A violação dos direitos humanos no Ocidente, da ilusão à realidade
Muitos refugiados na Alemanha estão insatisfeitos com o lento processo do seu pedido de estatuto de refugiado e, a cada dia, tem aumentado o número de refugiados que se queixaram aos tribunais.
A crise de migrantes em países europeus tem a sua origem nos países europeus. Os ataques a Afeganistão e ao Iraque intensificaram esta crise em 2011, com o fortalecimento de grupos terroristas na Síria, cujos efeitos foram transferidos para vários países vizinhos, incluindo o Iraque, e até mesmo aos africanos.
Os crimes hediondos cometidos por esses grupos agravaram a crise e muitos residentes das zonas sob o controle dos terroristas foram forçados a se dirigir aos países europeus. No entanto, os países ocidentais que causaram o deslocamento de milhões de pessoas inocentes, não estão agora dispostos a aceitar e conceder asilo aos refugiados e mesmo com rigor e negligência e desatenção, pioraram a vida dos refugiados e todos os dias impõem mais restrições aos requerentes de asilo.
A crise dos imigrantes na Europa tem permitido melhorar a imagem de alguns líderes, entre eles a Chanceler alemã, Angela Merkel, que alcançou a melhor posição. Quando vários países europeus não tinham aceitado os refugiados, a Alemanha prometeu recebê-los. Ministro alemão da Economia, disse que o seu país estava disposto a aceitar 800 mil refugiados por ano. Os alemães censuraram os húngaros por sua má atitude para com os refugiados. .
O ministro do Exterior da Áustria também apoiou a postura da Chanceler alemã, e propôs que os países europeus que se comportem de forma desumana com os refugiados, tivessem multado. No entanto, esta imagem não durou muito tempo e a Alemanha se juntou aos países europeus que tinham negado a entrada dos refugiados ao seu território e, na atualidade, trata de deportá-los. .
A popularidade do grupo Patriota Europeias contra a islamização do Ocidente (PEGIDA) está aumentando dia a dia na Alemanha. Este movimento, que tem uma base muito forte no leste da Alemanha, tem repetidamente atacado campos de refugiados neste país europeu. De acordo com uma pesquisa recente do Instituto Forsa na Alemanha, cerca de 30 por cento dos alemães acreditam que o Islã tem exercido tal influência na vida social deste país que justifica medidas do movimento PEGIDA na cidade de Dresden. Os resultados de um estudo realizado pela Fundação Bertelsmann indicam que 57 por cento dos alemães acreditam que o Islã está ameaçando a sociedade alemã; 61 por cento acreditam que o Islã não se encaixa na sociedade alemã e 40 por cento se sente “estrangeiro no seu próprio país". Este resultado foi alcançado através de entrevistas realizadas no final de novembro 2014 pela TNS Emnid, um dos maiores institutos de pesquisas de opinião na Alemanha. Em 2012, quase 53 por cento dos alemães não-muçulmanos pensou o mesmo. Em resposta à pergunta: Você acredita que o Islã é compatível com o Ocidente? 61 por cento dos entrevistados responderam "não muito" ou "nenhuma maneira" e em comparação com dois anos antes aumentou em 9 por cento o número de alemães que pensam assim. 40 por cento dizem que devido aos muçulmanos se sentem alienados em seu próprio país. Uma pessoa em cada quatro exigiu à proibição da migração de muçulmanos a Alemanha.
O jornal alemão Neue Osnabrücker Zeitung recentemente, em referencia à resposta a um pedido de partidos de esquerda no Parlamento alemão, escreveu: Durante os primeiros seis meses de 2016, 13,324 refugiados não foram aceites nas fronteiras e aeroportos e foram impedidos de entrar na Alemanha. De tal modo que o número de não aceitados tem aumentado 50 por cento em comparação ao ano passado. No ano passado, 8.913 refugiados não foram aceitos nas fronteiras da Alemanha. .
Em setembro de 2015, o governo da Alemanha, no auge da crise de refugiados, reestabeleceu controles de suas fronteiras, especialmente com a Áustria e até agora está sob a supervisão muita severa. Nesta fronteira durante o primeiro semestre de 2016, a menos 10.629 refugiados foram impedidos de entrar na Alemanha. De cada quarto refugiados não aceitados um era afegão, mas também houve um grande número de refugiados sírios e iraquianos entre os não aceitados. .
Segundo o jornal Sueddeutsche Zeitung, que citou o Ministério do Interior da Alemanha, em junho passado, cerca de 16 mil refugiados entraram na Alemanha. Enquanto em novembro passado, esse número foi de mais de 200 mil pessoas. Este diário indica que o número de refugiados deportados da Alemanha aumentou desde segunda metade de 2016. Por outro lado, de acordo com a resposta do Governo alemão ao pedido de informação do Partido de Esquerda no Parlamento (Bundestag), o número de expulsões no primeiro semestre deste ano foi de 13.743. Em 2015 o valor era de 20.888 e em 2014, o 10.884. O destino de 75% das pessoas expulsas, segundo o Ministério do Interior da Alemanha, tem sido os países dos Balcãs. O Partido da Esquerda da Alemanha criticou fortemente a política rigorosa em relação aos refugiados que entraram na Alemanha. O porta-voz parlamentar de Die Linke, o Partido de Esquerda da Alemanha disse que a Alemanha agindo irresponsavelmente quando rejeitou os refugiados do Iraque ou Afeganistão. .
De acordo com o diário alemão Hannover Allgemeine Zeitung, muitos refugiados na Alemanha estão insatisfeitos com o lento processo de seu pedido de refúgio e a cada dia o número de refugiados que se queixam em tribunal aumenta. No final deste ano na Alemanha, cerca de 5800 queixas sobre a indiferença do Instituto Federal Alemão para a Migração e Refugiados (BAMF) foram encaminhados aos tribunais administrativos.
No Final do maio de 2015, na Alemanha cerca de 2.300 queixas em relação à indiferença do Instituto Federal Alemão para a Migração e Refugiados foram registradas. O Instituto Federal Alemão para a Migração e Refugiados tem apoiado o governo alemão contra a auto-críticas e disse que as taxas altas de reclamações são devido ao aumento dos pedidos de asilo. Ele ressaltou que o número de pedidos de asilo na primeira metade deste ano, tem duplicado em relação ao mesmo período do ano passado.
Prender, encarcerar e expulsar os refugiados segundo as leis internacionais, especialmente por países comprometidos, está proibido. A violência, espancamentos e tratamento degradante dos refugiados e requerentes de asilo, incluem também as medidas de forças de segurança, polícia e civis racistas. Desde o início de 2015, são raros dias que não se ouve notícias de violência contra os refugiados nos países europeus. Relatórios e notícias sobre a situação dos refugiados e requerentes de asilo nos países da Europa nos dias de hoje sugerem a deterioração de saúde e a alimentação deste grupo de pessoas. Fome e a propagação de doenças contagiosas são dois problemas dos refugiados em países europeus cujos governos ignoram, argumentando que estão tentando resolver. A incidência de estupro em campos de refugiados é outro problema que afeta os requerentes de asilo. Eles relataram mais do que centenas de casos de estupro em campos de refugiados na Alemanha, onde o estado psicológico dos refugiados é insuportável. Por outro lado, de acordo com um grupo que apoia direitos das mulheres em campos de refugiados alemães, algumas mulheres refugiadas prostituem-se por apenas dez euros. Também têm sido relatadas fortes brigas individuais ou em grupo entre os refugiados. Em alguns casos, a intervenção da polícia era necessária. Os funcionários da União Europeia, apesar da realização de reuniões diferentes e fazer algumas decisões ainda não foram capazes de resolver esta crise. Por que os países europeus não cumpram as suas promessas sobre isso? A experiência fracassada de países europeus não é convergente com o seu slogan sobre os direitos humanos e a proteção dos ideais humanitários da humanidade e do continente verde com desafios fundamentais.