Abr. 03, 2016 19:34 UTC
  • O cinema moderno do Irã

Podem-se categorizar em três grupos os diretores que até agora se envolveram na produção do gênero do cinema da guerra no Irã.

O primeiro grupo é composto por diretores que criaram simplesmente trabalhos sobre a guerra e com os temas relacionados à guerra; a segunda categoria abrange cineastas que através da guerra tratavam de assuntos políticos, econômicos, sociais, bem como emocionais e românticos e sentimentais. Na primeira categoria, existem obras notáveis, mas infelizmente são poucas; e no segundo grupo, os cineastas desistiram deste gênero da guerra, quando entenderam a sua debilidade e insuficiência técnica nos trabalhos apresentados e bem como descobrir o desinteresse de interlocutores e o publico. De fato e no modo geral, nestes filmes, os inimigos eram apresentados na maioria dos casos como ingênuos, bobos e imbecis, que nem foram capazes de esboçar uma simples estratégia de guerra. Embora fossem evidentes a superioridade, coragem e motivação dos combatentes iranianos, mas não devemos esquecer que o inimigo também aproveitava de táticas de guerra e estava fortemente armados e tinha o apoio dos Estados Unidos e alguns estados europeus e árabes.

Assim, menosprezar o inimigo causou um erro e distorção nas apresentações de protagonistas e criatividade heroica neste gênero de filmes no cinema iraniano. Os heróis representados em alguns desses filmes eram personagens fortes que enfrentavam qualquer situação e foram invencíveis. Claro, isso foi apenas um lado da moeda, porque, por outro lado, havia outros heróis na tela, tão humilde, piedosos e ao mesmo tempo bravos e combatentes. Mas sempre no final do filme, esses heróis protagonistas martirizados e substituídos por outro herói lendários para derrubar a todos.

No entanto, existe um terceiro grupo de cineastas que representa uma abordagem especifica, a maioria tinha sido participada na guerra durante muitos anos. Eles conseguiram com um olhar novo mostrar alguns aspetos ocultos e ignorados da guerra e mesmo daqueles tinham envolvidos nela, criando valiosas obras. Talvez possa afirmar com segurança que entre os gêneros sobre guerra, somente poderiam ser estudados ou mesmo comentados os trabalhos de cineastas nesta terceira categoria.

Se o cinema da defensa sagrada tivesse até agora, ganhado alguma curabilidade e posição no mundo do cinema, isto se devia à presença de cineastas como Ibrahim Hatamikia, Rasol Mollagholipour, Ahmad Reza Darvish, Abdulhussein Barzide, Azizollah Hamidneyad, Kamal Tabrizi e Jamal Shoorje neste campo.

Kamal Tabrizi é um diretor iraniano de 53 anos, nascido em Teerã e graduado no curso de Cinema e Televisão pela Universidade de Arte em Teerã. Ele teve também atividades editoriais, produção, filmagem, cinegrafia, bem com o design, roteirista e o diretor, mas a sua fama é mais na produção de alguns filmes do gênero da guerra e no campo do cinema da defesa sagrado.

Tabrizi logo após o início da guerra imposta começou sua carreira artística com a participação de alguns filmes como editor e cinegrafista e diretor assistente. No inicio de anos 90, produziu filmes como "No altar do Amor" e "Fim da Infância", nos quais tinha tratado a questão da guerra a partir de um novo ângulo. Em 1995 ele lançou o filme "Leili está Comigo", como um ponto culminante da sua carreira e mesmo uma viragem deste gênero de filme. Pode dizer que foi o primeiro gênero humorístico sobre a guerra, causando uma boa reação de publico.

"Leili está Comigo", conta a história de um jovem que tinha fobia da guerra, mas contra a sua vontade, as circunstancias o levaram à linha da frente da guerra, junto com um grupo para fazer uma reportagem. Nesta jornada ele tenta escapar e voltar para trás, mas seus esforços são frustrados e cada momento está mais perto do inimigo. Este “Câmara man” no final fica ferido e levado para hospital e devido a circunstancias e incidentes que ocorrem com ele se trona um homem corajoso e voltou para o campo de guerra.

Jamal Shoorje é outro diretor de cinema iraniano, em particular do gênero da guerra que tem na sua carreira também alguns filmes sobre a guerra e defesa sagrada. Ele estudou o curso de diretor do cinema e nestes últimos 20 anos criou 12 longas-metragens sobre o período da defesa sagrada do povo iraniano. Ele faz uma psicanálise de suas personagens e mostra as crenças e convicções dos combatentes, descrevendo as motivações de sua presença durante os anos da guerra. Todos os seus filmes passam na frente de batalha, isto evidencia o seu estrito interesse e atração pelo este período da história.

Os seus enredos são muitas vezes baseados em acontecimentos e personagens reais do tempo da guerra e as suas referências históricas, correspondem à veracidade dos acontecimentos daquele momento da história do Irã.

Em 2012, Shoorje produziu um trabalho chamado “33 dias”, um filme sobre a resistência e saga do povo Líbano e o grupo de Hezbollah e sua vitória contra o ataque do exército regime de Israel, em 2006. Nele atuam atores árabes do Líbano, a sua estreia em muitos países foi muito bem sucedida. Direção certa, um desempenho incrível de atores e atrizes e um excelente enredo e técnica tornaram- no com um filme irresistível.