Ashura, a grande epopeia imortal.
(last modified Sun, 01 Oct 2017 16:40:51 GMT )
Out. 01, 2017 16:40 UTC
  • Ashura, a grande epopeia imortal.

O Imam Hussein: “Levantem, que Deus seja misericordioso com vocês. Levantem para a morte, pois não há escapatória dela. Já que estas flechas são as mensagens do povo a vocês”.

Em termos de alcance geográfico e duração do evento, pode-se dizer que nenhuma revolução na história islâmica tem sido a menor e mais corta que a revolução de Karbala. No entanto, este tragédia é o maior, é o mais surpreendente e influente na história do islã.

Nesse caso, todas as tropas do Imam Hussein (a paz esteja com ele) e seus 72 companheiros, lutaram contra uma tropa de 30 mil soldados armados até os dentes.

Karbala é uma pequena localidade no Iraque. Nesta pequena região geográfica, todas as belezas, grandezas e desejos da vida humana culminaram ao seu topo.

O maior evento da história foi formado ao amanhecer, quando o sol sombreava sobre Karbala. Pela manhã, o Imam Hussein, após a oração de madrugada, organizou o seu exército, dividiu seu pequeno acampamento de setenta e duas pessoas.

O combate continuou na arena de Karbala e a areia do deserto se misturou com dos corajosos que defendiam a religião, a crença e os princípios islâmicos. Eles atingiam o inimigo com golpes            fortes   e infligiram lhe grande percas, mesmo diante do fato dos companheiros do Imam Hussein (A.S.) serem poucos. Os companheiros do Imam al-Hussein (A.S.) se dirigiam ao combate um a um ou dois em dois, e antes do início dos combates eles se apresentavam mencionando sua linhagem, e também aconselhando o exército oposto a não cometer o erro de se envolver com o sangue do Imam al-Hussein (A.S.) ao apoiar o opressor e a tirania. Os soldados do exército de Omar ibn Saad disseram que se eles continuassem o combate daquela forma não demoraria a chegada da vez deles. Então foi dada a ordem para que os companheiros do Imam al-Hussein (A.S.) fossem atacados de uma só vez com as        lanças e flechas.

E assim, a maioria dos  soldados do Imam al-Hussein (A.S.) foi martirizada, situação que se estendeu até a chegada do momento da oração do meio dia.

O Imam al-Hussein (A.S.) chamou os companheiros que restaram para oração, transformando o campo de batalha em um local para a devoção a Deus. O Imam al-Hussein (A.S.) realizou a oração na arena de combate e as espadas não os desconcentravam de forma alguma. Os companheiros do Imam al-Hussein (A.S.) continuaram os combates contra o inimigo. Eles matavam e eram martirizados, e o Imam al-Hussein (A.S.) assistia de forma triste todas estas cenas.

Ele trazia um mártir de cada vez ao seu acampamento até que não sobrou nenhum dos companheiros, sobraram somente seus familiares, seus filhos, seus sobrinhos e seus irmãos.

Os seus companheiros que lutaram até a última gota de sangue para proteger a religião e a Mensagem do Profeta Mohammad (S.A.A.S.), declarando fidelidade ao Imam al-Hussein   (A.S.), o verdadeiro sucessor do profeta (S.A.A.S.). Não temiam a morte nem o número elevado dos soldados do inimigo, o que bastava para eles era estarem no caminho da verdade, realizando a ordem de Deus e satisfazendo-O.

O que mais chama a atenção é que a grande maioria destes companheiros era jovem. A maioria deles tinha classe de vida media ou alta, não eram pessoas pobres ou pessoas que viviam nas ruas ou não tinham o que fazer a ponto de poderem estar junto com o Imam al-Hussein (A.S.). Entre os companheiros do Imam (A.S.) estavam alguns companheiros diretos do Profeta Mohammad, decoradores do Alcorão, oradores, religiosos. Entre              eles havia pais               e filhos               que lutaram juntos e foram martirizados juntos. Por exemplo, Amro Ibn Janada al-Ansari al-Khazraji era um adolescente que depois de ver seu pai sendo martirizado pediu autorização ao Imam al-Hussein (A.S.) para lutar contra o inimigo. O Imam al-Hussein (A.S.) disse:

 “Este adolescente teve seu pai martirizado agora pouco e talvez a mãe não goste que seu filho também seja martirizado.” Então, ele disse ao Imam al-Hussein (A.S.): “Meu senhor, foi a minha mãe que me recomendou a lutar para te proteger dos inimigos”. O jovem combateu e foi martirizado. Quando sua mãe soube do seu martírio foi até o corpo do seu filho que estava banhado em sangue, o beijou e de súbito levantou um pedaço de ferro que era a coluna da tenda e matou um dos soldados do inimigo.

 O Imam al-Hussein (A.S.) a ordenou que retornasse a sua tenda. Como o exemplo da luta desta mulher e do combate desta família teve muitos outros exemplos, que marcaram a história de Karbala e desenharam as mais belas imagens da honra, glória e sacrifício em prol do Islã e do Imam.

Todos os companheiros martirizados em Karbala foram enterrados perto do local do enterro do Imam Hussein (A.S.), e hoje são visitados por milhões todos os anos, ornamentados como heróis do Islã.

Depois do martírio dos escolhidos por Deus entre os companheiros do Imam al-Hussein (A.S.) não sobrou mais ninguém exceto os próprios familiares dele (A.S.), que se apresentaram ao combate e ao sacrifício contra a opressão e a tirania.

Eles estavam com a verdade e eram iguais a leões que jamais temiam a morte. Todos se apresentavam ao Imam Hussein (A.S.) para que ele (A.S.) permitisse que eles combatessem, e depois disso corriam para o campo de batalha como se tivessem competindo um com o outro. O momento que é narrado pelos historiadores como o momento mais triste na batalha é o momento do adeus aos familiares, todos tristes também por deixar o Imam Hussein (A.S.), ele que estava cercado pelos inimigos por todos os cantos.

As mulheres fiéis e honradas da família do Profeta Mohammad (S.A.A.S.) viam estas cenas e gritavam e choravam com imensa tristeza.

A maldição esteja sobre os criminosos, os servos da vida que seguiram os seus egos e os governantes tiranos e opressores, e por isso se transformaram em um exemplo de traição. Que a maldição os siga a qualquer canto que eles forem. Karbala foi uma revolução dos nobres princípios e das mais virtuosas caraterísticas, representadas pelo Imam al-Hussein (A.S.), seus familiares e seus companheiros. A revolução dos nobres princípios sobre os rudes que estavam sendo liderados e representados por              Yazid ibn Mu´awiyah e Ubaydillah ibn Ziyad.

A vitória da justiça sobre a injustiça e da verdade contra a opressão. Esta revolução ultrapassa o tempo e o espaço, e caminha junto a qualquer ser humano.

 

Seu último discurso

Nos últimos momentos difíceis e angustiantes da sua vida o Imam Hussein se dirigiu aos seus inimigos e os advertiu sobre o apego à vida e suas belezas, dizendo:

“Servos de Deus, temam a Deus, e tenham cuidado com esta vida, pois se ela fosse eterna para alguém os profetas seriam as pessoas mais merecedoras desta permanência. Deus desejaria agradá-los pelas suas posições. Mas, Deus criou a vida terrena para as tragédias, e seus povos são passageiros, qualquer novidade, abundâncias, alegrias ou lares são passageiros. Então, se apeguem ao temor a Deus, pois esta é a melhor bagagem para a viagem rumo à outra vida. Sejam tementes a Deus para que talvez vençam.”

Os inimigos atacaram o neto do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), o filho de Fátima e de Ali (A.S.) o terceiro Imam da nação, atacaram-no com espadas e lanças. Omar ibn Saad disse em voz alta: “Desçam e acabem com ele”. Neste instante um grupo de soldados o atacou para matá-lo e cortar sua cabeça, mas quando eles chegavam perto do Imam ele olhava para eles e eles corriam com medo. Até que o amaldiçoado Shemer ibn Dhil Jaushan foi em direção ao Imam (A.S.), o chutou, sentou em seu peito e segurou a sua abençoada barba, atacando o Imam (A.S.) por doze vezes e cortando a sua sagrada cabeça.

Ó meu senhor! Ó Hussein! Que grande tragédia foi esta que caiu sobre todos nós! A terra se curvou, as faces do planeta escureceram, uma ampla cor vermelha pintou o céu, o que era considerado um sinal para os criminosos, que com esta chacina ultrapassaram todos os limites de Deus.

Um filósofo alemão chamado Marbin em sua investigação sobre Imam Hussein diz: "Na história humana, houve apenas uma pessoa que deu sua vida para propagar a religião, e é o Imam Hussein".

Os companheiros do Imam foram gloriosamente martirizados, com sua bravura e ferro valentia fez fracassar o inimigo. O inimigo pensou primeiro que o pequeno exército de Imam Hussein seria rapidamente derrotado no primeiro confronto, e a queda de Karbala seria fácil, mas depois de lutar contra eles, perceberam que estavam de frente para uma montanha da fé e crença, e não foi fácil eliminá-los.

Os partidários do Imam Hussein (a paz esteja com ele) de manhã a noite de Ashura continuaram a batalha e aguardaram o seu levantamento até a última gota de sangue.

No dia de Ashura, os homens de Imam Hussein, criaram cenas únicas de amor e dignidade. Cada um avançava para o campo de batalha ao lado de Imam Hussein. Asseguravam que, se tivessem várias vidas, sacrificariam por ele e por seu santo propósito. Quando um deles entrava no campo de batalha, lutava tensamente contra o inimigo da sua fé e resistência, e defendia corajosamente o Imam Hussein. No entanto, quando ficavam feridos, ao chegar perto do Imam Hussein com o corpo sangrento, perguntavam: “Querido Imam Hussein Você está satisfeito comigo?” E Imam Hussein assegurava-lhes que os seus companheirismos tinha mostrado as suas lealdades e criando uma épica.

O movimento do Imam Hussein, juntamente com a racionalidade e a consciência, foi realizado para proteger a dignidade do homem e a religião do Islã. Este movimento estava cheio de grandes valores morais e humanos. Portanto, ao longo dos séculos, o seu levante e o movimento sangrento de Karbala são considerados imortais, e o nome e a memória deste sacrifício épico sempre resplandecerão para sempre na alma e na história.

Imam Hussein é a verdade eterna no espelho existencial, que será eternamente lembrado, e seu movimento será como uma bandeira içada na história.

O martírio do Imam Hussein no dia de Ashura, em defesa da verdade e da justiça, criou uma história de amor magnífica e duradoura na história e encoraja os muçulmanos e todas as pessoas livres a comemorar este grande epopeia.

De fato, o Ashura de hoje é a unidade e harmonia das nações islâmicas. Hoje em dia, parece que os muçulmanos recuperaram a solidariedade em uma sinfonia grande e harmoniosa, todos juntos, gritam o lema da verdade e da perseverança contra a opressão. Em estes dias, como se os muçulmanos, em uma grande sinfonia, recuperaram sua coesão, todos eles juntaram um slogan de verdade e perseverança contra a opressão.

Manifestamos o nosso pêsame pelo martírio do príncipe dos jovens do paraíso, a todos os muçulmanos e seus fiéis seguidores.