe Blopein, Diretor-adjunto da Organização de Observatório de direitos humanos ao criticar o ato das Nações Unidas disse:
“O gabinete do secretário-geral das Nações Unidas ao se render às pressões vergonhosas da Arábia Saudita fez o mesmo que tinha feito no ano passado sobre o Israel e por isso abaixou a sua reputação e valor”.
No ano passado, as Nações Unidas, cederam às pressões do EUA e o regime sionista e evitaram a classificar o nome deste regime na lista de violadores dos direitos de crianças, por causa do ataque à faixa de Gaza. A agressão do Israel que durou 50 dias na faixa de Gaza e que teve o início em meado do ano 2014, tinha deixado a menos dois mil e 200 palestinos mortos entre eles 577 foram crianças. Mais de 11 mil e 100 pessoas, incluindo 2088 mulheres, 3384 crianças e 410 idosos também tinham sido feridas nesta guerra.
Mesmo assim, no ano passado, as Nações Unidas, apesar desta balança e uma lista gorda ante os crimes cometidos por israelenses na Gaza, removeu este regime agressor da lista negra de violadores de direitos de crianças e se limitou apenas a condenar a operação militar de Tel Aviv em 2014.
Será que este é o direito de meninos iemenitas ou palestinos e as outras vitimas inocentes da violência em zonas de guerra, quando as Nações Unidas evitam mencionar os nomes de Estados infratores e que foi transformado o sonho destas crianças em pesadelos horríveis de matança, guerra e fogo? Será que o secretário-geral deve abandonar perante estas múltiplas ameaças, a sua missão humanitária, e não atende todos os valores e compromissos reconhecidos na Carta e documentos de direitos humanos? Até que esta atitude vai questionar a filosofia da fundação das Nações Unidas que é garantir e apoiar a paz e segurança internacional e salvaguardar os direitos humanos e valores humanos?