Islamofobia no Ocidente 13
Neste programa explicaremos com mais detalhes outra parte das diferentes dimensões da islamofobia registrados recentemente nos países ocidentais.
Uma das figuras antislâmicas prominentes no Ocidente é Geert Wilders, líder de extrema direita "Partido pela Liberdade" dos Países Baixos. Em uma entrevista recente ao jornal britânico Daily Telegraph, Wilders assegurou que o Islã não é uma religião, mas uma ideologia perigosa e violenta e pediu que fosse eliminada a liberdade religiosa para os seguidores do Islã.
Na Constituição holandesa focada na liberdade religiosa, Wilders já havia prometido que se chegasse ao poder, fecharia as mesquitas, proibiria o ensino do sagrado Alcorão nos Países Baixos e cancelaria a permissão de residência para os refugiados. O "Partido pela Liberdade" ganhou 20 dos 150 assentos parlamentares nas eleições de março deste ano, ficando como segunda força maioritária no Legislativo holandês. Isto tem constituído uma grande vitória para este partido anti-Islã nos Países Baixos. Uma das sérias críticas contra os governos ocidentais refere-se à criação de limitações para os muçulmanos porque considera-se uma violação à lei de liberdade religiosa estipulada na Carta Européia e a Constituição dos países deste continente. A liberdade religiosa é um dos valores e normas mais importantes da União Européia (UE) mas os governos deste bloco comunitário ignoram esta lei no momento em que se trata de muçulmanos. O Wilders estão tratando de implementar suas políticas anti-Islã na comunidade holandesa, com medidas como solicitar a eliminação do Islã da lei de liberdade religiosa.
Wilders, por suas práticas antisemitas tem um dossier nos tribunais holandeses e tem sido condenado em alguns casos. Por suposto, o governo holandês tem justificado algumas das medidas ofensivas de Wilders sobre o Islã baixo da coberta da liberdade de expressão. Uma das ações mais violentas desta figura de extrema direita foi a criação em 2008 de um filme de 15 minutos de nome "Fitna"(sedição). O curta-metragem mostra primeiro uma cópia do Alcorão , seguida da cena dos ataques de 11 de setembro contra Estados Unidos e destaca que o Islã é um "inimigo da liberdade". O governo holandês, em resposta a um protesto dos países islâmicos por este filme insultante, argumentou que, conforme a lei de liberdade de expressão nos Países Baixos, mesmo não estando de acordo com o conteúdo do filme de Wilders, não pôde evitar que se transmitisse de jeito nenhum.
Um dos comportamentos dos governos e os meios de comunicações ocidentais em defesa da liberdade religiosa é criar uma variedade de restrições para os muçulmanos. Nas últimas duas décadas, os governos europeus criaram várias restrições para com os muçulmanos sob o pretexto de combater o extremismo ou sobre a questão do perigo e dos valores seculares. França é um dos países líderes neste campo,e também foi o primeiro país ocidental que proibiu estudantes muçulmanas de entrar nas escolas com o véu islâmico. França, que se considera pioneiro da democracia e da liberdade no mundo, foi o primeiro país que impôs as restrições religiosas aos muçulmanos. Enquanto, os judeus são defendidos nos meios de comunicações de países ocidentais como um grupo,que cujo direitos são massacrados, desfrutam facilmente de todas as liberdades, inclusive de uma ampla cobertura mediática. Este comportamento deriva-se dos esforços dos governos ocidentais para radicalizar os ensinos islâmicos. O comportamento discriminatório para com os muçulmanos deriva do desconhecimento dos políticos e dos meios ocidentais do verdadeiro ensinamentos do Islã. A tergiversar que muitos políticos ocidentais fazem dos ensinos islâmicos nos últimos anos sob as percepções extremistas dos grupos terroristas e takfiries, sugere que, na realidade, os fazem parecer muito consciente dos ensinos pacíficos do Islã. O translado dos terroristas takfiries de países em crises do Oriente Médio, cidades européias tem obrigado os políticos ocidentais,diante desse fato, separar o verdadeiro Islã do distorcido pelos takfiries e terroristas. Os governos e a maioria dos meios ocidentais tratam deliberadamente de mostrar os ensinos islâmicos como extremistas e violentos para justificar suas políticas islamófobas na Europa e fora deste continente.
As restrições contra os muçulmanos na Europa intensificam-se por diversos motivos. Na Suíça, a construção de minaretes nas mesquitas um dos símbolos da arquitetura islâmica foi submetida a um referendo e proibida. Em muitos países na Europa não é permitido a construção de mesquitas ou outros centros para cerimônias religiosas e reuniões muçulmanas, por esta razão, os muçulmanos usam lugares como estacionamentos para celebrar orações congregacionais . Em muitos países europeus impõem-se restrições às mulheres muçulmanas pelo uso do véu islâmico em lugares públicos. A extrema direita e os partidos islamófobos na Europa estão crescendo. O crescimento destes partidos é o resultado das políticas e leis dos governos europeus nas últimas décadas. O anti-Islã é uma característica comum de todos os partidos de extrema direita na Europa.
Dado que a maioria dos refugiados e migrantes que viajam a Europa provem de países islâmicos do Oriente Médio e do norte da África, o antisemitismo e a islamofobia estão unidos. Os partidos de extrema direita não querem fazer uma distinção a este respeito para ser menos críticos ante as organizações de direitos humanos e as liberdades civis e atacam mais facilmente os muçulmanos com o pretexto de contra-insurgencia . Alternativa para Alemanha (AfD) é o mais novo partido de extrema direita na Europa e, recentemente, tem obtido grande sucesso eleitoral. Este partido antinmigrantes foi o grande vencedor das eleições parlamentares do domingo 24 de setembro, ao ganhar 13 % dos votos e 89 assentos no Parlamento alemão. É a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial que um partido com inclinações de extrema direita tem entrado no Bundestag. Com esta vitória, é bastante provável que se propague a corrente antinmigrante e antislâmicas na Alemanha . Em toda Europa está aumentando as estatísticas sobre a perseguição dos muçulmanos, especialmente as mulheres com véu .
A Agência de Direitos Fundamentais da União Européia, sobre os resultados de uma pesquisa 10.527 muçulmanos de 15 países europeus, disse em um relatório que 53 % dos muçulmanos na Europa que quando tentavam alugar uma casa e 39 % dos muçulmanos quando estão procurando um trabalho, em ambos casos se enfrentaram com problemas de racismo. As mulheres representam ao redor de 35 por cento destas cifras. Ademais, 94 % das mulheres muçulmanas que participaram da pesquisa disseram ter sido objeto de agressão verbal e física devido ao véu islâmico , inclusive 31 % de agressão verbal, 39 % abusos e 22 % de expressões e frases inapropiadas. Segundo um centro britânico de análise de meios de comunicações sociais , após os recentes ataques terroristas na Europa, o uso de linguagem dura e hostil contra o Islã e os muçulmanos tem aumentado na rede social do Twitter.