Islamofobia no Ocidente 10 (Massacre de muçulmanos em Myanmar)
(last modified Wed, 20 Sep 2017 05:42:29 GMT )
Set. 20, 2017 05:42 UTC
  • Islamofobia no Ocidente 10 (Massacre de muçulmanos em Myanmar)

O programa de hoje está dedicado à nova rodada de matanças de muçulmanos em Myanmar (Birmânia) por parte do exército deste país sob a cobertura de combater extremistas e terroristas muçulmanos.

O alcance da islamofobia não se limita aos países ocidentais. Governos e meios de comunicações ocidentais estão tentando nos últimos anos promover a islamofobia e a corrente antislâmicas em um alcance global. Um dos acontecimentos amargos de hoje em dia é o assassinato de muçulmanos em Myanmar, uma denúncia silenciosa das organizações pró direitos humanos e dos governos ocidentais que  se autoproclamam defensores dos direitos humanos em todo mundo. A minoria muçulmana em Myanmar de etnia Rohingya, durante décadas, são vítimas de discriminação e racismo. Os budistas birmanos nem sequer reconhecem os muçulmanos rohingyas como cidadãos deste país e aplicam todas as formas de discriminação e racismo contra esta minoria muçulmana.

De tempo em tempo, escuta-se que os budistas extremistas e racistas empreendem uma onda de violência mortal contra os muçulmanos em Myanmar. Recentemente, estes budistas têm assassinado  centenas de rohingyas e  queimaram suas casas, o que  levou  dezenas de milhares a uma deslocação forçada. Assim mesmo, os que têm tratado de escapar não têm podido fazer pela negativa do Governo de Bangladesh.  Os que  puderam se refugiar em acampamentos não têm acesso a alimentos nem a água  potável e as imagens destes deslocados indicam sua situação catastrófica.

O exército de Myanmar, sob o disfarce de combater os terroristas e extremistas, desta vez tem pôs em sua agenda diretamente o assassinato de muçulmanos rohingyas. Myanmar carecem de recursos naturais ou de posição estratégica que possam chamar a atenção dos  governos ocidentais que afirmam ser humanitários.

Uma figura política em Myanmar, Aung San Suu Kyi, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz por seus anos de luta contra o governo militar ocidentais deste país asiático, desafortunadamente, não utiliza sua reputação e popularidade para  acabar com o  comportamento racista contra os muçulmanos rohingyas.  

O que está ocorrendo em Myanmar e próximo as  fronteiras com Bangladesh não é diferente em termos do que tem sucedido com o povo Iraquiano e Sírio nos últimos anos. Com a diferença que os muçulmanos de Myanmar estão atrapados em um terrorismo que ninguém no mundo o considera terrorismo. Cabe comparar a atenção dos governos e meios ocidentais ante os milhares de refugiados e desalojados nas fronteiras de Bangladesh e os da Europa. As imagens e notícias que se vêem nestes dias sobre os refugiados de Myanmar não têm a menor importância para os europeus em comparação com as ondas de refugiados que estão chegando a Europa nos últimos dois anos. Por suposto, a vida dos refugiados sírios e iraquianos também não tem valor para os europeus. O que levou aos governos europeus a responder à onda de refugiados de países em crises como as do Oriente Médio, foi o questionamento a sua definição de ser defensores dos direitos humanos. Por um lado, tratam de fechar suas fronteiras aos refugiados e por outro, esta política vai na contramão das reivindicações dos direitos humanos dos europeus. No entanto, a milhares de quilômetros da Europa, nem os budistas extremos são uma ameaça para Europa, nem os muçulmanos indefesos da opressão das autoridades de Myanmar desafiam as reivindicações do humanitarismo por parte dos governos ocidentais. 

O crime que cometem os budistas extremistas em Myanmar contra os muçulmanos não é comparável ao sofrimento de Aung San Suu Kyi em termos da privação de sua libertade por sua luta contra o governo dos militares. O sofrimento de Suu  Kyi que a fez  vencedora do Prêmio Nobel da Paz e agora levar uma vida honravel , não é nada comparado com o que suportam milhares de mulheres muçulmanas em Myanmar, mas ninguém no Ocidente nem em outras regiões do mundo está disposto a olhar as fotos de homens, mulheres e crianças muçulmanas sofrendo em Myanmar e protestar contra estes desastres humanos. De fato, nem os meios de comunicações ocidentais dão a cobertura necessária a estes abomináveis crimes. Parece que não vale a pena prestar atenção aos muçulmanos de Myanmar.

Os comportamentos dualistas dos governos ocidentais em defesa da liberdade e o humanitarismo não é um assunto secreto para os verdadeiros defensores das liberdades no mundo.  O silêncio diante a sistemática opressão que sofre a minoria religiosa e étnica mais oprimida do mundo em Myanmar é outro exemplo do dualismo dos gobvernos ocidentais na defesa da liberdade e a democracia. Se há um encontro entre Aung San Suu Kyi e um dos estadistas europeus ou estadounidenses, os meios recordam de imediato a luta pela liberdade e o Nobel da Paz desta cidadã birmana, mas não se faz nenhuma referência à tirania dos muçulmanos em Myanmar. Parece que não existisse uma minoria  muçulmana rohingya em Myanmar.

Os muçulmanos rohingyas estão sozinhos no mundo islâmico, um mundo cheio de caos, guerra e desacordos, mas espera-se que sua situação seja uma preocupação do mundo muçulmano e, neste sentido, a Organização de Cooperação Islâmica (OCI) e outras instituições internacionais de direitos humanos podem tentar  solucionar a crítica situação dos refugiados muçulmanos em Myanmar. A República Islâmica do Irã sempre tem sido sensível diante a crueldade em qualquer parte do mundo e esta postura a mantém com os muçulmanos rohingyas. Em uma reação à nova rodada de massacres de muçulmanos rohingyas, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da República Islâmica de Irã,  Bahram Gasemi, denunciou a persistência dos atos desumanos e degradantes contra os muçulmanos em Myanmar. "No marco do respeito aos direitos humanos fundamentais e à dignidade humana como norma reconhecida internacionalmente, o Governo da República Islâmica do Irã expressa sua profunda preocupação pela contínua violação dos direitos dos muçulmanos em Myanmar", disse o  porta-voz iraniano, além de transmitir "o grave mal-estar de Teerã diante de tal situação que acontece em Myanmar, onde  os extremistas têm asediado os muçulmanos, assassinado a um grande número deles e provocado a deslocação forçada de muitos mais". O porta-voz persa concluiu sua declaração "pedindo ao Governo de Myanmar a seguir e aplicar uma política realista e de paz para evitar que continue  a violação dos direitos desses muçulmanos e se institucionalizem estas condições desumanas e repressivas no país asiático".

A agência de noticas árabe Rai ao Youm informou recentemente de que o protesto do Irã contra a violação dos direitos da minoria muçulmana em Myanmar e a grande massa de assassinatos é a única voz que está sendo levantados no meio do silêncio absoluto de outros países muçulmanos sobre a situação difícil da minoria muçulmana Rohingya. Espera-se que outros países islâmicos atuem com a mesma sensibilidade para prevenir a violação dos direitos de outros muçulmanos.